Capítulo 57

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Não adiantou nada fugir... Mesmo ainda sonolento, Jack me alcançou facilmente. 

-Sofia, por favor, me perdoa - ele falou. - Eu não quis ofendê-la.

Eu gesticulei com as mãos. 

-Não me senti ofendida - falei. 

Ele pareceu confuso. 

-Então por que saiu correndo? - perguntou, confuso. 

Como eu poderia dizer a ele que é porque eu queria mais do que um selinho? Que o simples toque de seus lábios tinha trazido a tona o desejo que eu tinha por ele?

-É complicado - foi a única coisa que consegui dizer. 

Jack me encarou ainda mais confuso. 

-Me explique então - falou. 

Seus olhos estavam serenos, mas também carregavam uma preocupação que ele tentava disfarçar a todo custo. 

-Eu sei que eu errei, Jack, não deveria ter fugido daquela forma, mas eu estava mal... estava magoada - eu comecei a jogar as palavras para ele. - Agora eu voltei, mas parece que tudo esta normal, mesmo parecendo que mudamos muito nesse meio tempo. 

-Mas nós mudamos, Sofia, e isso é bom - ele pegou meus dois braços com delicadeza. - Eu aprendi muito naquela época e até hoje sofro com as minhas atitudes que tomei. Acha que foi fácil pra mim perder a mulher que eu amo? Você não tem noção o quanto isso martela em minha cabeça até hoje. 

Ele abaixou a cabeça e tomou folego antes de continuar. 

-Sofia, se eu pudesse voltar e fazer tudo diferente, pode ter certeza que eu voltaria - falou. - Mas não posso e agora eu tenho que te ver e não pode toca-la, sentir seu cheiro e não poder te abraçar... Sabe o quanto foi difícil dormir ao seu lado e controlar toda a saudade que eu estou sentindo?

Eu pisquei algumas vezes, ainda absorvendo cada palavra que ele dizia. Não tinha como negar que nós nos pertencíamos. Destino ou não, minha sina era amar aquele homem pelo resto dos meu dias nessa terra.

-Você me ama? - perguntei, pois aquilo ficou ecoando em meus pensamentos. 

Ele soltou uma risada irônica. 

-Eu sou louco por você desde a faculdade, achei que tivesse deixado bem claro meus sentimentos antes de eu estragar tudo - ela falou me soltando e levando uma de suas mãos ao cabelo. - Eu sempre te amei, Sofia. E não teve distância que me impediu de sentir o que sinto ou de esquecer o seu sorriso. 

Jack se afastou. Ele parecia revoltado consigo mesmo e não percebia o quão maravilhada eu estava. 

-Jack - eu o chamei. 

Ele riu novamente sem humor, não prestando atenção em mim e atento apenas em seus pensamentos. 

-Tudo bem, Sofia - ele respondeu e me encarou com os olhos marejados. - Eu sei que estou sendo egoísta em te pedir outra chance, mas não me impeça de ter esperanças. Eu posso te provar que podemos ser felizes, então por favor, me dá uma nova chance.

-Jack - chamei ele novamente, mas ele me interrompeu de novo. 

-Sofia, eu não estou pronto pra te perder de novo - ele falou, voltando a se aproximar. - Por favor, eu posso ser só seu amigo, então, mas me deixe participar da sua vida. 

-Jack - gritei.

Ele finalmente se aquietou e me encarou com o olhar surpreso. 

-Posso falar? - o questionei, pois já estava começando a ficar irritada. 

Ele apenas se limitou a sentir e eu suspirei fundo antes de falar. Precisava me acalmar antes de falar com ele.

-Que tal irmos no parque hoje? Lembro que no dia em que brigamos eu prometi ao Rafael que iriamos levar ele no parque - falei. 

Jack me analisava, curioso. Seus olhos estavam repletos de algo que eu nunca tinha visto, um sentimento complexo.

-E o seu serviço? - perguntou. 

-Eu dou meu jeito, mas e o seu serviço? - perguntei.

Ele abriu um sorriso tímido. 

-Eu sou o chefe agora, lembra?

-Então isso é um sim? - questionei. 

Ele balançou a cabeça algumas vezes. 

-Isso é um com certeza - respondi.

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora