Capítulo 6

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DIEGO

Eu tive uma manhã bastante complicada, começou com minha mãe resolvendo gritar comigo e meus irmãos – dessa vez ela brigou com todos igualmente, até mesmo com Adriana e Diana que nem tava na festa –, o que eu acho que deve ser estresse em estar cuidando do Caio, parece que o menino é o maior trabalho que eles já tiveram, e eles passaram por oito trabalhos, devo acrescentar que eu estava feliz com meu primeiro lugar em filho mais danado, mas posso deixar Caio tomar meu posto.

Mamãe se irritou com uma coisa pequena, que foi eu ter deixado Rodrigo, Jonathan e Lucas dormirem no quarto dos dois, em minha defesa, eu jamais deixaria os três usarem nenhum dos meus lençóis do Doutor Estranho, do Batman, do Flash ou até mesmo do Soldado Invernal – e olha que eu não gosto quase nada dele, mas amo a escolha que a Marvel fez com o Sebastian Stan. A mamãe estava tão irritada que o estresse passou para o papai, e foi um grande caos de manhã.

— Vocês ainda tão com raiva de mim? – perguntei, baixinho. Os três se viraram para mim, como quisessem me matar. — Ah, caras. Eu não podia deixar vocês sujarem meus lençóis.

— Mas os do seus pais é tudo bem? – Rodrigo pergunta, entredentes.

— Vocês são quase família! – digo. — Jonathan namorou minha irmã quase a vida toda, Rodrigo te conheço a muito tempo e Lucas dá em cima da minha irmã quase a vida toda.

— Di, você sabe que eu só dormi umas quatro vezes no quarto da sua irmã e a gente tinha mais de cinco anos juntos – Jonathan diz. — Teus pais não são tão liberais quanto você pensa.

E eles realmente não são, pelo menos não com Madison, Isadora, Daiane e Adriana, comigo e com Adrian já foi bem diferente, eles sempre nos deixaram bem livres. 

Acho que foi com quatorze ou quinze anos, que eu e Adrian começamos a sair escondidos dos meus pais, fingir que tínhamos mais de dezoito anos – obrigado vôlei e futebol –, pagar para entrar em alguns bares e voltar bem tarde de casa.

— Na verdade, nunca pensei que eles fossem – digo. — Eles nunca deixaram eu e Adrian sairmos depois das dez da noite.

— E quantos anos vocês tinham? – Rodrigo pergunta.

— Menos de dezesseis – respondo.

— Uau. Piores pais do mundo – Rodrigo diz, revirando os olhos. — Diego, a gente quase se fodeu por sua culpa. Eu arruinei minha fama de perfeito com a tia Ana.

— Ela nunca te achou perfeito – tento acalmar Rodrigo, mas não funciona, ele fica mais desesperado ainda. Droga, sempre esqueço que Rodrigo tem essa mania de todo mundo gostar dele. — Brincadeira – digo, rindo.

— Meninos, algo que vocês querem compartilhar com o resto da classe? – a professora Miriam, de física, interrompe meu papo com meus amigos. Ela deve está nos seus cinquentas, devido a cor bastante escura que usou para os cabelos e pelas pequenas rugas perto dos olhos e da boca. 

— Não professora, não queremos incomodar o resto da sala com nossas conversas banais – digo. — Tenho certeza que todos devem estar mais atentos no que a senhora estava dizendo – uso meu sorriso aberto e simpático para tentar convencê-la a me deixar em paz.

— Com certeza, já que eles são alunos exemplares – escuto Iara falar, ela está a umas quatro cadeiras ao meu lado. — Ops, falei muito alto?

Eu não entendi a atitude de Iara, pensei que nós estávamos de boa, eu dei uma pizza de calabresa para ela e ainda a acompanhei até a escola, ela deveria me amar, não pisar em mim. 

A Competição [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora