Capítulo 13

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Acordei e senti o barulho de máquinas do hospital. Tentei me mexer mas meus pulsos doíam tanto que fiquei parada torcendo meu rosto. Só abri e fechei os olhos olhando o teto e sentindo a máscara no rosto. Com muita dificuldade eu a tirei gemendo de dor e logo deixei meus pulsos no lugar que estavam.

- Já acordou Megan? - Olhei para minha frente e vi o médico entrar.

- Parece que sim. - Sorri forçado dizendo aquelas palavras de maneira fraca.

- Bom. Você fez uma operação porque perdeu demasiado sangue. E também tratamos dessas feridas aí. - Ele apontou para meus pulsos sorrindo triste. - Eu já falei com seus pais, eu vou os avisar que acordou, tá bom? - Assenti.

Depois de uns minutos meus pais entraram e correram até mim com ar preocupado e aliviado.

- Oh filha! Porquê? - Diz minha mãe em lágrimas.

- Nós pensávamos que você já tinha superado esses comentários. - Meu pai fala baixo.

- Dessa vez não foi comentários e eu não aguentei pai. Tinha fotos minhas seminua por todo o lado e todos riam à minha volta e me chamavam de gorda. - Minha respiração ficou irregular com a lembrasse como se eu fosse ter um ataque de pânico.

- Calma filha. Vai ficar tudo bem. Ainda bem que seu amigo conseguiu trazer você. - Ela sorriu.

- Peter? - Meus pais assentiram. - Ele está aí?

- Não. Ele queria ficar mas dissemos a ele para ir para as aulas.

- Quer ver seu irmão? Ele está aqui. Ele melhorou. - Assenti e meu pai saiu sem antes me dar um beijo no topo da cabeça.

- Também vou sair querida. Preciso de um café. - Assenti e minha mãe fez o mesmo que meu pai. - É bom saber que você tá bem. - Disse ela antes de sair.

Não. Não estou.

Depois de uns segundos meu irmão entra completamente preocupado e fala:

- Eu deveria estar lá.

- Não fala isso. Você estava doente. - Ele travou a mandíbula ignorando o que eu disse.

- Quem foi? - Abaixei a cabeça. - Megan?

- Eu não tenho a certeza Ronny... Mas eu acho que foi a Stefany... Ela me andava a ameaçar e dizendo coisas estranhas como se estivesse planeando algo.

- Você vai ter que fazer queixa ao diretor.

- De certeza que ele já viu e está à caça de quem fez isso. - Mordi minha bochecha. - Desculpa. Eu prometi ser forte mas não fui. - Ronny passou sua mão pelos meus cabelos.

- Você é a garota mais forte que eu conhece maninha. Todo o super-herói tem sua recaída.

- Eu não sou uma heroína. - Revirei os olhos.

- Você é a minha super heroína. - Sorri fraco sentindo as lágrimas ameaçarem.

No dia seguinte eles me deram alta e eu fiquei de repouso no resto da semana. Eu tinha perdido bastante sangue mesmo.

Fiquei na dúvida de ligar a Peter para o agradecer, mas não, eu não fiz isso. Não queria lhe dar esse gostinho. Sabia que depois ele iria se gabar.

Meu fim de semana foi normal. Meus pais queriam me colocar em um psicólogo mas eu neguei. Eu sei que é bom, mas eu não sei, ter que falar para um homem que não conheço, a ideia não me agrada. 

Segunda quando voltei para a escola, meu irmão me levou. Por aquilo que ele me contou, Stefany foi descoberta e expulsa da escola.

Chegamos e eu saí da moto mais Ronny, quando estávamos prestes a entrar na escola o pai de Stefany ficou na nossa frente. Como sei que é ele? Ele que manda nessa cidade.

- Olá Megan. Estou incomodando? - Neguei com a cabeça. - Bom, eu queria pedir perdão por aquilo que minha filha lhe fez. Ela me contou tudo, eu nunca pensei que Stefany fosse uma menina tão cruel. - Sorri forçado.

- Tudo bem. Se ela não aparecer mais na minha frente fica tudo bem. - Falei seco e fraco.

- Entendo. Bom, não quero que chegue atrasada por minha causa. Mais uma vez, desculpa. - Ele sorriu e saiu.

- Eu ein. Quem devia pedir desculpas era ela e não ele. - Disse Ronny e dei de ombros.

- Vamos. - Entramos na escola e fomos direto para nossas aulas.

Parecia já que todo o mundo se tinha esquecido do que aconteceu. Ninguém já me olhava do mesmo jeito que antes, estranho.

Na primeira aula, inglês, vi Peter se sentando no fundo da sala e eu queria ir até ele para o agradecer, então fui.

- Peter? - Ele nem me olhou só acenou para eu continuar. - Eu... Eu queria te agradecer por aquilo que fez.

- Não devia. Primeiro, se você realmente queria morrer fiz algo contra sua vontade e segundo faria o mesmo por qualquer um. - Falou seco.

- Não, eu não queria morrer. - Sussurrei e Peter me olhou.

- Falamos depois. - Ele apontou para a professora que já tinha entrado e eu sentei no meu lugar.

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