C A P Í T U L O
57
"Me destrói"
☀️☀️☀️
Segunda-feira, 10:00 PM.
A noite estava fria e as ruas vazias, enquanto caminhava pelos quarteirões enormes podia ver alguns casais ou familiares que passavam por mim, todos rindo e se divertindo juntos, enquanto a mim estava sozinha. Em pensar na minha solidão, me fez lembrar dos meus pais e que eles morreram jovens demais e me deixaram com meus familiares, desde nova tive que aprender a me virar, afinal ninguém quis cuidar da minha tia, então precisei eu mesma fazer isso.
Quando me sinto só, gosto de pensar como seria tudo se tivesse outra família, outra vida. Eu imagino que seria rodeada de amigos, com bastante dinheiro, pais que me dariam tudo, nenhuma preocupação além de cuidar dessas coisas que meninas ricas fazem, talvez eu seria a popular da escola. Mas com tudo isso, penso que meus "amigos" teriam mais interesse em meu dinheiro do quê em mim, meus pais não iriam me dar o mais importante: amor, sendo a popular seria uma metida arrogante, então no final das contas, eu prefiro ser quem eu sou, com os amigos que tenho, a minha tia e minha vida normal.
Estava tão perdida em meus pensamentos, que não vi quando um garoto se aproximava de mim, fazendo então nos esbarrarmos e cair no chão, meu ombro doía pela pancada, mas ignorei isso e levantei olhando para o rapaz que estava de cabeça baixa, ele levanta e me encara.
"Shu? O que faz aqui?", pergunto e ele desvia o olhar, como se procurasse algo para me dizer.
"Eu vim dar uma volta, não conseguia dormir.", explicou, mas aquilo não foi o suficiente, ainda não conseguia acreditar nele. "E você? Está sozinha, é perigoso, sabia?", apenas assenti em resposta.
"Minha casa está a dois quarteirões daqui, não precisa se preocupar.", digo voltando a andar, mas ele aparece em minha frente novamente.
"Eu posso te levar até em casa…"
"Não. Já está perto, Shu. E eu estou com dor de cabeça, não tô afim!", tendo outra vez passar por ele, mas ele não deixa.
"Sei que está me odiando, mas ao menos vamos conversar, dessa vez com calma.", suspiro profundamente.
"Está bem, você tem cinco minutos para falar o que quiser.", digo e ele concorda.
"Vamos até a cafeteria aqui perto, ela ainda não fechou."
Assim, eu e Shu caminhamos até a cafeteria mais próxima, ele estava certo quando disse que não tinha fechado, o que foi bom, escolhemos uma mesa perto da janela e pedimos algo para beber, a cada minuto que se passava eu queria fugir dali e dele.
"Pode começar, vou até marcar com meu celular.", digo olhando a hora e ele apenas segura minha mão, mas assim que olho em seus olhos ele se afasta.
"Sayuri, quando você disse aquilo tudo eu fiquei em choque, não imaginava que sentia algo por mim…"
"E agora você sabe. Era só isso? Vou embora.", digo fazendo menção de levantar, mas ele segura meu pulso.
"Espera, eu não acabei. Não entendo o motivo de me odiar, não fazia ideia de que sentia algo e você não... parecia demonstrar."
"Isso é passado, Shu. Apenas esqueça disso tudo!", abaixo o olhar.
"Só quero que saiba que não precisa ficar com raiva da Yami, eu beijei ela, mas não era para ser ela, sabe?", o encaro confusa e respiro fundo.
"Eu não tenho raiva da Yami, nem de você e nem de ninguém, mas já que você falou disso, me explica.", me aproximo dele. "Quem você queria beijar, Shu?"
"Sayuri…", ele abaixa a cabeça.
"Me diz, eu preciso saber antes de ir embora de vez pela aquela porta, preciso ter a certeza de que ter vindo até aqui e olhar na sua cara não foi um erro!"
"Foi…", ele retorna a ficar em silêncio, mas então Shu me encara. "Desculpa, não consigo.", o Kurenai apenas levanta da cadeira e saí da cafeteria me deixando sozinha.
Ao sair da cafeteria, olhei em volta a sua procura, mas não havia um rastro se quer de onde ele estava, o que me deixou irritada e desapontada com ele, eu queria gritar e dizer o quão babaca você era e o tanto que eu era idiota por ainda sentir algo por ti, mas apenas fiquei em silêncio parada no meio da rua.
O céu se fechou dando sinal de que iria chover, então sem pensar comecei a andar na direção oposta a da minha casa, minha mente estava um turbilhão e eu apenas me xingando mentalmente por ter aceitado ir com ele e ouvi-lo, mas o som do meu celular me fez parar de pensar demais. Era Maya, uma moça que cuida da minha tia nas horas vagas, com o coração em pedaços e a voz meio embargada, apenas atendi o telefone.
"Maya? O que houve?", pergunto e observo os carros passarem rapidamente por mim enquanto caminho.
"Você já está chegando?", apenas olhei para o céu e em seguida para o chão, com um sorriso triste respondi a ela.
"Eu não vou poder voltar agora, mas vou te passar um endereço, será que você pode levar minha tia até lá?", questiono e paro em frente ao ponto de ônibus vazio.
"Claro, eu vou arrumar ela.", sem mais nenhuma palavra, apenas desligo e envio o endereço e coloco meus fones.
Observando a movimentação pela janela, as pessoas e os carros passavam e eu ainda não conseguia esquecer ele, as suas palavras e seus olhares, logo agora que estava conseguindo acabar com esses sentimentos Shu volta e destrói tudo que consegui, minha mente traiçoeira me fazia pensar nos poucos momentos nossos e isso acabava comigo por dentro. Essa situação me destruía.
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Unidos Por Beyblade
RandomYami Yamamoto é uma jovem de 17 anos apaixonada por beyblade, vive em Brooklyn nos Estados Unidos. Yami já ganhou diversas batalhas mas em nenhuma delas a garota mostrou seu rosto, ela é conhecida por vários nomes e Dark Lady é um deles, mas uma úni...