Amor XXL

Capítulo 2

- Vai, então, o que fez nas férias? - Vou direto ao ponto.

- Viajei, acampei, fui na praia, fui a festas, fui no cinema, namorei... - Ele dizia pensativo olhando um ponto fixo na parede. - E você?

- Passei tempo com meus amigos e criei roupas. - Ele levantou uma sobrancelha.

- Amigos? Suponho que seja só Lisa, ou estou errado. - Ele se inclinou para mim.

- Meu irmão é meu amigo também. - Semicerrei os olhos.

- Ronny... Eu curto ele... Nem parece ser seu irmão... - Ele sorri de lado e eu franzo as sobrancelhas.

- Por quê? Porque sou gorda?

- Porque ele é fixe. - Ele me encara. - Eu não tenho problema com seu corpo.

- Então porque ajuda sua namorada a me humilhar? - Ele dá de ombros.

- Não tenho nada haver com isso. - Ele se ajeita na cadeira. - Acabou? Beleza.

- Não ainda falta... - Ele me interrompeu.

- Professora! Quem acabou pode sair?

- Claro Peterson. Vocês podem sair.

Peter pega suas coisas e sai. Faço o mesmo e vou atrás dele.

- Eu não vou fazer o trabalho sozinha! - Digo quando estamos no corredor.

- Me mande o diálogo depois! - Ele grita saindo da escola.

- Idiota. - Digo entre dentes.

Vejo que estou sozinha no corredor então decido ir para a biblioteca fazer o diálogo. Quando cheguei ela estava vazia então sentei em uma cadeira e comecei a fazer o diálogo.

Terminei e decidi enviar de vez para Peter, não tava afim de o encontrar, era melhor, mas eu preferi fazer como ele pediu.

Saio da biblioteca e encontro Li no seu armário. Vou até ela e ela me olha surpresa.

- Onde estava? Eu te procurei por todo o lado! - Ela diz fechando o armário.

- Eu tava na biblioteca fazendo o diálogo. - Ela franze a testa. - Não me faça perguntas porque se não eu vou enfiar esse trabalho na boca de Peter. - Li ri.

- Tá bom, vamos para a aula de português, tá quase na hora.

Assim foi, fomos para a aula e quando ela terminou fomos logo almoçar. Voltamos para as aulas da tarde e a última era educação física.

Fomos até aos vestuários e ficamos nos trocando.

- Tá afim de sair nesse fim de semana? - Pergunta Lisa.

- Menina hoje é segunda, tem calma. - Eu ri.

- É que eu ando tão entediado que fico logo fazendo planos.

- Depois a gente vê. - Vi uma luz na minha direção e olhou os lados procurando algo.

- O que foi?

- Nada, me pareceu ver uma luz. - Dou de ombros e continuo a me vestir.

Quando já tínhamos terminado, fomos até à quadra e o que o professor nos mandou fazer foi logo correr a aula toda. Segundo ele, estávamos super sedentários depois das férias.

Claro que não podia faltar os comentários para mim de alguns colegas idiotas. Mas como sempre, ignorava.

Quando a aula terminou, fomos novamente para os vestuários.

- Amiga, tenho que ir. Minha mãe me pediu para cuidar de minha irmã. - Diz Lisa pegando suas coisas apressadamente.

- Não tem problema amiga, tchau.

- Tchau. - Ela beijou minha bochecha e saiu.

Fiquei me trocando e aos poucos as meninas saíram. Só ficaram lá algumas porque não paravam de conversar.

- Ai amiga, mas nesse verão eu engordei um quilo! Isso é um pesadelo! Eu estou ficando gorda! - Comenta uma menina pegando na pele de sua barriga.

- Que nada amiga, olha para mim. Eu que estou. - A outra faz o mesmo.

Revirei os olhos irritada. Eu tenho raiva nessas garotas que dizem ser gordas e não são. Porque até podia ser doença, mas aqui na minha escola é só doença mental de se achar superior.

Acabo de me vestir e saio do vestuário. Vejo meu irmão e vou até ele dizendo:

- Vamos? - Ele me olha parando de falar com seus amigos.

- Vamos mana. Tchau gente. - Ele faz um toque com os amigos e saímos da escola. - E aí? Como foi o primeiro dia? - O olho de lado.

- Normal. - Dou de ombros.

- Normal? - Ele me olha e começa a colocar o capacete.

- Sim, normal. Comentários desnecessários, aulas chatas e passando todo o tempo com Lisa. Normal. - Coloquei o capacete.

- Você um dia vai me dizer quem faz esses comentários desnecessários. - Ele sobe na moto.

- Todo o mundo Ronny. - Subo a moto e o abraço pela cintura. - Agora vamos para casa.

Assim foi, Ronny deu partida e fomos logo para casa.

Chegamos e entramos logo e vimos nossos pais com ar preocupada sentados no sofá juntamente com outro senhor de terno.

- Mãe, pai... - Ronny os chama. - O que rolou?

Meus pais trocaram um olhar estranho e pensativo e depois se viraram para nós.

- Aconteceu uma coisa grave. - Fala minha mãe com, voz chorosa.

- O quê? - Pergunto desesperada.

- Acusaram vossa mãe de matar um paciente. Estão falando que ela é a culpada da morte dele. - Diz meu pai segurando a mão dela.

O quê? Minha mãe vai presa?