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JULIE MOLINA

Não deu certo.

No fim da aula, fiquei com esperanças de que ele viesse até mim, mas ele passou reto, como se eu nem existisse.

Eu realmente desisto de conquistá-lo. Eu me esforcei demais, conversei com ele, mas se ele não quer, ele tem todo o direito.

Eu desisto. É, eu definitivamente desisto.

Fui para o refeitório com os meus amigos, e assim que cheguei, vi Luke sentado na nossa mesa. É tradição nossa se reunir ali, mas eu raramente fico na mesa.

- Complicado, viu? - Flynn falou com o pessoal presente. - Ah, oi amiga! - ela falou assim que me viu.

- Oi. - respondi, meio desanimada. Coloquei minha refeição na mesa e dei uma beliscada. Decidi não ficar muito participativa na conversa, só fiquei observando as pessoas.

- Eu tô louca pra ir numa festa. - Carrie jogou pro ar, e alguns concordaram com ela.

- Eu também, e a gente provavelmente vai nesse fim de semana, não é, Jules? - Flynn me cutucou, vendo que eu estava meio aérea.

- Ah, é. - falei, apoiando minha cabeça pelo braço direito. - Mas espera, por quê?

- Mentira que você esqueceu? - Flynn perguntou, incrédula.

- O quê? - perguntei, e ela arregalou os olhos.

- Seu aniversário, sua jumenta! - ela gritou, e eu lembrei finalmente.

Porra, essa época do ano não...

Era justamente a mais especial pra mim, principalmente porque eu passava junto com os meus amigos, mais especificamente com Luke. Ele me dava os melhores presentes de aniversário. Ano passado eu passei meu aniversário no Canadá com Luke, foi mágico, incrível. Desde então, a gente prometeu fazer sempre uma viagem nessa época para algum lugar, já que tínhamos o sonho de conhecer o mundo inteiro. Droga, eu sinto tanta falta dele.

Em falar nele, o mesmo não abriu a boca para falar sobre nada comigo. A única coisa que fez foi puxar assunto com Alex, amigo dele. É tão torturante não estar ali, bem no seu lado, abraçada, rindo de suas provocações, de suas piadas sem graça. Desde quando nós mudamos tanto?

- Ei, Terra chamando Julie Molina! - Flynn gritou, passando a mão na minha frente. Quando eu vi, eu estava encarando Luke, e ele me olhava de volta, sem entender. Merda, que vergonha!

- A festa? Eu não vou dar festa nenhuma. - avisei.

- Poxa, Julie. Ano passado nós ficamos sem festa por causa da sua viagem com o Lu... - ela parou, e eu fiquei corada. - Mas enfim, você tem que dar uma festa, pelo menos esse ano!

- Eu não quero. - falei, cruzando os braços.

- Então uma noite na sua casa só com os seus amigos, onde vai ter muita diversão? - sugeriu, com aqueles olhos de cachorrinho.

- Pode ser. - falei baixinho, e Flynn quase gritou de tão feliz que ficou.

- Quero que seja no sábado, para aproveitar o domingo também. - mandou, e eu assenti, mesmo que no fundo não seja da minha vontade.

Eu não quero nada, a única coisa que eu precisava aqui era o Luke.

O mesmo não reage a nada, nem mesmo quando Flynn citou o nome dele. Se ele tem um coração, deve ser feito de gelo.

[...]

Hoje é um dia em que eu levava Luke para a sua casa, pois ele não tinha carro e precisava cuidar do irmão dele. Não sei como ele foi para a casa dele nas últimas semanas, mas talvez tenha sido por um ônibus.

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