- Mãe, nós precisamos de uma explicação melhor. - Digo sentando do lado dela.
- E quem é esse senhor? - Meu irmão pergunta apontando com a cabeça para o homem que nos olha sentado no sofá.
- Ele é nosso advogado, ele vai me ajudar. Mas enquanto isso a mamãe provavelmente não vai ficar em casa. - A olhei desesperada.
- Como assim? Você vai presa? - Ela baixou sua cabeça. - Mãe! - A chamei e ela passou seus olhos por todos nós.
- Sim... Eles dizem que não têm provas contra mim mas também não têm a favor, então... - Ronny a interrompeu.
- Você vai presa. - Ele passou sua mão, pelo rosto. - Mas como isso aconteceu?
- Alguém sufocou o meu paciente com o travesseiro e quando eu cheguei lá eu retirei ele do rosto e a enfermeira me viu e pensou que eu que o matei.
- Não tem câmaras no hospital?
- Sim, mas só consegue disponibilizar as gravações depois de 48h.
- Então tá tudo bem mãe! - A abracei. - Vai ficar tudo bem.
- Bom senhores Evans, eu vou andando e vou trabalhar no vosso caso, inclusive tratar das gravações. - Fala o homem se colocando de pé.
- Por favor, não nos tratemos de maneira formal. Derick, nós estudamos juntos. - Fala meu pai se levantando também.
- Tudo bem Edward. - Ele sorri. - Eu vou andando. Até à próxima.
Meu pai o acompanhou até à porta e eu mais meu irmão ficamos dando apoio à nossa mãe.
- Quer que eu faça o jantar? - Perguntou meu irmão com a mão no ombro da minha mãe.
- Faria isso por mim? - Ronny assentiu. - Obrigada. - Ela sorriu fraco.
- Eu vou junto. - Me levantei e fomos até à cozinha.
Apesar do dinheiro que não nos falta, meus pais nunca quiseram uma empregada. Eles gostam de fazer suas tarefas, eles se criaram assim porque ambos na infância eram muito pobres, então é como hábito e humildade.
- Você acha que mamãe vai presa? - Pergunto pegando a massa integral para botar ao lume.
- Eu não sei... As gravações só saem daqui a dois dias. Até lá não sabemos como vai ser.
- Pois. - Suspiro e continuamos fazendo o jantar.
De repente sentimos alguém tocar à campainha e eu mais Pedro nos olhamos fixamente, provavelmente com o mesmo pensamento. Fomos até à sala e lá estavam dois policiais. Bingo.
- Desculpe senhora Evans, mas enquanto não houver provas, você terá que ficar na prisão. - Diz um a prendendo.
- O quê? Não! - Eu ia até ela mas o outro me impediu.
- É melhor a menina se afastar. - Ronny segurou meu braço me dando apoio e conforto.
- Crianças, ficam bem. Eu vou voltar, tá bom? Mamãe vos ama. - Assim o policial a arrastou para fora de casa.
De repente se instalou um grande silêncio e eu perdi a fome. Subi as escadas rapidamente e meu pai me chamou:
- Meg!
- Perdi a fome. Vou dormir.
Entrei no meu quarto e tranquei a porta.
Eu menti ao falar que ia dormir, fui fazer algo que sempre faço quando nada me corre bem.
Peguei minha lâmina e levantei a minha blusa. Fiz um pequeno corte na minha barriga e escorreu uma pequena gota de sangue. A enxuguei é fui até ao banheiro tomar banho.
Porque eu fazia isso? Eu não sei. Mas ao sentir aquele lâmina traçar meu corpo era como se doesse menos dentro de mim e a dor passasse mais para o exterior.
Acabei meu banho e fui organizar as coisas da escola. Depois de tudo pronto, fiquei acabando um casaco que eu estava fazendo com croché. Era meio complicado mas o resultado ia ficar excelente, ainda estava aprendendo.
O meu maior sonho é criar minha loja e de minhas próprias roupas e tudo para garotas XXL e maior. Eu quero que elas se sintam livres de comprar as roupas que quiserem, porque é horrível você ir numa loja e querer aquela blusa ou jeans do seu tamanho mas não tem, porque é tudo tamanhos normais e pequenos. Foi aí que descobri meu sonho, comecei criando minhas próprias roupas e me apaixonei por aquilo que fazia. Antes de criar minhas roupas, costumo desenhar e todos falaz que desenho muito bem, é algo que também gosto de fazer.
Quando dei por mim já era bem tarde e então eu teria que ir dormir para ir na escola amanhã. Me deitei e fiquei me mexendo na cama tentando dormir, mas não dava, eu só conseguia pensar na minha mãe. Em como ela estava.
No dia seguinte acordei péssima, então vesti uma roupa qualquer e desci para o pequeno almoço.
- Bom dia. - Falei.
- Bom dia! - Olhei a mesa e arregalei os olhos.
O que ela faz aqui?!

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Amor XXL
Roman d'amourEm toda a sua vida Megan sofreu de bullying. Sempre teve sua família e melhor amiga do lado para a ajudar e apoiar, mas tem vezes que isso não é o suficiente. No meio de tanta confusão um amor se vai crescendo. Um amor que qualquer um acharia imposs...