Capítulo 39

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- Eu vou explicar tudo para você. - Minha tia suspirou, parecia envergonhada. - Tudo começou quando eu fui num bar e conheci um homem. Ele me encarava toda a hora. Durante semanas ficávamos só nos olhando até que ele ganhou a coragem para falar comigo. -Ela falava tão apaixonada mas depois esse sorriso se apagou. - Percebemos que tínhamos algumas coisas em comum então aos poucos ficamos a gostar um do outro. Ele me levou a restaurantes, praias, hotéis e viagens de barco. Para não falar que me oferecia tecidos lindos e caros. - Ela sorriu mas desapareceu de novo. - Eu o amava, então insistia sempre em ir ver sua casa já que ele tinha visto a minha também. Um dia ele finalmente me levou lá, era enorme e achava estranho aquilo tudo ser só de uma pessoa. Eu o sentia tenso, mas ele sempre dizia que não era nada. Entramos no seu quarto e ficamos nos pegando até que ouvimos um choro. Quando olhamos a porta era o filho dele.

- Peter... - Tapei o rosto com as mãos e agora tudo fazia sentido. Ele me odiar tanto por me achar parecida com a ex amante do pai, minha tia.

- Eu fiquei furiosa com ele. Não queria mais o ver e muito menos fazer o filho dele sofrer e sua mulher. Eu sempre achei que ele fosse solteiro, ele nunca usava aliança e sempre falava de sua vida sozinho. Quando soube da notícia que sua mulher se matou, prometi a Peter que ele nunca mais me veria e ignorava Derick me implorando para ficar. Por isso fui para fora. Fui criar minha vida longe deles para mais ninguém sair ferido. - Suspirei.

- Preciso ver Peter. - Falei me levantando. 

- Filha, pelo menos toma o pequeno almoço.

- Não tenho fome. - Peguei na chave da moto e saí mas antes vesti o primeiro vestido que veio á mão.

Pelo caminho rezava mentalmente para que Peter não voltasse a fazer nenhuma asneira.

Quando cheguei no prédio que sua mãe se suicidou, subi as escadas xingando por o elevador ainda não trabalhar. Cheguei no topo exausta e fiquei frustrada por não encontrar Peter lá. 

Voltei a descer as escadas e descansei um pouco encostada na moto tentando recuperar o folego. Decidi ir na casa dele e dei rumo ao caminho.

- Megan? O que faz aqui? - O pai de Peter me olhava desconfiado.

- O Peter está? - Ignorei sua pergunta.

- Que eu saiba, não.

- Posso conferir? - Ele assentiu e entrei.

Procurei por todo o lado, jardim, seu quarto e o quarto de sua mãe, principalmente. Mas nada de sinal dele. Não sabia outros lugares para o procurar, então fui no jardim da cidade.

Quando cheguei nele, também não estava lá. Já estava começando a ficar preocupada com ele. Só pensei em mais um lugar. A praia.

Chegando nela, meu sorriso apareceu logo ao ver sua moto.

Saí da minha e comecei a correr pela areia.

- Peter! - Gritava seu nome com as mãos á volta da boca.

Parei de andar quando vi um casal. Espera. Stefany? E... Peter?!

Parei de respirar por segundos vendo Peter com uma garrafa de bebida na mão e Stefany no seu colo beijando o pescoço dele enquanto rebolava.

- Admite Peterson. - Ela o olhou diretamente nos olhos. - Admite que você ainda sente aquela química.

- Stefany. - Ele apontou com o dedo no seu peito enquanto falava de maneira completamente bêbedo. - Você até poderia ser a garota mais bonita do mundo. Mas eu amo a Megan. É ela que eu amo. Só ela. Não tem mais ninguém. - Ele disse a última palavra de maneira mais alto.

- Como podes amar aquela obesa?! - Ela saiu do seu colo completamente furiosa. Me escondi atrás de uma árvore. - Você vai se arrepender de ter me deixado. Eu te odeio Peterson. Não volte a me chamar quando estiver bêbado. - Ela saiu a passo pesado e largo. 

Ele a chamou.

O Peter chamou a Stefany em vez de mim. Sua namorada.

Quando ela saiu, caminhei com cuidado até ele. Fiquei na sua frente e podia ver seus olhos inchados de tanto chorar.

- Peter? - Ele me olhou. - Vamos para casa? - Ele resmungou e se deitou olhando o céu.

- Sabia que a lua está se afastando cada vez mais da Terra? - O olhei sem entender e ele suspirou. - Só não me deixe como ela está fazendo com a Terra.

- Peter. - Me sentei do seu lado. - Provavelmente você já não irá se lembrar disso e ainda bem porque vou estar super chateada esperando uma conversa séria. Mas, ... Você para mim não é a Terra. - Ele me olhou. - Você é o meu Sol Peter. Você é a minha luz. - Senti ele estremecer. - Agora vamos para casa.

Me levantei e sacudi a areia que tinha na roupa. Olhei Peter que me encarava sentado. Ofereci minha mão para o ajudar a se levantar. Mas ele só me olhava imóvel. Quando estava prestes a baixar minha mão, ele me puxou fazendo eu cair em cima dele dando um gritinho.

- Te machuquei? - Neguei.

- Mais provável eu ter te machucado. - Fiz uma careta e ele abanou a cabeça.

- Não fala isso. - Ele me abraçou e passava sua mão nas minhas costas e a outra puxava minha cabeça para seu peito. - Só mais um minuto, por favor. - Assenti e inspirei seu perfume.

Não sei quanto tempo ficamos ali. Mas sei que acabamos por dormir aconchegados um no outro. Já era da tarde. Até tinha esquecido de comer o dia todo que meu estomago doía.

Amor XXLOnde histórias criam vida. Descubra agora