102 - Ametistas Amaldiçoadas

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A batalha em Asgard seguia. Os guardas palacianos anunciaram toque de recolher na cidade-baixa e na cidade-alta, pois os invasores estrangeiros já haviam vitimado três Guerreiros Deuses: Fenrir nas florestas, Hagen nas cavernas e Mime nas ruínas. A notícia de que o sensível violinista havia sido vítima da violência de Atena foi o último golpe na esperança pacífica do povo de Asgard, que começou a gritar palavras de ordem nas praças centrais, causando essa intervenção dos guardas palacianos para o próprio bem dos aldeões de Asgard.

Fenrir observava aquela movimentação à distância ao lado de seus lobos, confusa sobre a comoção que se operava na cidade dos homens. Hagen ainda delirava atormentado pelo Golpe Fantasma de Fênix, sendo cuidado de perto pela Princesa Freia, mas também por June. Mime, o violinista, de fato tocou seus últimos acordes de um réquiem maravilhoso e agora jazia morto nas ruínas de Fossegrim, seu corpo já sendo pouco a pouco coberto pela neve enquanto Shun e Geist seguiram adiante para o Palácio Valhalla.

Alberich, na Floresta Proibida, no entanto, já havia vitimado dois Cavaleiros de Atena: Shaina e seu amado rival Seiya que, mesmo sem sua armadura, se aventurou na batalha. Pois toda essa notícia foi relatada pelos guardas para Sid, o guardião do salão de entrada do Palácio Valhalla.

— Mime foi mesmo vencido. — surpreendeu-se Siegfried que, por dentro, esperava que os corvos espiões de Hilda talvez pudessem estar errados, mas então não haviam dúvidas de que o violinista agora jazia vencido e os Cavaleiros de Atena seguiam em direção daquele Palácio.

— Alberich parece ter tido êxito com os Cavaleiros de Atena.

— Eu não posso compreender. Um guerreiro incrível como Mime derrotado e um inútil como Alberich ter conseguido vencer dois deles. Nada disso faz sentido.

— Eu também não entendo, Siegfried. — concordou Sid. — Alberich sequer era chamado para o Conselho, ele vivia fora de Asgard e não foram raras as vezes que Hilda precisou melhor orientá-lo por conta de suas atividades duvidosas. Ele nunca pareceu realmente ligar para Asgard ou pela honra de ser um Guerreiro Deus.

— Ele é uma cobra, Sid. — argumentou Siegfried. — Mas como uma serpente, ele também é muito astuto. Alberich é muito inteligente, isso não podemos negar. Não é à toa que tornou-se um dos Conselheiros de Hilda nesse momento de crise, mas ao contrário de nós, ele conquistou seu posto não pela honra e o orgulho, mas porque suas palavras o colocaram ali.

— Talvez seja bom que tenhamos alguém como ele ao nosso lado.

— Eu não tenho total certeza de que lado ele está.

— Ao menos não está do lado de Atena.

— Será que não? — perguntou-se Siegfried. — Era amigo de um Cavaleiro do Santuário e abraçou um prisioneiro em sua própria casa, colocando seu nome antes de sua missão.

— É terrível ter de concordar com Alberich, mas ele tinha razão. Precisávamos de mais guerreiros nesse momento de batalha.

— Inferno. — resmungou o amigo.

— Ora, Siegfried. — aventurou-se Sid em território perigoso. — Se ao menos você pudesse perdoar Sigmund.

— Hilda não perdoará Sigmund! — bradou ele para o amigo.

— Seu irmão tem Odin no coração. — tentou ainda Sid.

— Chega, Sid. Apenas estamos falando sobre isso porque Hilda não está entre nós. Mas assim como ela, eu nada quero saber de meu irmão. Ele traiu Odin. E ficará preso até que seus dias terminem.

A conversa terminou de maneira ríspida e Siegfried deu as costas ao Guerreiro Deus Sid, deixando-o com o salão de entrada de Valhalla, enquanto ele voltava aos enormes aposentos de Hilda.

Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de SeiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora