Capítulo 40

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Acordei com a cara na areia. Cuspi e comecei a limpar meu cabelo. Olhei para o lado e Peter dormia tranquilamente. O abanei o chamando:

- Peter. Acorda. Temos de ir para casa. Nossos pais devem estar preocupados.

Ele se sentou com dificuldade e me encarou depois de olhar em volta.

- Temos muito que falar. - O olhei diretamente nos olhos e Peter engoliu seco.

- Pode começar.

- Você é que irá começar a me explicar porque ligou a Stefany para ela vir ter contigo. - Ele franziu a testa. - Sim nem venha com essa cara. Eu vi. E ouvi.

Ele olhou o mar como se fosse a única coisa para o fazer lembrar do que aconteceu.

- Eu não lembro. - Ele me olhou. - Eu não lembro de nada. - Apertei os lábios engolindo o choro.

- Então é melhor se lembrar. - Me levantei indo embora. Ouvi ele resmungar, provavelmente da dor de cabeça que sentia.

- Megan! Espera! - Subi na moto e ele segurou ela para eu não ir embora. - Não confia em mim de novo?

- Não confia em você a partir do momento em que liga para sua ex quando algo está mal em vez de falar com sua namorada, EU.

- Eu estava bêbado!

- Por isso mesmo! - Respirei fundo. - Quando as pessoas estão bêbedas fazem aquilo que têm mais vontade. E pelos vistos você tinha mais vontade de passar tempo e falar com ela do que comigo. - Acelerei a mota o fazendo se afastar e saí com lágrimas nos olhos.

Peter precisava entender que eu não me sinto segura em relação a Stefany, afinal eles tiveram uma história, uma história em que por acaso participei de alvo também. Entre eles eu era o patinho feio. Será que ainda sou e isso tudo foi só uma ilusão nossa?

Chego em casa e meus pais começaram logo gritando comigo, pois não lhes dei nenhuma noticia porque deixei o celular em casa. Fiquei logo de castigo e não podia sair de casa. Se quisesse ver Lisa, sim, só podia ver ela, e mesmo assim, Lisa teria que passar por aqui.

Lisa passou por aqui e lhe contei tudo o que se passou. Ela ficou na dúvida de quem matava primeiro, Peter ou Stefany. Mas dessa vez temos que admitir que ela nem teve culpa, o bêbedo do Peter que a chamou e ela, claro, foi logo correndo porque, obviamente, ainda sente algo por ele.

Semanas se passaram e meus pais finalmente me tiraram do castigo. Corri logo chamando Li para passearmos, mas ela não podia porque tinha um encontro. Decidi ir sozinha para o parque da cidade. Fiquei caminhando e inspirando o ar puro.

Logo o ar ficou poluído. Vi Peter e Stefany juntos. Meu coração doía tanto ao ponto de eu colocar a mão nele.

Peter tentou falar comigo, mas meus pais não o deixavam entrar dizendo que ele só me causava problemas e me fizera uma menina rebelde, coisa que nunca fui. Meus pais tinham me tirado o celular também, então quando recebi, vi o monte de mensagens e chamadas de Peter. Claro que não liguei de volta, tava com medo, medo do que vinha depois.

Sustendo a respiração quando eles se abraçam amigavelmente e Stefany me nota. Ela olha o chão se afastando dele e sussurra qualquer coisa a Peter que olha logo na minha direção.

Engoli seco e ficamos segundos nos encarando. Lhe lanço um olhar dececionado e viro as costas. 

- Megan. - Stefany se coloca na minha frente sem fôlego. Levanto uma sobrancelha esperando ela falar. - Não é o que tá pensando. Eu e Peter fizemos as pazes, mas só como amigos.

- Estou admirada de não ter aproveitado a chance para por nossa relação pior do que está. - Ela olha o chão.

- Peter me fez abrir os olhos. Você precisa entender uma coisa Megan. - Ela me encara. - O motivo de amar tanto Peter era porque ele era como meu melhor amigo, ele me ajudava em problemas familiares.

- Era? - Levanto as sobrancelhas e ela sorri fraco.

- Sim, eu já entendi que o que vocês têm é bem forte. - Ela dá de ombros. - Eu nunca conseguirei derrubar o vosso amor. E mesmo não é mais  o que quero. - Olho para trás e vejo Peter nos olhando com cuidado. - Me desculpa por todas as coisas horríveis que fiz. Eu tinha inveja, inveja da sua autoconfiança, amigos e família. Eu só queria ter uma família que me amasse como sou como a sua ama você. - Mordi os lábios vendo uma lágrima escorrer pela sua bochecha.

- Se você não fosse tão má, teria amigos para amar você. Porque eu acredito que poderia ser sua amiga Stefany, mas precisa entender que quando olho para você só me lembro de tudo o que passei por sua causa. - Ela assente olhando as mãos.

- Eu sei. Não peço para ser perdoada ou esquecida. Mas sim que se sinta mais segura em relação a mim. - Coço meu pescoço.

- Vai ser difícil, mas vou tentar. - Sorri forçado e ela faz o mesmo.

- Agora acho melhor vocês falarem. - Olho na direção que ela olhava e Peter continua nos olhando. Engoli seco.

Amor XXLOnde histórias criam vida. Descubra agora