A Competição [COMPLETO]

Capítulo 17

IARA

Estão todos na casa do Rodrigo, que por sinal, que casarão, eu pensei que não existia casas ricas com decoração coreana em Fortaleza, mas existe, e a do Rodrigo é linda. A festa está lotada, pelo Mereyos ser dividido por séries, eu mal conheço a maioria dessas pessoas, só conheço o pessoal da minha sala, mas devo dizer que tem uns rostos bem interessantes.

Até agora eu não vi o único rosto que eu realmente estou ansiosa para ver. 

Ainda não vi Diego, mas já vi os irmãos dele – Isadora está conversando com Brenda, Daiane está beijando Henrique do time de basquete, Madison está conversando com um menino que eu tenho quase certeza que é hétero. 

Eu quero muito vê-lo.

Mas tem um problema. Eu não sei o que fazer quando vê-lo, devo simplesmente dar parabéns e sair, mas fico pensando em outras coisas, se devo contar que Francisca vai se declarar pra ele, ou se devo beijá-lo como uma recompensa pela vitória. Não sei o que fazer, todas as opções parecem ser horríveis.

Se eu contar que Francisca vai se declarar para ele, é traição, uma das piores traições de todas, e eu não estou com muitos créditos no departamento "confiança". Se eu beijá-lo, vai ser pior ainda dizer que não podemos fazer isso e ainda vou trair, de novo, minha amizade com Francisca. 

Eu sou uma jumenta. Não sei como me meti nessa burrada. Na verdade, eu sei muito bem, foi quando eu simplesmente deixei Diego se aproximar de mim, eu não deveria ter deixado ele me dar aquela carona para a minha entrevista de emprego, foi a partir daí que tudo desandou, foi a partir daí que eu cedi ao desejo.

Minha vida no momento está tão complicada, que eu real não precisava de Diego pra complicar mais ainda, tenho que estudar para o ENEM e isso custa meu dia inteiro, tenho que trabalhar, tenho que ajudar em casa, tenho que preparar o maldito baile oficial e eu estou muito atrasada. 

Não tenho tempo para Diego, não tem como eu encaixar um namoro nesse meu horário.

Mas… eu, nesse exato momento, não consigo ficar sem os beijos dele. Não consigo ficar sem o toque das mãos grandes dele. Suspiro.

Vejo a silhueta de Madison correndo até mim. Ele parece assustado e nervoso.

— O que houve? – pergunto. Ele faz um exercício rápido de respiração, que eu acho um tanto dramático.

— Eu tava em dor! Pedindo socorro com os olhos!

Fico de alerta, olhos de águia em todos da festa. — Alguém disse algo ruim pra você?

— Não – suavizo meu rosto —, eu estava flertando!

— Isso é bom – sorrio, mas Madison não, ele simplesmente torce o nariz e faz careta, — não?

— Isso é horrível! – ele suspira. — Eu nem sei se o cara é gay mesmo.

— Ah.

— É tão difícil ser gay. 

— Ué, vocês não tem gaydar não? 

— O meu não funciona, acredite – ele pegou uma pizza de calabresa do meu lado e comeu um pedaço enorme. Ok, tenho mania de ficar perto da comida nas festas, é ruim, mas é quem sou. — Uma vez, eu dei em cima do Arthur pensando que ele era bi.

Arregalo meus olhos. Arthur não tem nada gay, nem bi. — Sério? – ele assente.

— Foi a coisa mais vergonhosa da minha vida – ele torce os lábios, como se estivesse prestes a chorar. — Eu estava tão nervoso que quase falei a história do meu nome.