Capítulo 52

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(Narração feita por Jack)

Naquela manhã, aproveitei que Rafael iria para a casa de minha mãe, e fui ao restaurante de Amie.

Nos últimos seis meses peguei o hábito de sempre ir almoçar ali quando desse. Minha esperança era de que Sofia chegasse algum momento de surpresa eu pudesse pegar ela nos braços e dizer que tudo foi um engano.

Durante todo esse tempo eu fiquei esperando por ela e continuaria esperando.

Não a julgo. Eu estraguei tudo.

Depois que ela saiu correndo da casa dos meus pais eu fiquei desnorteado procurando ela e Nina se ofereceu para me ajudar. Minha cabeça estava tão concentrada em encontrar ela que nem me toquei que tinha sido logo ela a oferecer ajuda.

Era quase três da manhã quando finalmente percebi que não iria encontrar ela e quando retornei ao apartamento encontrei Nina adormecida no corredor.

Fiquei com dó de mandar ela embora naquele horário e a chamei para entrar. Pela manhã quando percebi ela já estava com as minhas roupas e Sofia nos encarava com um olhar incrédulo.

Aquilo me destruiu.

Mas nada poderia ser pior do que quando ela disse que me odiava.

Como se não pudesse piorar, minha mãe disse puxou as câmeras de segurança da residência e viu que Sofia não fez nada. Nas imagens ela se colocou na frente dos cacos de vidro arremessados para que Rafael não se machucasse.

Eu a havia julgado errado e conseguia imaginar facilmente o tanto que foi perturbar encontrar logo Nina em minha casa. A mulher que a havia acusado injustamente estava na casa do seu namorado.

Tentei ligar e até mesmo fui em seu antigo apartamento inúmeras vezes na tentativa de encontrar ela.

Foi então que eu descobri que ela havia ido embora.

O pior foi que eu desesperadamente fui atrás dela. Entrei no primeiro vôo para o Rio de Janeiro.

Quando cheguei lá eu a vi pela primeira vez em semanas. Ela estava linda com um terninho e calça social. Sua postura demonstrava que os funcionários a respeitavam.

Fiquei olhando de longe por muito tempo até finalmente começar a caminhar em sua direção. Foi então que um homem se aproximou por trás dela e a abraçou.

-Heitor, que susto você me deu - ela disse rindo.

Aquele sorriso que uma vez foi meu, agora ela lançava em direção de outro homem.

Meus pés caminharam na direção oposta e eu não consegui mais voltar.

Foi então que naquela manhã de quinta feira tudo mudou.

-Onde está Amie? - perguntei a nova recepcionista.

Ela sorriu simpática.

-Ela foi ao aeroporto, disse que tinha uma amiga para buscar que estava chegando do Rio - ela falou.

Meu coração parou no mesmo instante.

-Sabe o nome dessa amiga? - perguntei, lutando para respirar normalmente.

-Sofia, eu acho - ela deu de ombros.

Minha Sofia estava de volta.

Peguei meu telefone e disquei o numero para o qual eu precisava ligar.

-Alô, seu moleque - disse meu tio ao atender o telefone.

-Sofia está na cidade? - perguntei.

Ele tossiu um pouco do outro lado da linha.

-Sim, temos uma reunião importante hoje e ela é nossa melhor advogada - ele finalmente disse.

-Adie essa reunião - eu falei autoritário.

Ele riu sem humor e eu conseguia imaginar sua cara de deboche.

-Quem você pensa que é para me dar ordens, seu moleque insolente? - ele gritou.

Após seu stress de seguiu um silêncio.

-Tudo bem - ele concordou depois de um tempo. - Você tem uma semana.

-Obrigada tio - eu disse desligando antes que ele mudasse de ideia.

Agora eu só tinha que descobrir como reconquistar Sofia em uma semana.

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora