A GOVERNANTA

Capítulo 5

(Narração feita por Jack)

Assim que eu a vi, logo a reconheci. Todos na faculdade sabiam quem era a Sofia.

Fiz algumas matérias com ela, mas pelo olhar que me lançou quando me viu, duvido que ela se lembre.

Me lembro da primeira vez que conversamos.

Ela foi um doce comigo e me ajudou a pegar os livros que dois alunos haviam derrubado. Ela falou "da próxima vez coloca o pé na frente para eles caírem" e eu ri do comentário.

Quem diria, a bela Sofia estava na minha frente pronta para ser a nova babá do meu filho.

Eu não queria contratar nenhuma babá e gritei muito com Raimundo ao telefone, mas assim que eu a vi, pensei "Por que não?".

Não me arrependo dessa decisão. Ver ela com o pequeno Rafael me trazia certa paz.

O pobre menino não tinha muito afeto feminino em sua vida e eu podia observar o quanto ela lhe faria bem.

Rodei na cama, pensando na mãe de Rafael.

Mona era uma mulher diferente e muito linda. Eu fiquei empolgado quando uma mulher como ela se interessou por mim na faculdade.

Descobri depois que estava grávida que ela já sabia sobre minha família rica e que só tinha se aproximado de mim por conta do dinheiro.

Não procurei briga, guardei aquilo para mim e cuidei dela da melhor forma que consegui.

Mas eu já não confiava em mais ninguém. Como seria possível alguém se apaixonar por um cara como eu?

Rolei novamente na cama.

Essa minha insônia me perturbava desde a morte de Mona.

Era como se seu fantasma ficasse me contornando.

Me levantei e fui em direção a cozinha.

(Narração feita por Sofia)

Eu estava tentando ser o mais silenciosa possível. Definitivamente não queria ser pega fazendo um lanchinho na madrugada, mas minha barriga estava terrivelmente vazia.

Peguei uma maçã sobre a fruteira e iniciei minha caminhada de volta, porém trombei em algo rígido que eu não lembro estar no caminho antes.

Levantei meu rosto e vi Jack.

Ele estava sem camisa, revelando um corpo malhado e forte. Seus fios de cabelos estavam úmidos, o que indicava que ele havia saído do banho tinha pouco tempo.

Nunca poderia imaginar que por debaixo daquelas roupas largas havia um homem tão gostoso.

Contive meus pensamentos.

-Também não conseguiu dormir? - perguntei.

Ele assentiu, sério.

-Vou indo, até mais - falei, correndo em direção ao meu quarto.

Meu corpo estava quente. Que calor.

(Narração feita por Jack)

Eu não tive reação ao ver ela naquele pijama curto. Aquilo foi um alimento para o meu instinto masculino, a muito tempo adormecido.

Sofia tinha ficado tão gata naquele pijama apertado que mal consegui conversar com ela.

Fiquei com medo de abrir minha boca e falar alguma coisa errada. Afinal, eu não poderia estragar a amizade que estávamos construindo.

Agora mesmo que eu não dormiria. A imagem dela saindo da cozinha estava cravada em minha mente e ficava passando lentamente, me permitindo analisar cada detalhe de seu corpo e de sua feição.