Capítulo 13

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DIEGO

Sete minutos. Fazem exatos sete minutos que Iara está gritando por ajuda, e fazem dois minutos que eu desisti de gritar. Ninguém está nos escutando, ou não querem nos tirar daqui, e eu acredito fielmente na segunda opção, infelizmente. 

Meu tio sempre foi um cara de pregar essas peças na gente, teve uma vez que ele prendeu Madison e um crush dele no armário – literalmente – e só soltou depois de trinta minutos quando meu pai chegou e exigiu explicações.

Só que tem um erro enorme na pegadinha dele, dessa vez ele está errado, eu não tenho um crush em Iara, crush é uma palavra muito forte. Me sinto atraído por ela, quero muito beijá-la, é uma vontade tão grande que me assusta um pouco. 

É como se eu tivesse voltado aos dez anos e tivesse acabado de lançar Wrecking Ball da Miley Cyrus, sonhei com ela por um tempo enorme. Quero muito foder Iara também, não aguento mais que todas nossas transas acontecem apenas em sonhos, preciso de um gosto da realidade.

Ontem, eu tive o melhor sonho de todos, foi o mais fantasioso de todos. Eu era um professor solteiro de faculdade e Iara era minha aluna que precisava de uma nota melhor, ela começava dizendo: "Professor, eu faria qualquer coisa pra melhorar minha nota", eu então fechava a prova de recuperação – que não existe na faculdade, mas no meu sonho sim –, e dizia: "Qualquer coisa?" Então ela assentiu com a cabeça e mais uma vez, nós dois pelados transando na mesa da sala. E mais uma noite que eu não dormi direito porque eu não esquecia os gemidos dela, os seios dela, o olhar dela. Não consigo esquecer Iara, é um fato.

Mas é apenas isso, uma atração extremamente sexual, não tem nada que vá além disso. Claro, que acho ela uma mulher maravilhosa, afinal a garota é inteligente, é simpática, é bonita, é gostosa, é forte, é tudo. 

Eu só não quero me aventurar, pelo menos não agora, e bom, eu não acho que ela queira se aventurar, não comigo, mas com o idiota do Adrian deve ter uma possibilidade enorme, já que ontem ele me disse que ela começou a seguir ele.

— Você bem que poderia parar de gritar, não acha? – sugiro, rindo. Iara bufa e revira os olhos.

— Isso é culpa sua – ela diz.

— Me diz exatamente como isso é culpa minha – pergunto, curioso. Todas as opções da minha cabeça e nenhuma eu sou culpado. 

— Se você não tivesse me estressado ontem, eu não estaria com raiva de você – suspiro.

Ontem também foi o dia que eu fui um cuzão com ela. "A segunda opção". Isso não é coisa que se diga pra nenhuma garota e eu fui o babacão que falou. 

— Desculpas – digo, sincero. Ela se vira pra mim, ela parece bastante magoada. — Eu não deveria ter feito aquilo, afinal não funcionou. Você ainda empatou comigo – digo, tentando aliviar o clima.

— Por que você falou aquilo? Por que você fez aquilo? – ela perguntou. Iara finalmente parece ter se cansado de gritar, ela desliza pela estante de vinhos gregos e se senta no chão. Há uma distância enorme entre a gente, ela está do outro lado da adega. 

— Não sei – rio, nervoso. — Eu realmente não sei, mas eu sei que não queria te magoar. Foi idiotice minha dizer aquilo.

— Muito idiota – ela reafirma e ri.

— Eu não queria admitir que tive um dia legal contigo – recolho minhas pernas e enfio minha cabeça no meu joelho, nunca fiquei com tanta vergonha. — Tu é minha rival, não posso gostar de ti, é contra minhas regras.

— Se te tranquiliza, eu te odeio – ela diz, sorrindo. O sorriso mais belo de todos, Iara tem aqueles sorrisos que me acalma e me transmite uma paz enorme, e eu só via esse tipo de sorriso na minha família, em Adrian principalmente.

A Competição [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora