reconciliation

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Justin.


- Você é meu! – Ela terminou a frase e fez o jogo com os olhos que fazia na época que nos conhecemos e estávamos juntos, e ela conseguia tudo o que queria. É um olhar que deixa qualquer um desestabilizado, ela te olha nos olhos com desejo e como se soubesse cada um de seus desejos mais obscuros e pudesse os tornar reais. Ela começou a se aproximar enquanto revezava os olhares entre minha boca e meus olhos, mas eu a afastei antes que pudesse acontecer qualquer coisa que eu não quisesse e estava pronto para manda-la se afastar de mim, mas antes disso acontecer ouvi um estrondo vindo da área dos banheiros químicos. Era Julie saindo do banheiro. Ela bateu a porta ao sair e não estava com uma cara boa, Rachel sorria vitoriosa. Dei um passo em direção a ela, mas um barulho fez com que todos se assustassem. Tiros.


Começou um tiroteio e todos começaram a correr gritando e em desespero, as pessoas vinham correndo e esbarrando em mim de diferentes direções, o que me fez perder Julie de vista, o que me preocupou demais. Peguei minha arma da cintura e Rachel fez o mesmo, ela foi na direção leste a procura dos meninos e para ver se descobria algo relacionado a esse tiroteio repentino, enquanto eu seguia na direção onde perdi Julie de vista, o mais importante era acha-la e mantê-la em segurança.


Sai correndo no meio das pessoas e encontrei um rosto conhecido por mim, mas muito odiado. Jeremy. Meu sangue ferveu e isso me motivou a correr mais, um tiro passou de raspão pelo meu braço e assim que vi o atirador lhe dei dois tiros no peito e ao olhar para esquerda vi Juie distante e estava levantando do chão, como se tivesse caído durante a confusão. Fui em sua direção o mais rápido que pude enquanto trocava alguns tiros no caminho.


Assim que seus olhos me encontraram pude ver uma mistura de medo e alívio, me aproximei dela a cobrindo com meu corpo e correndo com ela. Seu corpo estava tremendo e tão colado ao meu que eu sentia o quão acelerado estava seu coração.


- Você está bem? Se machucou? – perguntei ofegante e ela me olhou assustada com os olhos cheios de lágrimas e negou. Avistei minha moto, mas para chegarmos lá, precisaríamos correr mais e cada vez tinham menos pessoas por ali, o que nos tornava alvos fáceis. Eu parei atrás de uma caminhonete e olhei para Julie que respirava rápido e chorava e quando olhou para a minha arma no meu colo paralisou. Merda. Ela não deveria passar por isso. – Eu sei que no momento é muito difícil, mas eu preciso que você confie em mim e que se acalme, controle a sua respiração, isso tudo faz mal para o bebê e assim que sairmos daqui estará tudo bem, ok? – pedi com calma e ela assentiu, selei nossos lábios e peguei sua mão, olhei em volta e corri com ela até a minha moto com a arma pronta para atirar a qualquer momento. Chegamos rapidamente na moto e coloquei o capacete na Julie e outro em mim e saí cantando pneus até em casa.


Após me afastar do local onde foi o racha, peguei uns atalhos por ruas menos movimentadas e fiquei atento a qualquer veículo que surgisse, assim segui até chegarmos em casa. Entrei pela garagem e estacionei a moto, os carros dos meninos estavam ali, exceto por Fred e sua equipe, o que me aliviou de certa forma. Ajudei Julie a descer da moto e entramos em casa indo direto pro meu escritório, os moleques estavam todos lá.


- Estão todos bem? – eles assentiram e eu fui para atrás da minha mesa e Julie sentou na minha cadeira fechando os olhos e acalmando sua respiração.


- Estamos, J. Caralho, o que foi aquilo lá? Como começou? – Chaz perguntou afobado.


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