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C A P Í T U L O

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Descoberta?

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Tóquio, 12:44

Eu podia sentir meus músculos doloridos por conta da longa caminhada, sem contar que perdi o trem que iria pegar e acabei tendo que vir a pé, eu estava a ponto de ter um ataque de nervos.

Pude sentir o cheiro de comida assim que abri a porta o que fez meu estômago suplicar por comida, deixei meus sapatos no pequeno canto da porta e fui rapidamente até a cozinha, "Oi filha..." foi tudo o que meu pai disse antes de beijar o topo de minha cabeça, "Oi pai." respondi exausta e me sentei na cadeira deitando minha cabeça na mesa.

"O que há com você?" suas mãos acariciaram meus cabelos me fazendo relaxar. "Seu dia foi bom?"

"Tirando eu ter caminhado pra caramba, ter conhecido um garoto que era estranhamente animado e feliz que até agora não sei o nome e tudo isso por quê você disse à ele para me apresentar a escola. Tirando eu ter que deixar de comer por não querer encontrá-lo e ter corrido bastante pra fugir do garoto maluco. Tirando que a primeira aula que tive de Literatura já ser um poema romântico e a professora ser tão boa que me dá nos nervos e tirando o diretor ser calmo até demais, sem contar que perdi o trem. Tirando tudo isso, a minha vida vai uma... Bosta!" digo e o ouso rir.

"Não acredito que nada tenha acontecido de bom hoje."

"Realmente não aconteceu, gostaria, mas a vida me odeia o suficiente para não me deixar ter um momento de felicidade. Eu já quero voltar para Nova York!" digo e ele ri mais.

"Por Deus, Yami! Pare de reclamar, estamos aqui apenas dois dias, não seja tão pessimista."

"Eu realmente tentei, mas não consigo conviver naquela escola! A voz daquele garoto tagarela ainda está na minha mente, sabia? E para de rir!" ele realmente não parava apenas me olhava e ria mais ainda, daqui a pouco iria confundi-lo com um pimentão de tão vermelho. "Quer saber, eu irei dormir e só me acorda amanhã, porquê hoje eu não estou afim!" subi para o meu quarto e sabia que quando deitasse naquela cama eu apagaria no mesmo momento.

Acordei num solavanco e completamente suada por conta do pesadelo, gostaria de saber ao certo do porquê de ter os mesmos pesadelos, que agora estavam se tornando diários.

Tomei um banho gelado e vesti meu uniforme, como sempre não fiz nada de muito especial em meu cabelo apenas um rabo de cavalo e segurando minha mochila em meu ombro direito, saí do quarto.

Desci as escadas e não esperava ver a cena que vi. Não havia ninguém na sala ou na cozinha, me perguntava que horas seriam para meu pai ainda estar dormindo ou ter saído talvez, retirei meu celular do bolso e olhei a hora. Era exatamente 05:58, suspirei e caminhei até a cozinha, peguei duas maçãs-uma para comer agora e outra para o recreio-, preparei o café da manhã dele, pois sabia que iria ir para o trabalho, abri a minha mochila e peguei o necessário para fazer um bilhete, escrevi e deixei sobre a bancada.

"Pai, saí de casa mais cedo porquê  não consegui dormir, mas fiz seu café da manhã. Espero que goste do que fiz.

Ass: Yami"

Sai de casa e logo vi o sol brilhar no céu, fazia frio naquela manhã mas sentia que não estava tanto quanto ontem, a música que tocava em meu fone fez-me com que me perdesse nela e pude lembrar novamente do garoto misterioso. Eu realmente não queria estar tão interessada pelo garoto que tocava com tamanha delicadeza, mas era impossível pois gostava de mistério e ele era misterioso.

Cheguei na escola e vi de longe alguém, ou melhor, um garoto acenar em minha direção me deixando sem reação pois não sabia se era pra mim ou para outra pessoa, quando cheguei mais perto dele, me perguntei se estava cega ou era a mais pura verdade de que o garoto tagarela estava acenando para mim enquanto sorria mais que ontem.

Que ele não esteja acenando para mim, que ele não esteja acenando para mim...

"Ei Srª. Yamamoto!" outra duvida que tinha, por que raios ele me chamou de senhorita? "Oi, bom dia! Como vai? O que achou da escola? Tentei te achar para mostrar você aos meus amigos! Você fez amigos?" respirei fundo para não ter que xingar ele logo pela manhã e parei a música que tocava em meus fones.

"Bom dia. Eu vou muito bem e gostaria de que você fizesse menos perguntas, porquê odeio perguntas, então por favor pare de fazer perguntas!" ele apenas sorriu e começou a falar em seguida.

"Desculpe, mas posso fazer uma última pergunta?"

Ele realmente ia parar de falar, que bom!!

"Faz garoto, antes que eu vá embora..."

"Você quer se juntar a mim e meus amigos no refeitório?" olhei para ele e pude ver seus olhos brilharem e mais um sorriso se formar em seu rosto.

"Não. Eu gosto de ficar sozinha, entendeu? Agora tchau."

Eu apenas deixei ele sozinho para no meio do corredor, não entendia do por quê ele querer tanto que me juntasse a ele e seus amigos.

Caminhando pelos corredores percebi que as pessoas não gostavam tanto assim de ficar no corredor da sala de artes e música, o que era muito bom. Entrei no corredor e vi a porta como estava ontem, entreaberta, me aproximei dela e o vi, mas desta vez ele mantinha-se de cabeça baixa e os braços apoiados no piano, ele parecia frustrado e não foi preciso ver seu rosto para notar isso.

Eu sabia que ficar observando pessoas não era do meu feitio, quer dizer, eu sempre observei pessoas, mas não da maneira que estava fazendo agora, na verdade eu nem sabia do porquê estar ali, ele era apenas um garoto que toca piano, certo? Tantos garotos tocam, então... Por que ainda estou observando seus movimentos? Talvez não seja ele o motivo de estar agora bisbilhotando, talvez seja sua música que me cativou, nada tem haver com ele e sim sua música, seu jeito de tocar que me encanta e não ele, nunca ele. Ou talvez não? Kuso*, preciso para de pensar tanto nisso.

No momento que iria sair dali, ouvi-lo tocar as primeiras notas e eu parei, realmente havia parado naquele momento e meu corpo traíra foi ao encontro da porta e logo estava novamente perto da porta, ouvindo tocar aquela melodia que meus ouvidos já conheciam tão bem. Gostaria de saber o que há comigo e me pergunto se estou maluca. Eu estava tão distraída que não percebi quando bati na porta sem querer, ele parou de tocar e corri o mais rápido que pude.

Será que ele me viu? Chikushou*...

Palavras diferentes:

Kuso: Porra

Chikushou: Mas que droga

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