Amor XXL

Capítulo 15

Peter narrando

Eu fiquei todo o dia esperando Megan me procurar para me dar a resposta. Mas não. Ela nem se deu ao trabalho disso. Vi ela nos intervalos falando com um garoto que não sabia quem era, eles pareciam bem amigos.

No almoço, fiquei com alguns "amigos" e notei de longe eles dois conversando. Eu não sei porquê mas senti necessidade de me colocar no meio. Eu não estava gostando disso. Dei uma desculpa qualquer e fui ter com ela.

Megan narrando

- Sim eu amo as obras dele! São incríveis! - Eu e Jack falávamos de alguns pintores que eram os preferidos dele.

- Megan? Podemos falar? - Olhei para o lado e Peter me encarava.

- Sim. - Me virei para Jack. - Nos vemos depois.

- Tá bom. - Sorri agradável e segui Peter.

Andamos pela escola sempre em silêncio. Eu já estava meio aborrecida disso. Entramos numa sala e me sentei em cima de uma mesa falando:

- O que você queria me dizer? - Peter me encarava intensamente.

- O acordo. Lembra? - Ele se aproximou.

- Sim... Eu... Eu ainda não sei. Nem pensei nisso.- Ele suspirou aborrecido. - Olha Peter, é estranho ok? Você nunca quis saber de mim, era cúmplice das maldades que Stefany me fazia. E agora? Você me dá tanta importância como se fosse sua irmãzinha. - Falei tão rápido que no final faltava-me ar.

- Então aceita? - Fiquei uns segundos o encarando.

Porque não?

- Tá... Eu aceito... - Sussurrei.

- Então eu vou buscar você todos os dias. - Ele pegou suas coisas pronto para sair.

- Espera, o quê? - Ele não respondeu. Simplesmente saiu como se eu não tivesse dito nada.

Que bonito. Agora eu ia ser o cachorro do Peter.

Sai da sala e voltei a ter com Jack onde estávamos. Sentei do seu lado e ele perguntou:

- Tudo bem?

- Sim. Tudo beleza. Porquê?

- Ele parecia meio chateado. Seu namorado? - Comecei a rir.

- Longe disso Jack. Muito longe.

- Tá bom então. Temos que ir. - Assenti e saímos.

O resto do dia foi completamente normal. Voltei para casa com meu irmão e fiquei estudando e criando umas roupas novas.

No dia seguinte acordei e fiz minhas higienes matinais. Me preparei para a escola e desci para o pequeno almoço.

- Bom dia filha. Tem alguém esperando você lá fora. - Minha mãe fala fazendo olhinhos maliciosos.

- Ain merda esqueci completamente! Tchau! - Mandei beijo no ar e saí.

Quando cheguei no lado de fora, Peter estava encostado na moto de maneira tão sexy com suas roupas escuras.

- Bom dia. - Falei e ele me olhou.

- Oi. Tá atrasada.

- Você não marcou hora.

- Agora já sabe. - Ele me entregou um capacete.

- Mas pra quê ir tão cedo para a escola? - Coloquei o capacete e ele fez o mesmo.

- Isso importa? Agora vamos. - Ele subiu na moto e fiz o mesmo abraçando sua cintura.

Quando chegamos na escola ainda estava meio deserta. Peter me arrastou até ao campo e lá sentamos nos bancos.

- Porque estamos aqui? - Ele deu de ombros.

- A essa hora é o lugar mais tranquilo. - Ficamos em silêncio e eu decidi aproveitar para desenhar novas roupas. - Porque você faz isso?

- Isso o quê?

- Criar suas roupas. - Suspirei e continuei desenhando.

- Primeiro, porque gosto e segundo, porque nossa sociedade é estúpida ao ponto de não haver roupas com tamanhos maiores.

- Mas tem.

- Cá nessa cidade não. - O olhei que me encarava. - Não me olhe assim.

- Assim como?

- Como se quisesse me ler.

- Mas eu quero Meg. - Engoli seco. - Eu quero descobrir o que se passa dentro da sua cabeça.

- Porquê toda essa curiosidade? - Ele se calou por segundos.

- Eu quero entender o porquê das pessoas quererem acabar com tudo. - Seu olhar ficou sombrio e triste de repente.

- Eu não sei Peter. Eu só... Eu só tava farta de sofrer. Farta de todos me criticarem pelo meu físico sem nem conhecer minha personalidade. Porque o verdadeiro valor é o interior, não o exterior.

- Me desculpa. - O encarei atordoada. - Me desculpa por nunca ter feito nada e só ter piorado as coisas. Stefany é... - Ele hesitou.

- Uma mal amada. - Pela primeira vez ouvi a risada do Peter e era tão gostosa.

- É... Mal amada... - Ele me olhou sorrindo de lado. - Ninguém merece passar por aquilo que você passou. - Dei de ombros.

- Acho que você me ajudou a descobrir que isso só me torna mais forte. - Peter sorriu mas seu sorriso logo se apagou. - O que foi?

- Nada. Tenho que ir. Tchau. - Peter se levantou tão rapidamente e saiu.

O que deu nele?