Os motivos para te amar

558 26 6
                                        

Uma vez eu li, em uma revista, um depoimento de uma mulher falava que não existi motivos para amar, nós apenas amamos.
Mas eu, Lauren Jauregui, nunca aceitarei isso. Pra tudo tem motivos.
Por exemplo, qual o motivo das plantas fazerem a fotossíntese? Elas não só fazem e pronto, existe um motivo ou vários, não sei muita coisa sobre plantas.
Enfim...
Eu poderia falar vários motivos pra te amar, mas levaria a vida toda...

- Jauregui o que você tanto faz digitando ai? - Olhei para o poste em forma de gente na minha frente.

- Nada Dinah, o que foi? - Fechei o notebook.

- A tua mulher tá insuportável hoje - Eu olhei para a latina, que conversava algo com a Ally e Normani.

- Ela não é minha mulher - Voltei meu olhar para Dinah.

- Mas bem que você queria - Eu suspirei.

- Nem tudo é como nós queremos - Peguei meu notebook e levantei - Vou no banheiro, depois vou pra sala - Tirei a atenção das três ali.

- Aconteceu alguma coisa? - Perguntou a negra.

- Foi o que falei, branquela? Eu só disse a verdade, como todos os dias - Revirei os olhos.

- O que você disse pra ela Dinah? - Perguntou a baixinha.

- Tenho aula em cinco minutos - Elas assentiram e Camila levantou.

- Eu vou com você, vejo vocês mais tarde - Ela me puxou dali - Olha eu sei que você é a mais fechada de nós, mas eu te conheço Lauren, hoje você não saiu desse notebook - Disviei de um garoto.

- Só estou com um projeto, pro meu futuro - Coloquei a mão esquerda, no bolso do moletom e continuei andando sem olha-la.

Não me leve a mal, mas sentia que se eu ficasse mais de um minuto falando com ela, seria meu fim. Ela iria descobrir meu amor, depois se afastaria e eu me sentiria mal com isso. Além de tudo, nós moramos todas juntas e o clima não ficaria bom, na casa.

- Ei Lauren - Alexa me segurou pelo braço - Você nem respondeu minha mensagem - Olhei para Camila que fingia olhar algo na unha.

- Eu perdi meu celular, foi mal - Me soltei dela.

- Mas...

- Nos vemos por ai, tchau - Empurrei levemente a latina, que voltou a andar ao meu lado.

- Essa foi a pior desculpa, que você já deu pra alguém - Riu.

- Mas eu realmente perdi meu celular, não acredita em mim? - Ela pegou o aparelho no meu bolso de trás - Olha só, você é minha heroína Camila, onde achou ele?! - Ela gargalhou e eu peguei o celular.

E ali estava meu maior ponto fraco, sua risada escandalosa e a mais linda. Me praguejei por estar pensando nisso e entrei no banheiro. Esperei que ela fizesse o que tinha que fazer e pedi para que ficasse de olho nas minhas coisas. Fiz minha necessidade, ou o número um como Camila falava, e sai dali. Lavei minha mão, peguei minhas coisas e então saimos dali.

- Te vejo mais tarde e vê se não perde mais esse celular, vai que eu precise falar contigo - Ela falou entrando na sua sala, me deixando com um sorriso idiota.

Caminhei para minha sala e assim se passou mais um dia na minha faculdade. Mais tarde passei em casa pra tomar um banho e fui para a New York times onde eu fazia estágio. Assim que entrei na empresa fui direto para a sala do sr Zafón.

- Boa tarde Srta Jauregui, como anda o seu livro? Achou sua inspiração? Vai conseguir me mostrar até o final do ano ou minha aposta em você foi em vão? - Me sentei na cadeira a sua frente.

Pois é, meu chefe apostou com o sr James, que até o final do ano eu teria entregado algo bom e ele tomaria seu lugar como editor chefe. O outro cara apostou em um garoto, que trabalhava com eles há um tempo e já tinha até escrito um livro, que era muito bom na minha opinião. Depois que nós fomos para a sala do Sr Zafón, ele me perguntou se eu o decepcionaria e claro que eu disse que conseguiria. Até ontem eu estava sem idéia de como fazer esse livro.

- Sim senhor, no final do ano ele estará pronto, eu não irei decepciona-lo - Ele sorriu e voltou a digitar no seu computador.

- Quero que você leia essa notícia, concerte os erros e me diga o que achou. Um repórter me troxe hoje e disse que seria uma boa notícia - Peguei o caderno e comecei a ler.

Esse sempre foi o meu trabalho, antes da aposta. Eu chegava lia e corrigia uma matéria para o jornal e informava se era boa para meu chefe. Agora meu trabalho é chegar aqui ler, corrigir, falar se é boa e me enterrar no computador, pra escrever meu livro.

Os Motivos Onde histórias criam vida. Descubra agora