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C A P Í T U L O

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"Pai"

☀️☀️

Segunda-feira, 10:00 AM.

Aquela hora meus nervos ainda estavam a flor da pele, atentamente tentava me concentrar em uma maneira de conseguir fazer meu plano dar certo. Ok, eu, Yami Yamamoto, estou ficando louca? Não, eu já sou. Tô querendo arrumar briga? Não, porque eu não de fazer isso.
 
               Mas, a minha ideia é bem simples, preciso apenas da ajuda daquelas bakas e conseguiremos executar meu plano com perfeição, aquelas três terão o que merece, claro que isso é só o começo do que pretendo fazer. Caramba, isso é tão estranho, falar isso é tão estranho e bom ao mesmo tempo, não me reconheço, não seria capaz de fazer isso, mas agora eu sinto que deveria fazer por tudo que ela me fez.

"Sayuri que bom que te achei!", digo e me sento em sua frente, ela estava a comer seu lanche, naquele momento falta pouco tempo para o intervalo acabar.

"O que é? Tô comendo.", diz revirando os olhos.

"Cadê aquela baka da Chizue? Preciso dela pra a gente resolver uma coisa.", digo olhando em volta procurando por ela.

"Não sei. Mas eu aviso a ela o que quer dizer, vamos ter aulas juntas, enfim o que foi?", questiona e sorri.

"Eu tive uma ideia de como dar uma lição naquelas otárias."

"E qual seria? Estou muito curiosa.", ditou largando seu lanche e me aproximo mais.

"Tudo bem, o plano é o seguinte…"

[…]

10:20 AM.

           O sinal já tinha tocado faz alguns minutos, mas desde que recebi uma mensagem de minha mãe dizendo que era sobre meu pai, tive que ficar no banheiro esperando que me ligasse, Sayuri e Yami devem estar preocupadas, mas não tive tempo em pensar de avisar, então fiquei alí esperando que ela me ligasse, mas os minutos passavam e nada, nenhum sinal de minha mãe, até sentir meu celular vibrar no meu bolso.

"Alô? O que houve mãe?", um silêncio se instalou e apenas um barulho de algo quebrando foi o que eu pude ouvir.

"EU TE ODEIO SUA VADIA! Está me ouvindo? EU TE ODEIO! Por sua causa ele está preso agora, não era isso que queria? Eu espero que você morra…", naquele momento eu senti como se tivesse sido acertada bem meu rosto e peito, como se algo tivesse me perfurado, estava devastada, completamente destruída.

"Mamãe… eu não...", não consegui continuar, seus gritos e barulhos de algo quebrando era tudo que podia ouvir do outro lado da linha, as lágrimas quentes molhavam meu rosto e um misto de tristeza e raiva tomava conta de mim.

"NÃO ME CHAMA DE MÃE!!!", esbraveja.

"Mesmo que tenha dito que me odeia e me chamou de vadia, eu ainda sim… mãe, te perdoou, mas a partir de hoje, eu é que não quero olhar na sua cara!", desligo a chamada e me encosto na parede gélida, enquanto continuo a chorar baixinho.

             Depois de me recompor, saí do banheiro e fui até a diretoria na intenção de falar com o diretor, quem sabe tentando explicar a ele talvez consiga sair mais cedo, eu só quero me encontrar com ele e dizer tudo que sempre guardei pra mim.

"Bom dia diretor, será que podemos conversar?", ele sorri simpático e pede para que entre, me aproximo de sua mesa e o encaro séria.

"Então?"

"Diretor, eu queria pedir para que o senhor me deixar sair mais cedo, poderia?", ele sorri triste para mim.

"Claro. Eu sinto muito pelo que houve com seu pai!", diz sincero.

"O senhor ficou sabendo?", pergunto e ele assente.

"Passou nos noticiários, sinto muito.", forço um sorriso e agradeço, me despeço e saio de sua sala.

             Procurei minha sala e onde Sayuri estava, ao achar a garota, tomo coragem e abro a porta da sala para chama-la, todos os olhares foram para mim assim que abri a porta o que me fez ficar desconfortável.

"Sayuri?!", ela vem até mim e sorri.

"Onde estava? Estamos pensando em fazer uma coisa bem legal e… estava chorando?", pergunta franzido o cenho.

"Sim. Meu pai está preso e discuti com minha mãe, preciso ir resolver uma coisa… nós vemos mais tarde na casa da Yami, ok?"

"Claro, se precisar de mim me liga, ok?", sorri e a abraço fortemente, era tudo o que eu precisava, um "abraço" e um "se precisa me liga".

"Tcahu.", me despeço e saio correndo.

[…]

10:56 AM.

        Minhas mãos estava soando só de pensar em falar com ele, mas ao mesmo tempo estava segura de que iria sair daqui de cabeça erguida seja lá o que aconteça.

         Ao passar pela porta, vejo meu pai sentado e algemado, ele tinha uma face séria mas irritado, enquanto eu estava tentando ficar serena diante de tudo aquilo, diante dele.

"Veio me visitar… Chizue?", diz meu nome com ironia.

"Não, eu vim por mim e porquê tenho muitas coisas pra te dizer.", ele faz um sinal para que me sento e assim faço.

"Pode dizer, estou curioso para saber o que tem a falar."

"Eu estou aqui pra te fazer uma única pergunta, o que aconteceu com aquele homem que eu chama de pai?", seu semblante muda rapidamente, antes sua postura era de alguém superior e egocêntrico, mas agora, ele parecia superior e triste. "O que aconteceu com esse homem? Você tem noção do que aconteceu? Você me bateu e me humilhou, agora por sua causa minha mãe me odeia, sua mulher me odeia e também essa mulher é a mesma que você traia todos os dias, o que você transformou a minha mãe?", não me permitiu chorar em nenhum momento, não iria dar esse luxo a ele.

"Era só isso?", diz mudando e se transformando naquele homem estúpido novamente.

"Não. Quero dizer que eu estou feliz que finalmente você está no seu devido lugar, na cadeia…"

"Sabe o que eu acho? Que você é uma vadiazinha mimada e ingrata, sempre gastando meu dinheiro, agora tá aí posando de grandiosa, mas não passa de uma vadia suja…", me levanto e estendo a mão para dar em seu rosto, mas paro. "Ué? Não vai bater? Bate. Bate sua vadia!", abaixo a mão e nego sorrindo.

"Eu não vou fazer isso e sabe por quê? Porque eu não sou você e nunca serei, a partir de hoje eu não quero mais nada que venha de você, se acha que eu vou chorar e pedir desculpas, está enganado, quem me deve desculpas é você por tudo me fez.", ele rir debochando.

"Eu vou anotar em minha mente o que está dizendo, um dia você vai precisar de mim, ou melhor do meu dinheiro!"

"Não pai, eu não quero nada que venha de você. O que você fez… eu tinha você como meu herói!", digo e vou até a porta, antes de sair o encaro pela última vez e digo. "Mas agora você se tornou o vilão e eu sinto muito por você ter se tornado isso, eu daria tudo pra saber o motivo. Adeus.", digo e saio.

          Naquela sala eu tinha deixado tudo pra trás, as mágoas, as noites que não dormir pensando que eu era culpada por tudo, pelas diversas vezes que chorei, aquele peso, aquela mala pesada, eu deixei naquela sala juntamente com um homem que nunca foi meu pai, porquê o meu pai morreu a anos.

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