6 - AXIA

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Dias se passaram no hospital. Seiya tinha sonhos difíceis e apenas alguns momentos de consciência. Lembrava-se de Marin, de Shaina e de seu tempo difícil na Grécia. Da sua infância agradável no orfanato. Imagens desconexas de uma palavra ou outra com Shun e com Miho, que raramente saia de seu lado. E também com Saori Kido. Sem saber distinguir o que era sonho e o que era realidade.

Cinco dias depois ele já estava revigorado e apenas em observação no leito do hospital; ansioso para sair logo daquele quarto. No sexto dia, Miho o visitou com duas crianças do orfanato, o doido do Makoto e a menorzinha invocada.

— Está se sentindo melhor, Seiya?

— Sim, muito melhor. Muito obrigado Miho.

— E aí, Seiya? Já tá pronto pra próxima? — perguntou Makoto.

— Sempre, campeão!

— Então segura o meu Cólera do Dragão! — disse o garoto aos berros pulando na cama de Seiya, assustado com o pivete.

— Makoto! — brigou Miho. — Não vê que o pobre coitado mal consegue ficar de pé?

— Também não é assim Miho, eu já estou bom!

— Você fica quieto e deita nessa cama, Seiya! — brigou ela.

A breve discussão é interrompida por algumas batidas na porta do quarto: Shiryu e uma moça de cabelos escuros mais curtos entram silenciando todo mundo.

— Olá, Seiya. — começou ela. — Sente-se melhor?

— Ah, sim. Muito melhor. E você, Shiryu?

— Viva, graças a você.

— Shiryu, se eu soubesse que você poderia morrer, eu...

— Eu sabia dos riscos Seiya. A culpa é minha. E nada disso importa, o que importa é que eu ficarei eternamente agradecida por ter salvo minha vida, Shunrei me contou que ela conseguiu te convencer a me ajudar.

— Ah, não foi nada. — disse Seiya; os dois pestes no fundo amaldiçoando a garota pelas costas com caretas e criancices.

— Nós vamos voltar para nossa terra hoje.

— Shiryu... — começou Seiya. — Você lutou com tudo por causa de seu Mestre, não foi?

Ela nada disse a princípio, mas ao entreolhar-se com sua amiga, decidiu ser mais honesta com o amigo que havia lhe salvado a vida.

— Meu Mestre está muito doente. — começou ela. — Shunrei veio de muito longe para me contar, mas infelizmente chegou até o estádio em cima da hora da nossa luta.

— Nosso Mestre já é muito velhinho. — explicou a garota Shunrei ao lado de Shiryu.

— Eu quis lutar com todas as minhas forças para que ele pudesse sentir meu Cosmo onde quer que ele estivesse. — disse Shiryu muito séria. — E agora eu quero estar com meu Mestre em seus últimos dias. Partiremos assim que me despedir de Shun depois da luta dele.

— Eu sinto muito, Shiryu. — disse Seiya.

Ela nada disse.

— Novamente, Seiya. Estou viva graças à você. Eu jamais vou me esquecer.

— Bom... tente não morrer de novo, Shiryu. Cuide dela, Shunrei, porque ela é péssima com semáforos.

Experimentaram rir novamente; cumprimentaram-se e Shiryu agradeceu ainda uma última vez como se não fosse suficiente. Só então foram embora.

Seiya respirou fundo, pois sabia que sentiria falta dela.

A criançada deitou junto dele na cama e Seiya ligou a TV para ver a luta do amigo que estava para começar. A transmissão sintonizou exatamente na imagem de Saori Kido dando seu famoso discurso inicial. Seiya pensou se não havia sido um sonho as palavras que trocou com ela.

Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de SeiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora