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C A P Í T U L O

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"Uma festa para destruir"

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Domingo, 02:57 PM.

YAMI

Desde que vim morar no Japão, passei a evitar a todo custo meu vício, o cigarro. Claro, que, no início não foi nada fácil, mas acabei fazendo outras coisas quando sentia vontade, porém, depois que descobri sobre aquilo, aquele vício retornou a me perturbar, e claro, eu atendi fielmente a ele, péssima idéia!

"Cigarro.", digo e o atendente me entrega uma caixa pequena cheia. "Obrigada.", agradeço e saio do estabelecimento.

O fato de não ter retornado para casa, me fazia pensar que as meninas estavam preocupadas e se estão, será que seria melhor ligar para elas ou ir até lá. Essas dúvidas me perseguiam, mas antes de retornar, eu queria ao menos estar melhor, porém acho que isso não seria possível.

"Alô, quem é?", questiono ao atender a chamada, sem ao menos olhar quem era que estava a me ligar.

"Filha?!", a voz preocupada da minha mãe fez meu coração saltar.

"Oi, mãe. Aconteceu algo?", pergunto segurando as lágrimas, entro em um beco e me encosto na parede.

"Não, quer dizer… sim, mas não é nada sério.", fala, acendo um cigarro e sorri.

"O que aconteceu, mãe?", questiono, enquanto dou uma tragada no cigarro.

"Está preparada?", pergunta animada e apenas murmuro. "Ok, lá vai. Eu estou indo morar no Japão!", suas palavras me fazem engasgar com a fumaça.

"O que?", digo um pouco alto.

"Isso mesmo. Você não gostou?"

"Não é isso, mãe. Eu só não estava esperando…", sussurro. "Quando você chega?"

"Provavelmente daqui a uma semana, eu acho.", fala.

"Quer ficar na minha casa?", questiono.

"Não, eu não quero atrapalhar você e seu namorado!", diz e solta uma risada.

"Namorado? Está falando do Raiden?"

"Oh, sim. Aquele rapaz é uma graça de pessoa, além do mais, vocês já se acertaram e devem estar morando juntos, certo?", suspiro soltando a fumaça.

"Claro que não, mãe! Raiden namora a Ayane, lembra? Além disso, eu e ele não daria certo de qualquer forma, vacilamos um com o outro.", falo e levo o cigarro até meus lábios.

"Vocês jovens são tão complicados. Bom, de qualquer forma, eu não vou ficar na sua casa, pode ficar tranquila!"

"Ok. Ah, mãe?", ela murmura em resposta. "Mesmo que fosse morar lá, eu teria que te avisar…"

"Avisar o que, Yami Yamamoto?", sorri ao ouvi-la dizer meu nome completo.

"Tem uma garota na minha casa, ela mora comigo!"

"EU SABIA!", grita me fazendo afastar o celular do meu ouvido. "Se estivesse no Japão agora, iria buscar meu dinheiro com aquela velha!"

"Do que você está falando, mãe?", questiono e ela rir.

"Eu apostei com a sua avó de que você iria sim, namorar uma garota. Eu falei a ela, mas aquela velha disse que não. Bom, mas estava na cara de que você era…"

"Mãe!", chamo sua atenção e ela para de falar. "Eu não namoro uma garota, sua doida!"

"Não? Droga, ela ganhou novamente. Mas, você disse que era…"

"Ok, mãe. Já deu esse assunto, não é? Quando estiver chegando aqui, me ligue e vou te buscar!"

"Tá bom, tchauzinho!", desligo a chamada e sorri.

"Ela é completamente fora da casinha."

Após aquele momento com a minha mãe, só conseguia pensar o quanto estava feliz e preocupada com o fato dela vir para o Japão. Um lado meu estava feliz, pois teria mais tempo para ficar ao lado dela, já que boa parte da minha adolescência passei longe dela, por questões do seu trabalho e também pelo fato dela não gostar de vir me ver quando meu pai estava em casa. Já o outro lado, tem um certo medo de que ela arrume briga ou coisa do tipo, com meu pai, minha vida já está complicada demais para ter que vê-los brigarem mais do que antes.

"E falando no diabo…", murmuro assim que chego em frente a minha antiga casa, vejo ele sair dela e me encarar enojado. "Oi, papai. Sentiu saudades?", debocho e ele apenas revira os olhos.

"Não tenho tempo para suas piadinhas, suma daqui e não me chame de pai."

"Qual é, papai."

"Diga logo o que quer e suma!", fala friamente.

"Quero saber de uma única coisa. Que festa é essa em família que vai acontecer?"

"É em família, coisa que você não é e nunca foi.", diz e é a minha vez de revirar os olhos.

"Essa não foi a minha pergunta, vou repetir. Que festa é essa?", ele suspira impaciente.

"Minha irmã irá dar uma festa, na qual será para celebrar o seu… nosso projeto!", meu sorriso desmanchou ao ouvir aquilo.

"Você não está falando daquele projeto, está?", questiono.

"Ele mesmo. Eu decidi aceitar, pois parece muito promissor e logo mais terei uma fortuna!", fecho meus punhos e suspiro.

"A sua esposa sempre te alertou que isso é um golpe e agora você vai…"

"Ela não é minha esposa, você não é a minha filha, entendeu? Agora para de me atrapalhar e saí!", seguro seu braço.

"Olha aqui, eu espero que esteja certa, mas caso seja verdade, que eu sei que é, não me procure quando precisar!", falo entre os dentes.

"Como se eu fosse precisar de alguém como você, não é?! Escuta, Yami, não tente fazer a minha família se tornar a vilã da história, pois você é quem é!", sorri ladino e bato palmas.

"Ok, vá em frente e tome a pior decisão da sua vida, mas quando estiver na lama, não diga que não avisei, Daniel!", falo e ele apenas acena voltando para dentro de casa, passo pelo seu carro e sorri. "Já que ele quer tanto gastar seu dinheiro com porcaria, vamos dar um motivo para ele gastar!", segura as chaves de casa e uso-a para riscar o carro, escrevendo o nome "babaca" nele. "Prontinho, boa sorte!", falo, retiro do meu bolso meu celular e ligo para elas, enquanto saio daquela rua. "Me encontrem na casa da minha avó, nós temos uma festa para destruir!"

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