96 - Um Segredo na Neve

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Dias atrás.

O Santuário seguia tenso, mas boas notícias foram espalhadas da clínica de Rodório, onde Aldebarã, o enorme Cavaleiro de Ouro, passava seus dias e noites internado sob os cuidados de Kiki e de Alice. Ele finalmente havia despertado e haveria revezamento na guarda do Templo de Áries para que ele pudesse ser visitado por todos que o adoravam. E eram muitos. A primeira visita que recebeu, no entanto, já sentado na cama, de bandagens por toda a cabeça por conta de seus ferimentos e tomando uma cratera gelada de qualquer coisa foi a da Mestre de Armas do Santuário, Shaina.

Afora as amenidades acerca de seus ferimentos, Shaina foi direto ao ponto.

— Touro, preciso que me conte o que aconteceu na Casa de Áries. Ainda é inacreditável que você tenha sido posto a nocaute com apenas um golpe.

O enorme guerreiro tomou de outro gole da sua cratera e finalmente falou.

— É como eu disse à Mu. — começou ele. — Talvez essas pareçam as palavras de um mau perdedor, mas, Shaina, eu ainda acho que não fui derrotado por apenas aquele Guerreiro Deus.

— Um Guerreiro Deus? — perguntou Shaina, que ouvia o relato pela primeira vez.

— Sim. Assim ele se apresentou: era um Guerreiro Deus de Asgard. Mas à essa atura nós já estávamos lutando na Casa de Áries, pois ele me surpreendeu na noite. — confirmou Aldebarã. — Era um exímio guerreiro do gelo, e que a alma de Camus me perdoe, mas tão habilidoso quanto o Cavaleiro de Aquário. Mas, pior ainda, pois parecia ser capaz de mover-se através do gelo. Eu nunca vi nada igual.

— Shaka estava certa. — comentou Shaina ao lembrar-se do Conselho há muitos dias atrás na Casa de Escorpião. — Disse que acha não ter sido derrotado apenas por ele.

— Sim. — falou Aldebarã, muito sério. — Eu tenho certeza de que fui capaz de dar a ele uma boa luta na Casa de Áries, ainda que fosse surpreendente a forma com que se movia. Eu fiz frente a ele. O sangue que se espalhou pela casa não era o meu, mas o do Guerreiro Deus.

— Mas então?

— Havia mais alguma coisa. — falou Aldebarã, sorumbático. — Alguma coisa impossível de detectar, cuja cosmo-energia parecia não existir, mas que estava lá. Nas sombras. E quando eu menos esperei, fui atingido de um lugar em que o Guerreiro Deus jamais poderia estar. E assim caí, derrotado.

— Outro invasor? — perguntou Shaina.

— Não posso ter certeza. Uma sombra, sem dúvidas.

Shaina ponderou pesadamente sobre aquela informação e agradeceu ao enorme Cavaleiro de Touro, desejando a ele breve recuperação. Nos dias que se seguiram, ele recebeu tantas visitas quanto presentes, pois era querido por absolutamente todos no Santuário, fosse nas Casa do Zodíaco ou mesmo entre os mais simples de Rodório.

Shaina, no entanto, precisava cuidar das estratégias do Santuário, e a confirmação de um ataque direto de Asgard, sem qualquer propósito, era mau agouro para as missões destacadas para o Norte, afinal de contas já há muitos dias e semanas que não tinham notícias do Galeão de Atena e não fazia tanto tempo que os Cavaleiros de Bronze haviam partido para o Norte. Mayura concordava plenamente com sua Mestre de Armas.

— Se foram capazes de enviar dois Guerreiros Deuses para derrubar um de nossos principais Cavaleiros de Ouro, talvez não devêssemos confiar tão cegamente nas cartas que recebemos. — falou Shaina. — Assim como Aldebarã foi golpeado na escuridão, também pode haver algo escondido na intenção dessas cartas.

— O que sugere, Shaina?

— Devemos alertar o Capitão Kaire, assim como Ikki e os outros. Irei pessoalmente para Asgard.

Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de SeiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora