Capítulo 58

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Eu me arrumei em uma velocidade relâmpago. Talvez pela falta de tempo ou pela ansiedade por sair em mais um encontro com Jack. 

Como combinamos de ir a tarde, tive que passar no escritório e deixar tudo adiantado para Heitor poder dar andamento nos trabalhos. Meu amigo me parabenizou pelo encontro e eu não consegui esconder minha felicidade. 

Cheguei a residência dele e encontrei apenas Rafael vestido com um shortinho florido e uma camiseta branca (a coisa mais fofa desse mundo) e sua babá. 

-Oi, senhorita Sofia - ela falou. - O senhor Giluer pediu para que fosse com Rafael para a empresa dele, aconteceu um imprevisto e ele teve que assinar uns papéis. 

Eu peguei o pequeno, que veio em minha direção com um enorme sorriso no rosto, e fomos de taxi até a sede da empresa da família de Jack.

-Oi, gostaria de fala com o Jack - falei ao me aproximar do balcão. 

A recepcionista riu em tom de deboche. 

-Você tem hora marcada? - ela perguntou. 

-Não, mas ele esta me esperando - falei. 

Ela olhou em algo no computador e voltou a me encarar com o olhar de deboche (aquilo estava começando a me irritar). 

-Aqui não consta nada, senhora - ela falou de um jeito cínico. 

Rafael puxou minha mão, delicadamente. 

-Mamãe, não vamos ir? - ele perguntou.

-Claro, meu pequeno, só mais um momento - falei. 

A menina nos encarava, ainda com o deboche estampado. 

-Seu filho esta esperando, se eu fosse você daria meia volta - ela falou. 

Peguei meu telefone, ainda parada no balcão e me amaldiçoe por ter bloqueado Jack, pois agora eu não tinha mais o número dele. 

-Você poderia pelo menos ligar para ele? - perguntei. 

-Olha moça, muitas mulheres como você vem aqui fingindo conhecer o chefe - ela falou rispidamente. - Então acho melhor dar meia volta e ir embora, antes que eu chame a segurança. 

-Pelo amor de Deus, só faz essa ligação - implorei a ela. 

O olhar dela foi de pena, mas eu ainda via aquele deboche estampado.

Eu estava me segurando muito para não partir para cima daquela mulher. O ódio que eu estava sentindo estava ultrapassando minha capacidade de manter minha sanidade.

-Papai - Rafael gritou ao se soltar da minha mãe e correr. 

Virei preocupada, querendo saber aonde a criança tinha ido.

Percebi que ele tinha saido em direção a Jack que se aproximava de nós. A criança se jogou nos braços do pai e o abraçou. 

Jack chegou ao nosso lado, ainda com a criança nos braços e dando leves tapinhas em suas costas.

-Papai? - a mulher na minha frente arregalou os olhos em minha direção. 

-Eu avisei pra ligar - sussurrei para ela em tom de deboche. Devolvendo na mesma moeda. 

Jack se aproximou ainda mais de mim e depositou um delicado beijo em minha testa. Em seguida me abraçou com o braço que estava vago e sorriu de orelha a orelha.

-Por que não subiu? - ele perguntou preocupado. - Desculpa ter feito você esperar, meu bem, tive que vir resolver uns assuntos com Cassini. 

Olhei para a menina e ela estava desesperada e abri um sorriso em sua direção.

-Eu estava aqui conversando com a sua recepcionista sobre a excelente segurança do local - falei, novamente repetindo o deboche.

Ele riu ao perceber a ironia na minha voz. 

-Ela não te deixou subir, né? - ele falou, rindo ainda mais. 

A mulher ficou ainda mais pálida, parecia um fantasma. 

-E que história é essa de um monte de mulher vindo aqui para falar com você? - perguntei, sem conseguir evitar. - É senhor Giluer, teremos que ter uma conversinha quando chegarmos em casa.

Ele deu de ombros rindo. 

-Senhor, - chamou a recepcionista - eu não sabia que ela era sua namorada, mil perdões. 

Antes que ele pudesse falar algo me prontifiquei a dizer:

-Agora já sabe - eu disse. 

Jack me olhou curioso e em seguida abriu um sorriso enorme. 

-Vamos, meus amores? - ele falou comigo e com Rafael. 

A criança balançou a cabeça feliz e eu concordei. 

Ao sairmos, dei um tchauzinho para a recepcionista. Aquela tinha sido minha vitória em cima daquela mulher antipática. 

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora