C A P Í T U L O
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"Unidas sempre"
☀️☀️☀️☀️
Sábado, 02:57 PM.Quatro dias se passaram desde que decidimos aceitar a proposta da minha avó, posso dizer que esses foram os 4 dias mais complicados e bons também, as duas doidas -minha tia e minha avó- e responsáveis pela nossa mudança tinham o plano todo em sua mente, naquele dia compramos algumas roupas, no dia seguinte elas nos levaram para escolher sapatos e acessórios, não foi nada legal já que odeio fazer compras desse tipo. Na quinta-feira, ela nos deixou descansar e disse que hoje, sábado, iríamos sair para conversar sobre algo "necessário", já no domingo seria nosso último dia de "transformação", o que nos esperava para hoje? Nem eu mesma sei, apenas sinto que será um dia cheio de emoções.
Já havia se passado meia hora desse que saímos de casa, nós três pegamos o primeiro ônibus que daria perto da casa de minha avó, no meio do caminho conversamos sobre o possível assunto que seria tratado hoje, estávamos nervosas e nem sabíamos o motivo, contamos os minutos até que o ônibus parou e descemos, caminhamos mais uma quadra e estávamos em frente a casa, me aproximei e bati algumas vezes na porta, um minuto depois -sim, eu contei-, minha tia apareceu na porta e sorriu para nós.
"Meninas, que bom que vieram, entrem!", nos dando passagem entramos e tudo estava em outro clima, uma coisa mais leve e arrumado até, havia doces e outras coisas na mesinha da sala, além das almofadas no chão.
"Garotas estava achando que não viriam.", minha avó aparece na sala e vem nos cumprimentar, depois de todas se falarem nos acomodamos.
"Então vó, estamos aqui porque queremos saber o motivo de ter nos chamado.", digo nervosa e ela sorri.
"Calma, relaxem ok? Eu queria conversar apenas sobre...", ela faz uma pausa e encara cada uma de nós três. "Sobre o que guardamos as vezes, hm?"
"Eu vou sair e deixar vocês sozinhas, se precisar estarei no quintal.", minha tia saí e ficamos alí, eu, Sayuri, Chizue e minha avó, nós quatros.
"Antes de começarmos, quero que tenham em mente tudo que for falado aqui eu espero que cheguem em seus corações!", ela se senta no chão se juntando a nós. "Bom, eu não conheço vocês duas a muito tempo, mas sei tantas coisas que vocês não imaginam."
"Coisas? Sobre nós?", Chizue pergunta meio desconfiada.
"Sim. A dor que sentem, o peso, eu sei tudo isso garotas, sei o que se passa nessa cabeça e muitos podem dizer que são apenas garotas e não tem preocupações com nada, mas...", ela suspira. "Vocês tem, por isso, antes que decidam seguir com a vida de vocês quero falar algumas coisas, mas se quiserem pode ser uma de cada vez, vocês escolhem.", nós entreolhamos e concordamos.
"Nós não tem segredos.", diz Chizue e minha avó assente.
"Ok, uma de vocês já sentiu muito o peso de ser quem é de ter o que tem, ou melhor, tinha, muitos apenas se aproveitaram de você e aceitasse apenas por achar que as pessoas podem ser boas, mas você que era bondosa demais, as pessoas não merece a pessoa que és, mas eles vão aprender e se tem uma coisa que precisas saber é que aquele que um dia te humilhou e machucou, ainda irá precisar de você e apenas você será capaz de ajudar.", olhei para o lado e vi Chizue derramar uma lágrima, então ela começou a chorar, eu sabia desde o início que aquilo era para ela.
Chizue apenas levantou e perguntou onde era o banheiro, a garota saiu apressada até o local e já sabia como aquela "conversa sobre coisas necessárias" iria acabar, ela de alguma forma iria tocar no nosso mais profundo onde escondia coisas até de nós mesmos.
"Ela saiu e agora sobrou vocês, bem, independente de saberem ou não quem seja, apenas quero dizer a uma que você tem bastante medo do que as pessoas vão pensar e dizer, tem medo de deixar a borboleta sair da sua proteção e voar por aí, viver a vida dela mas se você não deixar ela viver, tu só vai estar deixando ela cada vez pior e nunca terá a cura, assim como se você não se permitir viver e esquecer aquele lobo nunca poderá seguir em frente, talvez ele não seja a pessoa certa e você só vai estar se privando, lembre-se que foi por conta do lobo que quase perdeu uma aliança, não deixe que lobos atrapalhem a aliança e não esqueça que você pode mais sozinha, com ou sem um lobo qualquer dentre outros tantos lobos.", eu sabia que ela não estava falando aquilo para mim e por isso fiquei em silêncio sem encarar Sayuri, deixei que se ela estivesse chorando naquele momento, com certeza não iria querer que alguém a encarasse.
"Eu... Ah... Vou deixar vocês sozinhas e procurar a Chizue, saber se ela está... Bem...", rapidamente ela também saí e assim como Chizue, Sayuri estava péssima, mas havia chegado a minha vez e eu tinha medo do que poderia vir de minha avó.
"Eu sei que vou acabar chorando, então dá pra adiantar? Não quero que elas me vejam chorando...", digo encarando ela por fim.
"Acha que chorar é uma fraqueza?", questiona séria. "Lembre-se de tudo que passou e pense, será que chorar não é o mínimo que posso fazer depois de tudo?"
"Vó... Por favor...", estava me sentindo sufocada por algo.
"Sei que dói, já deve estar pensando em tudo que vou começar a dizer e no seu passado também, eu sei o quanto é sufocante.", ela se aproxima e toca meu rosto limpando uma lágrima que eu nem sabia que tinha deixado cair. "Quantas vezes já te tocaram e você se sentiu podre, hm? Eles te chamaram de coisas podres e sabe o que é pior? Você era apenas uma criança, mas eu sei... Eu senti toda a sua dor por anos, só não sabia o que era, mas kamisama me contou, ele confessou tudo...", aperto sua mãe e um soluço escapa.
"Você eu me senti tão podre por dentro e por fora...", outro soluço e aperto mais ainda sua mão.
"Eu sei meu anjo, eu queria ter impedido tudo isso, todo o seu sofrimento e tudo. Ele duvidou de você quando gritou por socorro e mesmo assim ainda consegue amar ele, eu gostaria de poder bater na cara daquele homem e dizer alto o suficiente para ele escutar o quanto sofreu.", as lembranças me destruíam e a dor por lembrar só aumentava. "Mas não se preocupe, dias de glória virão e todos que um dia te fizeram sofrer vão pagar por isso, mas você precisa esperar e agir de forma muito bem pensada. Mas me prometa que não irá deixar Lady te dominar por completo."
"Vó... Dói tanto... Minha cabeça dói e...", quase não conseguia respirar e podia ouvir os gritos. Os meus gritos.
"Shhh. Calma, logo vai passar, eu estou aqui com você!", sinto ela me abraçar e aperto contra meu corpo, mas aqueles gritos e choros não param. "Eles vão parar..."
[...]
03:35 PM.
As palavras da avó de Yami não saíam da minha cabeça e tudo que queria era sair daquela casa o quanto antes para abraçar minha tia, aquilo tudo também era surreal, como ela podia saber de tanta coisa? Coisas que nem mesmo Chizue sabia? Coisas que eu guardava apenas para mim?
"Chizue, você está bem?", questiono ao bater duas vezes na porta do banheiro.
"Já vou sair.", diz com a voz abafada e logo a porta abre, seu rosto estava inchado e vermelhado, ela rapidamente me abraça. "Como que ela podia saber daquilo? Como?", diz trêmula.
"Eu não sei...", digo logo chorando também. "Vamos logo voltar, talvez elas já tenham terminado...", nós duas seguimos até a sala e vemos Yami abraçada a avó, ela parecia tão angustiada e percebemos que ela estava chorando, Chizue que segurava minha mão, soltou e foi até as duas e se juntou a elas, a abraçando, não iria ficar ali parada, então me juntei a elas também.
"É assim meninas, você precisam ficar assim, unidas para sempre!", diz a senhora e nós trocamos breves olhares.
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Unidos Por Beyblade
RandomYami Yamamoto é uma jovem de 17 anos apaixonada por beyblade, vive em Brooklyn nos Estados Unidos. Yami já ganhou diversas batalhas mas em nenhuma delas a garota mostrou seu rosto, ela é conhecida por vários nomes e Dark Lady é um deles, mas uma úni...