Justin.
Era agora, eu tinha que contar para ela.
- O meu pai... quando eu tinha 5 anos, antes de ele ir embora de novo, ele nos maltratou como você já sabe. - ela assentiu. Sua mão direita acariciava minha nuca, como se estivesse me encorajando a falar. - Ele... - engoli em seco e me levantei, a deixando sentada no sofá me olhando. - Ele abusou sexualmente de mim, e depois me espancou. - seus olhinhos azuis se arregalaram e se encheram de lágrimas.
Ela se levantou.
Julie.
- Justin... e-eu não consigo acreditar no porquê ele fez isso. - disse fraco, e ele riu debochado.
- Porque ele é um monstro? Ele não tem sentimentos, sempre me odiou, só liga para o dinheiro que rouba e suas drogas. Ele maltratou minha mãe, eu e não foi o suficiente porque ele voltou pra foder com tudo e só depois foi preso, mas mesmo assim parece que não nos livramos dele. - Ele estava ficando vermelho e ofegante, e então deu um tapa no abajur que voou longe até a parede, assim sendo destruído. Fiquei assustada e levantei me afastando um pouco.
Ele soltou um grunhido de raiva e seguiu pelo corredor até o quarto, ouvi uns barulhos altos vindo de lá e segui para lá e o encontrei, sem camisa, dando diversos socos na parede até que ele atravessou a mesma, e ele gritava e socava tudo o que ele via.
Ele estava tendo um surto.
Ele gritava, socava, puxava seu cabelo e respirava ofegante. Eu estava ficando assustada, não sabia o que fazer. Ele estava irreconhecível. Ele jogou um vaso de vidro contra a parede ao meu lado, eu desviei e decidi pará-lo.
- Justin, para, por favor. - pedi o segurando pelo braço e ele simplesmente me pegou pelo braço e me empurrou contra a parede e eu cai.
Gemi de dor e me levantei com os olhos marejados e coloquei as mãos nas costas e o olhei que estava parado e ofegante me olhando.
- Julie... - sua voz falhou. Seus olhos voltaram a cor normal, assim como sua voz amansou e ele "acordou" - Eu não queria, me perdoa. - me abraçou forte, mas forte demais a ponto de eu sentir dor, mas eu não o afastei, apenas passei as mãos por seu pescoço. Seu corpo começou a sacudir, ele estava chorando em meus braços. Ele parecia com medo que eu fugisse, pois me prendia em seus braços. - Julie, eu... você... me perdoa, eu... e-eu... - coloquei um dedo na frente de seus lábios.
- Se acalma... - fiz um carinho eu seus cabelos próximos à nuca. Conforme ele relaxou os músculos, seu aperto na minha cintura se afrouxou, e quando tentei me soltar ele me puxou de volta. - Calma... - peguei suas mãos fazendo um carinho nelas atraindo seus olhos para os meus. - Vem... - fui o levando comigo até a cama. - Vamos descansar um pouco. - Me deitei e ele se deitou no meu peito, sua perna direita por cima de mim, entre as minhas. Ele me apertava como se eu fosse fugir a qualquer momento.
Fiquei acarinhando seus cabelos e logo sua respiração foi ficando suave, assim como suas mãos que me prendiam ali, nem percebi quando adormeci.
(...)
Acordei e vi que Justin ainda dormia, ao olhar pela janela notei estar de noite, ou seja, dormimos muito. Justin ainda estava agarrado a mim, com cuidado para não acordá-lo eu me soltei dele, ele abraçou meu travesseiro e continuou dormindo.
Resolvi tomar um banho, lavar meus cabelos já que depois que eu sai da piscina eu não o fiz. Saindo do banho coloquei a roupa que separei, uma calcinha boxer preta e uma regata branca, sequei meu cabelo rapidamente e sai do banheiro. Assim que voltei ao quarto vi Justin sentado na cama com a cara amassada de sono rolando os olhos pelo quarto até que parou em mim, me aproximei com cuidado e me sentei na sua frente. Levei minha mão direita até a sua bochecha e acariciei sorrindo fraco.
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Life hurts too.
Fiksi PenggemarEla é boa, mas isso não parece ser o suficiente. Se condenando sempre por seu passado e tentando chegar a perfeição para conseguir a aprovação de sua mãe e começar uma nova vida, esta tímida e quebrada dançarina vive. Ele se tornou o que é hoje depo...