31 - O Sacrifício do Dragão

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O trio subia com dificuldades as escarpas de uma montanha íngreme, liderados por Seiya, que melhor sabia o caminho. Não podiam tomar a estrada principal, já que ela era vigiada pelos sentinelas do Santuário e os jovens não queriam chamar atenção, uma vez que eram caçados e caminhavam perigosamente próximo do território inimigo. Ainda não era hora de enfrentar o Santuário. Ainda não.

Xiaoling tomou um gole de água que trazia de um cantil e passou para Shiryu e Seiya. Pararam por alguns instantes em uma grota para descansarem enquanto o sol se levantava no Mediterrâneo; estavam usando suas Sagradas Armaduras e Xiaoling tinha, a tiracolo, uma bolsa com alguns víveres para que tivessem tranquilidade maior na escalada.

— O Shun devia ter vindo. Seria bem mais fácil com as Correntes dele. — comentou Seiya.

— Seiya, aquele é o Santuário? — perguntou Shiryu, olhando ao longe.

Daquela altura podiam vislumbrar um curto espaço de árvores lá embaixo, mas em geral um tanto de formações rochosas marrom-claras, algumas ruínas espalhadas aqui e ali antes que a visão chegasse a um enorme monte isolado.

— Sim. — disse Seiya. — Atrás daquele monte fica o Santuário de Atena.

— Dá vontade de ir até lá e já resolver logo tudo isso. — falou Xiaoling.

— Xiao, são centenas de guerreiros, Cavaleiros de Bronze e de Prata, o Camerlengo. Você não chegaria nem na estrada direito. — falou Seiya.

— Eu ainda acho que a gente consegue. — disse ela, tomando outro gole do cantil.

Seiya olhou sorrindo para Shiryu: a pequena era valente ou louca.

Voltaram a escalar a encosta daquele monte, que era muito menor do que aquele outro muito distante dali, mas que também era um desafio até para Cavaleiros treinados como eles. De todo modo, não demoraram tanto para chegar até o topo e, lá de cima, vislumbraram um enorme Templo abandonado abaixo deles.

Mas havia mais alguém ali.

Seiya puxou os amigos para se esconderem como podiam, pois três figuras caminhavam na entrada do Templo na direção de uma estrada, deixando as ruínas.

— Conhece eles, Seiya? — murmurou Shiryu.

— Sim. — respondeu Seiya, desapontado. — Aquela é Shaina, rival da minha Mestre.

Shaina caminhava deslumbrante com uma Armadura prateada no corpo; ao seu lado, outros dois rapazes também trajados de suas Armaduras acompanhavam-na para a saída do Templo, na direção de uma trilha que cortava as rochas em um vale.

Aí pararam.

Daquela altura, o trio não podia ouvir o que diziam entre si.

Ao lado de Seiya, no entanto, uma pedra enorme moveu-se e rolou para esmagá-los aos três; com rapidez, eles jogaram-se para o lado, evitando serem atingidos pela enorme rocha.

— Quem está aí? — ouviram a voz estridente de Shaina lá de baixo.

— Droga. — disse Seiya, sozinho.

Foram descobertos.

Seiya levantou-se e sua Armadura refletiu a luz do sol, cegando por um instante os três Cavaleiros de Prata lá embaixo.

— Sou Seiya de Pégaso! — anunciou ele.

Não puderam ver, mas um sorriso abriu-se no rosto de Shaina, e ela deixou seu riso soar pelos rochedos.

— Mas que sorte a minha! — disse ela. — Não vai descer para cumprimentar sua velha amiga?

Ao lado deles, outra rocha moveu-se novamente, e Shiryu percebeu claramente que, assim como a primeira, as pedras não se moviam sozinhas, mas respondendo ao cosmo de uma das figuras ao lado de Shaina. Já não adiantava ficar naquela escarpa alta e estreita, pois eram alvos fáceis. Saltaram e pararam em frente aos Cavaleiros de Prata.

Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de SeiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora