Pain and other things

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Justin.

Nós iríamos voltar para casa hoje. Então, eu e os caras estávamos conversando e agradecendo ao pai do Ryan, e claro elogiando o maravilhoso hotel que ele é dono.

As meninas desceram, mas meus olhos se prenderam apenas em Julie, que usava uma blusa preta e shorts rosa, um óculos escuros e aparentava cansaço. Ela veio em minha direção arrastando sua mala, a qual eu fiz questão de pegar. Ela tentou negar, mas acabou cedendo.

Nos despedimos do Sr.Butler e fomos para o aeroporto.

Esperamos chamarem por nosso vôo e fomos para Los Angeles. 

(...)

Julie.

Preciso confessar que ainda estou abalada com o que aconteceu nas Bahamas, Leon e Luke me fizeram lembrar de tudo o que eu sofri, tudo o que passei.

Justin me deixou em casa e entrei tentando sorrir, afinal, senti falta dos meus pais, por incrível que pareça. Assim que adentrei na sala de estar, vi apenas minha mãe terminando de calçar seu sapato e assim que ela ergueu os olhos para mim, não evitei sorrir.

- Como foi lá, filha? - disse e ela olhou de novo para mim. E fiquei feliz em ouvir ela me chamar de 'filha'. Ela me analisou por inteira.

- Foi bem... legal. - disse me lembrando.

- E você não treinou, não é? - sua voz ficou dura. - Aposto que se entupiu de porcaria, ficou vagabundeando sem nem ao menos fazer exercício para manter a forma. - me olhou como se estivesse me repreendendo, senti meus olhos marejarem. - É assim que você quer que aquele garoto bonito continue com você? Gorda, inchada e fora de forma? Eu pedi uma coisa simples para você, e nem isso você foi capaz de fazer. Ele só pode ter pena - Pegou sua bolsa e parou na minha frente. - Eu e o seu pai vamos ter uma viagem de negócios, voltaremos em uma semana ou menos e eu acho melhor você se comportar. - assenti e ela saiu.

Eu não aguentei mais e comecei a chorar. Meus soluços saíam sem vergonha, corri para o meu quarto e bati a porta me deparando com o espelho que havia atrás dela. E mais uma vez eu vi: Aquela garota de anos atrás, sofrendo e chorando por nunca conseguir seguir em frente, deixar tudo para trás e conseguir ser feliz. Então me veio a cabeça: como eu vou fazer alguém feliz quando eu nem ao menos sou?

Fui para o banheiro e fechei a porta. Respirei fundo.

Eu não acredito que farei isso de novo, mas é a solução, sempre foi. Peguei uma lâmina que eu tinha guardado numa caixa com cadeado no fundo do armário e a passei no meu pulso sentindo aquela dorzinha , e continuei passando por meus braços fortemente.

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