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C A P Í T U L O

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"The End..."


❄❄❄

Domingo, 07:07 AM.

Tenho medo. Medo de errar, acertar, ver, ouvir, sentir, mentir, da verdade, do amor e principalmente do vida.

Continuar a viver num mundo onde você não tem ninguém ao seu lado é tão difícil, não faço diferença na vida de ninguém, nem na de quem um dia eu amei: meu pai. Afinal que tipo de pai te deixa de castigo por besteira, quando sua vida tá desmoronando?

"Pai... eu... eu juro...", digo entre soluços. "Fui estuprada...", digo por fim.

"Ah Yami... conta outra. Você bate na sua prima, humilha ela e depois pega meu dinheiro torra ele, e ainda tem coragem de dizer que foi estuprada?", ele ri sarcástico. "Eu devia escutar sua prima e te mandar para um internato!"

"VOCÊ NÃO ACREDITA NA PRÓPRIA FILHA, VOCÊ É RIDÍCULO!!", grito e o vejo com muita raiva, ele ergue a mão para me bater e fecho os olhos.

Se passa um tempo e nada acontece, abro os olhos e vejo o vizinho segurando seu braço, ele dá um soco em meu pai e me puxa para fora dali. Andávamos apressadamente e só paramos quando chegamos em uma casa bonita e pequena, ele abre a porta com uma chave.

Encarei seu rosto, ele estava sério e talvez um pouco nervoso, seus cabelos grudados na testa por conta do suor e seu maxilar travado.

Entramos na casa e ele me puxou para o segundo andar, abriu a porta de um dos quartos e me levou até a cama me fazendo sentar, ele começou a andar de um lado para o outro enquanto permaneço de cabeça baixa.

"Você está bem? Ele te machucou?", nego e ele assente. "Ele te bate a muito tempo?"

"Foi a primeira vez que ergueu a mão para fazer isso..."

"Está pálida...", tocou em minha testa com as costas das mãos. "Está febril também."

"Estou bem."

"Não está não. Comeu algo?", nego pela segunda vez. "Não me diga que ele não deixou...", me encolho. "Desgraçado...", soltou alguns palavrões. "Fique aqui. Vou comprar algo para você comer!", ele saí e começo a chorar.

Depois de alguns segundos, meus pensamentos se tornaram um só e minha decisão iria mudar minha vida, saí da casa e caminhei pelas ruas sentindo as pessoas passarem por mim esbarrando seus braços nos meus, mas isso não importava, cheguei ao meu destino e subi nele, era alto e lá em baixo fundo. Era perfeito, ninguém iria perceber, apenas depois que me encontrassem enxada e depois passaria nos noticiários, todos iriam ver e saber.

Seria minhas últimas lágrimas, suspiros, gritos, respiração e dor, minha última vez viva. A vida já não tem sentindo para mim, então por que continuar? Era chegada a hora de acabar com tudo, seria meu último momento e até poderia mandar uma mensagem para minha mãe ou para o cara que iria me bater, para a minha obasan que me odeia, suas filhas e todo o resto, deveria agradecer ao meu vizinho e todos que foram pacientes comigo, deveria dizer aquela garota roxinha que ela não precisa sofrer pelo Valt, dizer a Say que ela e Shu devem ser felizes, dizer ao garoto da cafeteria um obrigado e que não podemos ter mais momentos como aquele. Dizer a todos adeus.
"Morte... espero que esteja feliz. Você vai levar mais uma hoje!"

Fechei os olhos e respirei fundo, olhei pela última vez aquela vista incrível e... pulo da ponte.

Aos poucos o ar vai faltando e tudo que posso sentir é o ae indo embora, as cenas dos momentos mais importantes da minha vida passam como um flash e pude ouvir sua voz me chamar.

"Yami querida?"

"Amber?", digo chorosa.

"Sim. Estava te esperando... mas o que está fazendo com você?"

"Eu não sei..."

"Você não pode vir comigo, ainda tem muito o que fazer... tem muitas pessoas para amar!"

"E quem vai me amar?"

"Eu vou. Mas você escolhe... você prefere vir comigo ou recomeçar e ser amada? Tem um anjo que quer te salvar..."

"Me... me leva Amber!", digo e ela estende a mão para mim, mas sinto algo me puxar e logo a luz vem.

"Ficou maluca??", ouvi sua voz e logo ele colocou nossas testas, comecei a tocir e apertei seus ombros.

"Me deixa morrer vizinho...",. digo de olhos fechados e sinto nossos narizes se tocarem.

"A morte não pode levar a vida...", diz e aperta minha cintura.

"Então me leva pra perto da vida!", enlaço meu braço em seu pescoço.

"Vou te fazer viver novamente...", abro meus olhos e encaro suas íris.

"Me tira daqui...", digo em um sussurro e ele assenti.

"Vamos pra casa..."

Quando voltamos para ponte, eu vi a Sayuri parada nos encarando e assim que me viu correu para me abraçar.

"Não faz mais isso!!", diz.

"Obrigado Say por me ajudar a encontra-la!", o vizinho diz e ela se afasta.

"De nada. Você precisa descansar!"

"Ela vai pra minha casa...", Say assenti e ele segura minha mão me levando embora.

Chegamos a casa de antes e ele me entregou toalha para tomar um banho, tomei e sai sentando na cama só se toalha.

"A Sayuri passou aqui e deixou essas roupas...", disse entrando no quarto.

"Obrigado.", digo de cabeça baixa.

"De nada.", ele saí rapidamente e me visto.

Já tomada baixo e vestida, desci as escadas e vi a pequena mesa com bastante comida, ele aponta para que sentasse e assim faço, comemos em silêncio e depois subi pro quarto exausta, me deito na cama e olho para porta.

"Se precisar de algo me avise!", diz sério como sempre.

"Certo. Ah. Pode me dizer seu nome?", ele sorri minimamente.

"É Raiden Ootsuki!"

"Valeu Raiden!", digo e fecho os olhos.

Meu anjo tinha nome e sobrenome!

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