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C A P Í T U L O

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"Amizade acima de tudo"

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Quarta-feira, 05:00 am.

Naquela madrugada, em uma quarta-feira cinzenta para muitos, os sons dos carros não eram audíveis em algumas ruas, mas Tóquio já havia acordado a muito tempo.

As árvores com cores vivas, as flores carregadas de perfumes inconfundíveis e texturas suaves como pelos sedosos, mas nem mesmo aquele ar doce da primavera faria o que o ambiente da casa se tornasse calmo e bom, e ele estaria longe de estar razoável.

O barulho das rodas de uma das malas ao descer as escadas podiam ser escutados do andar de cima e Yami não fez questão de esconder o que estava fazendo, ao descer a última mala, colocou a mochila ao lado das duas malas e esperou.

"Mas que merda é essa? Por que essas malas estão aqui?"

"Não é óbvio? Estou indo embora Raiden.", ele não sabia o que responder, sua mente apenas girava e aquela frase se repetia "estou indo embora Raiden".

"Mas... O que... Que tipo de brincadeira é essa?", ela se manteve firme e limpou a garganta.

"Eu nunca fui de brincar e se digo que vou, é porque eu vou!", ele ainda não consiga acreditar, seria essa a pegadinha do ano?

"Yami...", ele tentou se aproximar e toca-la, mas aquele era o ponto fraco da garota seu toques e ela não queria ser fraca agora, não queria voltar atrás com a sua palavra, por isso se afastou no seu primeiro passo ao encontro da mesma. "Eu fiz alguma coisa que..."

"Não. Eu agradeço por ter me ajudado esse tempo todo mas... a sempre um começo e um fim, e esse é o fim. Estou partindo!", ele tenta outra vez se aproxima e ela recua novamente.

"Podemos tentar outra vez, você estava conseguindo, né? Tinha amigos e... pessoas a quem confiar...", suas palavras vacilaram algumas vezes.

"Mas acabou, amigos não são para sempre, pessoas não são para sempre, morar juntos não é para sempre e... sentimentos não são para sempre!", ele sentiu o peso de cada palavra que ela disse, mas o que mais fez sentir um aperto em seu peito, foi saber que o que ela quis dizer foi "não sinto mais aquelas coisas estranhas como no dia da festa e de todas as vezes que nos beijamos".

"Você realmente vai embora?", ele se aproximou, mas ela ainda estava tão imersa em suas lembranças que não percebeu, Raiden foi cada vez mais se aproximando até ficar o suficiente para agarrar sua cintura e juntar seus corpos. "Me diz isso olhando nos meus olhos e perto o suficiente para me fazer acreditar!", ela rapidamente se deu conta, mas sua mente estava bagunçada demais com a aproximidade de ambos.

"Raiden...", deixou que o nome dele morresse em seus lábios e ele aproximou mais seus rosto.

"Diz Yami... diz pra mim, seja verdadeira comigo ao menos dessa vez, sem me esconder nada.", mesmo tentando recobrar os sentidos, Yami foi totalmente diferente aos seus sentimentos e desejos, reunindo o pouco de forças que tinha, ela se afastou e encarou suas íris. Tinha que ser forte.

"Eu já disse que vou embora, só precisava de um otário para me abrigar em algum lugar e me aproveitar da situação, mas você era idiota demais, então estou indo embora...", ele se afastou bruscamente dela e sentiu seus olhos arderem.

"Ayane estava certa sobre você..."

"É isso, eu... tenho que ir embora!", ela segura suas malas e vai em direção a porta. "Foi bom enquanto durou!", diz e fecha a porta, Raiden desaba em lágrimas, uma mistura de ódio e algo que ele não fazia idéia do que era, sua mente estava confusa, assim como seu coração, ele pega um abajur e joga na parede, começando então a jogar qualquer coisa que visse em sua frente.

Usado

Ele se sentia usado pela garota de olhos tão escuros e profundos, mas por quê ele ainda não conseguia acreditar na garota? Uma parte dele dizia que aquilo foi dito da boca pra fora e a outra dizia que seu ódio era real, mas aquele sentimento estranho mais forte ainda.

Já a ela se permitia apenas sentir a dor de partir, jamais de chorar ela pensava, suas mãos tremiam e ela ainda podia sentir um formigamento onde as mãos fortes dele tocaram, sua mente ainda com uma neblina escura que não permitia ela pensar em mais nada. O carro parou em frente a um prédio pequeno onde moraria por algum tempo, ela desceu do carro e pagou ao motorista, segurando suas malas firmemente ela entrou no prédio em condições não muito estáveis, foi atendida por uma senhora de mais ou menos setenta anos, simpática e educada.

"Esse é o seu.", entrega as chaves para Yami e abre a porta, ambas entram no local enquanto a senhorinha tratava de mostrar cada cômodo. "Bem, espero que se sinta a vontade, se precisar de algo estou no segundo andar número 205!"

"Muito obrigado.", diz fazendo reverência, a senhora saí e Yami se senta no sofá suspirando pesadamente.

Novamente sozinha

[...]

"Sayuri? Posso entrar?", perguntou Chizue.

"Uhum.", ambas se sentaram no sofá da sala. "Já faz um tempo que não nos vemos..."

"É. Say, a Yami está muito mal, eu tenho certeza que ela não fez por...", Sayuri levantou a mão em um sinal para que se cala-se.

"Você não viu o que eu vi Chizue, já imaginou se você visse a sua amiga que você confio beijar a pessoa que você gosta? Ela nunca foi nossa amiga, essa é a verdade!"

"Não. Eu tenho certeza que não, fui atrás dela e Raiden disse que não há vê já faz uma semana, ela só fica no quarto trancada e ele não sabe se ela saí durante a noite ou não. Ela tá triste!!"

"Não, tá não! Ela é uma falsa isso sim, eu achei que fosse minha amiga também..."

"E sou!"

"Então para de defender ela caralho!"

"Não grita assim comigo!!!"

"Então saí da minha casa porra...", Chizue levantou e seguiu até a porta, abriu a mesma e olhou para a amiga.

"Lembra de uma coisa, ok? Amizade acima de tudo, até mesmo desses machos escrotos, ela é uma de nós e precisamos dela tanto quanto você precisar de qualquer pessoa!", dito isso ela saí fechando a porta, Sayuri sentia um vazio dentro de si, mas nunca assumiria para ela que lá no fundo Chizue tinha razão.

Será que orgulho tem que sempre estar na frente de tudo? Ou nossos sentimentos vem em primeiro lugar?

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