13. o jeito que você cuida de mim

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Se quando eu descobrir que minha mãe estava com câncer tudo amanheceu cinza, hoje, o dia nem amanheceu pra mim. Ela era tão linda, tão nova e tão...Minha mãe. Não fui ao seu enterro, ela me fez prometer que não. Eu também não queria que minha ultima lembrança da minha mãe, fosse sendo enterrada. Tentei fingir que estava tudo bem e fui pro colégio, mas ao chegar lá todos estavam me olhando com pena. Eu fui o centro das atenções, todos me disseram um "sinto muito",  "tenho certeza que ela foi uma mulher incrível" ou "meus pêsames". Tudo isso me trouxe para o banheiro e pela primeira vez me deixei chorar.

- Lauren? - Ouvi a voz dela - Sou eu Camila - Eu já sabia que era ela - Quer conversar? - Limpei meu rosto e contei até dez respirando fundo em cada número.

Sai da cabine, fui até a pia lavei meu rosto e o sequei, tudo sob o olhar dela. Ela me perguntou novamente se eu queria conversar, mas eu apenas sai do banheiro. Já era o intervalo, então fui até o refeitório e me sentei na mesa de sempre com as garotas. Elas me conheciam tão bem, que sabiam que eu não queria falar nada, só estar perto delas era suficiente. Então minha manhã na escola acabou e eu fui até o ponto para pegar o ônibus. Como ele ainda demoraria uns quinze minutos fui até uma lojinha de doces e comprei algumas besteiras.

- Tá tudo bem garota? - A atendente me perguntou.

- Tá - Peguei a sacola e enfiei na mochila - Obrigado - Sai da loja e voltei para o ponto.

- Vai continuar me ignorando? Eu falei alguma coisa que não deveria? - Pro meu azar Camila também estava ali.

- Só me deixa em paz, ok? - Coloquei meus fones, mas não coloquei nenhuma música.

Cheguei em casa, mas não entrei, não conseguia. Peguei meu celular, tentei ligar pro meu pai, mas  ela não atendeu. Me sentei na calçada e fiquei ali, esperando ele, mas ele não apareceu. Já estava escurecendo e eu estava com fome, os doces não em encheram. Pensei em ligar pra  Normani ou a Dinah, mas ela me lembravam dos almoços de sábados com minha mãe.

- Lauren? - Olhei para cima e vi Ally - Hey, o que faz aqui? - Perguntou se aproximando.

- Não consigo entrar - Ela sentou ao meu lado.

- Isso tudo está na sua cabeça, sabia? Quando eu perdi meu avô, não conseguia nem ficar perto dos meus pais, mas depois de umas sessões de terapia eu melhorei - Ela pegou em meu braço, que logo puxei.

- Ai! - Estava ardendo.

- Deixa eu ver isso - Mostrei meu braco todo vermelho pra ela - Você está toda queimada! - Pegou seu telefone e discou um número - Oi eu tô aqui na casa da Lauren...Vem aqui...Ok tchau - Desligou.

- Não precisa incomodar ninguém, Ally - Falei.

Ela me ignorou e ulguns minutos depois, um carro parou na nossa fente. Uma mulher desceu e logo Camila. Abaixei minha cabeça, por estar envergonhada. Fui muito rude com ela.

- Oi ela ainda não conseguiu entrar na casa dela - Senti uma mão em meu ombro, mas não levantei a cabeça.

- Oi Lo, eu posso te ajudar a entrar? Hum? Nós duas vamos entrar juntas - Levantei e sem olhar pra ela, fomos andando até a porta da casa.

- Não, eu não vou entrar ai - Tentei voltar, mas ela segurou minha mão.

- Eu te ajudo, olha pra mim - Puxou meu rosto e eu a olhei - Eu vou te ajudar, me deixa cuidar de você - Eu assenti dertotada.

Ela abriu a porta e nós entramos. Pra cada lugar que eu olhava eram muitas lembrança que vinham na minha cabeça. Entrei no meu quarto e não segurei mais meu choro. Não aguentava mais, minha vida acabou ali.

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