Capítulo 28

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Chego na frente do prédio que ele falou que sua mãe se suicidou. Saio da moto e tiro o capaceto. Corro logo para dentro do prédio cruzando os dedos na esperança que ele não tenha feito nenhuma asneira.

Quando entro xingo pelo elevador não trabalhar e ter que subir todas aquelas escadas. Só de olhar já fico cansada. Subo a correr e já estou sem folego na metade delas. Respiro fundo e penso no que me trouxe aqui para me dar forças. Chego no topo e quase minha língua toca no chão com o cansaço que tenho.

Abro a porta e vejo que está anoitecendo. Fico olhando em volta e vejo Peter em pé como se estivesse prestes a pular.

Corro até ele silenciosamente e quando o alcanço puxo sua jaqueta o fazenda cair sobre mim e eu caio junto. Peter tem o reflexo de segurar minha cabeça e caímos no chão de lado.

- Te peguei. - Falo sorrindo ofegante.

- O que faz aqui? - Noto pelos seus olhos que ele esteve chorando mas seu olhar está completamente neutro.

- Vim te salvar. Eu não podia deixar você fazer isso Peter. Você merece uma vida. A vida que sua mãe não viveu. Eu sei que está aqui porque discutiu com seu pai sobre ela. - Peter desvia seu olhar e se senta e logo faço o mesmo.

- Você não sabe de nada Megan. Você não entende.

- Então me faça entender. - Peter suspira.

- Sabe porque eu odiava tanto você e zoava do seu corpo? -  O encaro atordoada ao ver sua expressão mudar para um pouco bruto. - Porque meu pai traiu minha mãe com uma mulher idêntica a você...Rosto...Cabelo...Corpo... - Ele me encara com nojo como se visse ela em mim. - Eu odeio essa mulher, a última vez que a vi foi dias antes de minha mãe se matar. Eu os apanhei transando no quarto do meu pai. Eu vi com meus próprios olhos. - Seu olhar ficava cada vez mais escuro com as lembranças. - Eu sei que não devia comparar ela e você, mas... Eu me arrependo tanto daquilo que fiz. Eu me arrependo de tudo o que fiz você passar. - Seguro suas mãos e ele me encara.

- Eu perdoo você. Eu te entendo. Não precisa falar mais nada. - Falo baixo e Peter suspira de um modo aliviado.

- Eu te adoro Megan, pode não parecer mas você para mim é como a lua. A única que me pode ouvir e que aparece nos momentos mais escuros.

- Eu também te adoro Peter. - Sorrio e ele faz o mesmo se aproximando.

Peter segura meu rosto e encostamos os lábios suavemente. Ele começa a aprofundar o beijo buscando a minha língua. Pela primeira vez podia sentir amor no nosso beijo, era uma sensação incrível de dar borboletas no estômago. Afastamos nossos rostos ofegantes e encostamos as testas um do outro a sorrir.

- Eu não mereço ser perdoado por você. Eu não mereço. - Ele fala entre dentes fechando os olhos com força.

- Shiu. - Coloco meu polegar nos seus lábios os acariciando. - Não fale isso, todos nós erramos. Uns mais que outros, mas o que importa é reconhecer isso e se arrepender ao ponto de pedir desculpas e mudar, e você fez isso. Então sim, merece ser perdoado. - Acariciei seu rosto e seus olhos de cor de mel me encaravam de maneira intensa mas boa.

- Vamos na minha casa?

- Não é melhor avisar primeiro a seu pai que você está bem?

- Vamos deixar ele ficar um pouco preocupado, depois das coisas horríveis que ele me disse, ele merece. - Ri fraco e ele sorriu de lado. - Vamos.

- Eu estou com a moto do meu irmão. - Digo me colocando de pé.

- Então veremos quem é o mais rápido. - Ele se levantou e saiu piscando o olho.

Sorri e fiquei a pensar no que está a acontecer, eu e Peter estamos juntos agora ou é coisa da minha cabeça? Melhor não ficar sonhando, ainda posso me magoar bem por isso.

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