A semana se seguiu "normal".
Com normal eu digo: Jack passou a semana toda enfurnado no escritório 'trabalhando'. Toda vez que ele me via, dava meia volta e saia correndo.
No começo, achei que fosse melhor. O clima não ficaria bom se o assunto da noite na boate viesse a tona. Mas com o passar dos dias eu comecei a sentir falta de sua presença e de seus sorrisos tímidos.
Ele brincava com Rafael em seu quarto e vez ou outra o levava para um sorvete.
Mas ainda assim, me dispensava cedo dos afazeres e eu mal o via, nem mesmo nos horários de almoço e janta. Eu apenas encontrava seu prato sujo na pia, horas depois de a comida ter sido servida.
De manhã, o sofá sempre estava desarrumado, indicando que ele tinha passado a madrugada assistindo alguns de seus filmes.
Tudo bem se ele queria agir daquela forma, mas quanto tempo levaria esse drama?
Já era sábado e a avó de Rafael i viria buscar novamente, com o pretexto de que o neto deveria passar um tempo com sua avó.
No fim das contas, finalmente conheci Jaine. Ela era uns dois anos mais velha que eu e muito boa no que fazia. Viramos boas amigas e hoje eu iria sair com ela. Decidimos que iríamos tirar um sábado para relaxar.
Cassini estava servindo como pombo correio e eu tive que pedir para ele avisar a Jack sobre meu passeio. Mesmo que fosse sábado, ainda assim, era bom informá-lo.
-Você sabe que pode bater na porta dele, né? - Cassini falou revirando os olhos.
-Da última vez que fiz isso ele gritou que estava se trocando e que depois vinha falar comigo - eu disse, imitando seu movimento com os olhos.
-Viu, ele falou com você depois - ele zombou.
-Até parece, fiquei esperando duas horas para ele trocar de roupa - bufei.
Cassini riu. Que bom que meu sofrimento o divertia.
Outro amigo que fiz nesse período foi Cassini, apesar do jeito bruto, ele tinha uma simpatia imensurável. E eu obviamente notei sua quedinha pela Jaine. Eles dois se davam bem, mas a moça era inocente demais para notar seus olhares apaixonados.
-Pronta? - Jaine perguntou.
Eu apenas assenti e peguei minha bolsa, mas antes de sair me virei para Cassini.
-Deveria dar uma passada por lá quando terminasse seus afazeres - eu disse. - Estaremos no parque, tomando sorvete e falando mal da vida dos outros.
Eu abri um enorme sorriso e o rapaz pareceu surpreso com o convite. Seus olhos pousaram em cima de Jaine que concordou, também lhe esbanjando um sorriso.
-Verdade, você também precisa de um tempo para descansar- ela falou.
O rapaz sorriu, finalmente. Parecia que ele só estava esperando que sua amada confirmasse. Eu ri baixinho de sua reação.
-Eu apareço la mais tarde, me enviem a localização - ele disse.
Meu coração se apertou um pouco, pois a casa ficaria vazia e Jack provavelmente se sentiria solitário. No entanto, não falei nada. Eu não deveria mostrar misericórdia a essa altura do campeonato.
Eu assenti e sai com Jaine.
-Que bom que o Cassini vai, ele precisa de um pouco de ar fresco - Jaine disse quando chegamos ao elevador.
-Realmente, um homem bonito daquele não deveria ficar muito tempo preso no serviço - eu disse, me fazendo de desentendida. - É um verdadeiro desperdício para nós mulheres.
Ela corou um pouco.
-Você esta afim dele? - ela perguntou tentando disfarçar.
Eu dei uma risadinha, pois ficou evidente seu ciúmes.
-Não e mesmo que eu tivesse, ele só tem olhos para você - falei.
Ela me encarou, surpresa.
-Para de inventar histórias - ela revirou os olhos.
Eu ri de sua reação.
-Só você que não percebeu - eu disse. - Esta bem na cara que ele ta afim de você.
Ela me olhou, pensativa. Mas logo chacoalhou a cabeça tentando se livrar do pensamento.
-Prefiro acreditar que não, antes que eu comece a criar ilusões na minha cabeça - ela disse.
-E o que tem de tão mal em ele gostar de você?
Jaine olhou para seu reflexo no metal.
-Eu sou só a empregada - ela disse. - Ele é o braço direito do chefe, tem uma via boa e essas coisas assim.
Eu a entendia, de certa forma. A insegurança sempre nos domina em momentos assim e por alguns segundos penso se eu não estou passando pelo menos.
Será que talvez o cargo de Jack que me da tanto medo? Afinal, eu era só a babá.
-Não custa nada tentar - eu disse, um conselho que serviria para nós duas. - Cassini é um homem incrível e duvido que ligue para isso.
-Você acha? - ela me olhou com esperança.
Eu apenas balancei a cabeça positivamente.
De certa forma, eu também deveria dar uma chance a Jack e seguir meu coração. Mas ficava difícil, principalmente agora que ele resolveu se esconder de mim.
Não tínhamos como conversar ou tentar entender toda essa situação enquanto ele não se resolvesse consigo mesmo.
Mas eu estava decidida, pararia de ouvir um pouco a minha razão e deixaria que meu coração comandasse meus próximos passos.
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A GOVERNANTA
Romance(NOVA CAPA) Créditos da capa para: @Baby-Blue-Galaxy Ela precisa de um lugar para morar. Ele precisa de alguém que cuide de seu filho. Parece que todos vão sair ganhando nessa contratação. O que eles não imaginam é que vão ganhar muito mais do que u...