Acordei cedo e olhei as roupas jogadas no guarda roupa. Jack ainda não havia me exigido um uniforme, mas obviamente que eu não sairia vestida informalmente pelo casa durante o dia.
Vesti uma legging preta e uma blusa branca.
Sorri com o resultado, eu realmente parecia uma babá.
Acordei Rafael e o ajudei com o banho. Em seguida, coloquei seu uniforme e o carreguei até a cozinha.
Lá, o acomodei em sua cadeirinha, conforme vi se pai fazer na noite anterior.
Abri a geladeira e fui pegando tudo de saudável que eu encontrei.
Enquanto batia uma vitamina de banana, deixei a água do café fervendo.
-Bom dia - Jack disse entrando na cozinha.
Ele já havia se camuflado em seu moleton e blusa larga. Fiquei decepcionada em não poder ver ele sem camiseta de novo.
Balancei a cabeça, me livrando do pensamento.
-Acordou cedo, senhor Giluer - falei.
Ele me olhou em desaprovação, provavelmente por conta do tratamento formal.
-Velhos hábitos - ele disse.
Seu cabelo estava molhado e os fios caiam preguiçosamente entorno da sua cabeça.
Ele era lindo.
Balancei a cabeça de novo. Não poderia ter esses pensamentos com o meu chefe.
-Tudo bem, Sofi? - ele chamou meu apelido de forma tão natural.
-Sim, claro - eu disse tentando esconder o nervosismo.
Ele sorriu.
-Vejo que está preparando o café - ele disse, puxando o ar forte para sentir o cheio que inundava o local.
-Sim, para que o senhor possa começar o dia de trabalho bem - falei, educadamente.
Outro sorriso.
Estava ficando difícil não pensar naquele lindo sorriso.
-Ah, que atenciosa - ele brincou.
Eu apenas me limitei a rir.
-O senhor sai que horas para o serviço? - perguntei.
Ele deu uma risada gostosa.
-Eu trabalho em casa - falou.
Me lembrei que Raimundo havia comentado comigo sobre isso.
-Perdão pela intromissão, mas o senhor trabalha com o que? - perguntei enquanto auxiliava Rafa com as colheradas.
-Eu faço investimento na bolsa de valores, aplico meu dinheiro, vivo desses rendimentos das ações - ele falou despreocupado.
Estava explicado.
-Também tenho alguns escritórios pela cidade - ele falou. - Corretoras e escritórios contábeis.
-Parece legal - eu disse.
-Para alguém como você que fez direito, isso não deve ser legal - ele falou, rindo.
O encarei confusa. Não havia lhe dito que eu tinha cursado direito.
Talvez seu Raimundo tivesse lhe dito. Enfim, resolvi esquecer o assunto.
-Ainda assim, é bom poder cuidar das suas próprias finanças e investir da forma que quiser - falei.
Ele me olhou, curioso.
-Se quiser, posso te ensinar - ele disse. - Creio que poderá obter bons investimentos se guardar um pouco do seu salário.
-E porque me ajudaria? - eu perguntei, desconfiada.
-Uma hora meu filho vai crescer e creio que ser governanta na casa de outra pessoa não seja seu sonho de vida - ele disse enquanto escolhia uma das frutas sobre o balcão.
-Faz sentindo, mas mesmo assim não seria mais lucrativo me indicar uma de suas corretoras? - eu perguntei.
Ele sorriu, enigmático.
-Se eu te recomendasse uma das minha corretoras, eu não seria capaz de te ensinar pessoalmente - ele falou.
Não entendi o que ele queria dizer, mas deixei passar.
Servi uma boa xícara de café para ele e um pequeno sanduíche natural que preparei.
Ele deu uma boa golada na xícara e engasgou.
-Você provou isso? - perguntou enquanto tossia.
-Eu não bebo café - eu disse preocupada.
Ele riu, ainda tossindo.
-Geralmente colocamos açúcar no café - ele disse tentando conter a gargalhada.
Eu não conseguia rir, estava preocupada demais para isso.
-Desculpa, senhor Giluer - falei.
Ele continuou rindo e virou uma boa quantidade de adoçante em sua xícara.
-Não se preocupe, Sofi - ele falou ao se recuperar. - Você já foi uma fofa ao fazer o café e me preparar o lanche.
Novamente: outro sorriso.
Virei minha concentração para Rafael que ria também, mesmo sem saber o que estava acontecendo.
-Vamos, meu bem? - me direcionei a ele.
O menino sorriu e estendeu os braços para o meu colo. Eu o peguei carinhosamente.
-Senhor, estarei levando o Rafa para a creche - eu disse.
-Tudo bem, Sofi - ele disse. - O motorista aguardam vocês lá em baixo.
Eu apenas sorri e me virei em direção a saída.
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A GOVERNANTA
Romance(NOVA CAPA) Créditos da capa para: @Baby-Blue-Galaxy Ela precisa de um lugar para morar. Ele precisa de alguém que cuide de seu filho. Parece que todos vão sair ganhando nessa contratação. O que eles não imaginam é que vão ganhar muito mais do que u...