A Competição [COMPLETO]

PENÚLTIMO CAPÍTULO

IARA

Há alguns dias atrás eu diria que planejar e organizar esse baile de máscaras seria a coisa mais maluca, cansativa e chata de todas, mas a verdade é que tem sido meu escape.

Escape de Diego.

Fiz tantas coisas nesses últimos dias para fugir de Diego – costurei minha roupa para o baile, comecei um canal no YouTube, quase me inscrevi em um curso de culinária, adiantei oito aulas de física, matemática e química.

Eu não queria ter que fugir de Diego, mas eu não poderia me arriscar irritar Larissa e ela vazar as nudes e todos outros conteúdos privados de Francisca. Não podia mesmo.

Especialmente agora, que parece que Diego esqueceu que eu proferi as palavras dizendo que o traí com Arthur. Diego não larga do meu pé, nem parece que eu fingi trair ele. É como se nada tivesse acontecido para ele, ele ainda fala comigo normalmente, ele ainda sorri para mim – o mesmo sorriso moleque e apaixonado – e ainda me faz rir.

Diego ainda me olha com aqueles olhos apaixonados doces e eu nunca consigo resistir, eu sempre me desmancho, eu sempre me derreterei por Diego, não posso mais negar.

E não vou negar, sou bastante grata que ele não tenha parado de falar comigo, porque eu descobri que sou extremamente dependente da companhia dele, e quando eu não falo com ele – ou melhor, quando ele não corre atrás de mim –, eu tenho pesadelos.

E são os piores pesadelos de todos.

Ele provavelmente já seguiu em frente, está falando comigo apenas por bondade e amizade, afinal eu vi todas as fotos que Larissa postou com ele, devo ressaltar que ele não postou nenhuma. Ele deve estar transando com Larissa nesse exato momento antes de vim para o baile.

Dói pensar nisso. Dói pensar nos lábios dele tocando os dela. Dói pensar nas mãos dele grandes agarrando a pele dela. Dói pensar nos lábios dela tocando e chupando a pele dela. Assim como ele fazia com a minha.

Ele fazia com a minha, não faz mais.

Não é mais em mim que ele irá despertar essas sensações maravilhosas, e eu tenho que aceitar isso, mas é tão difícil aceitar isso quando ele claramente demonstra que talvez nós ainda tenhamos chances.

Quando ele sorri para mim, com seu jeito moleque e apaixonado, eu sinto meu corpo inteiro arder e implorar por ele. Eu necessito de Diego.

Eu necessito dos lábios dele contra os meus, eu necessito de sentir o sorriso dele contra minha pele – os dentes dele roçando no meu pescoço, causando arrepios em locais que eu sequer soubesse que tinha como. E cada parte de mim morre mais um pouco, quando eu percebo e aceito que não terei mais Diego.

Tudo tem me feito lembrar dele.

Hoje, por exemplo, quando eu estava no ônibus, indo para o colégio, vi um moço com a blusa do Homem de Ferro e eu prontamente pensei nele. Diego é um nerd por heróis, quem diria? Hoje, também no ônibus, vi um menino com a blusa do Ceará e só pude pensar em como Diego também tem o péssimo gosto para times.

E esse baile de máscaras foi meu escape, foi um escape da minha própria mente e de todos meus pensamentos direcionados a Diego. Se minha mente estivesse ocupada, eu não teria tempo para pensar em Diego, mas não funcionou bem assim.

Diego tinha me ajudado em praticamente quase tudo, as partes mais importantes e decisivas da decoração: a tenda e o gazebo foram providenciadas por ele, então, quando eu cheguei para terminar a decoração junto com Lizz e Arthur – isso uma duas horas da tarde –, as primeiras coisas que vi foram o gazebo e a tenda.