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JULIE MOLINA
2 anos depois...

Levanto da cama, deixando toda a minha preguiça de lado. Mais um novo dia estava começando e eu mal poderia esperar para passar junto com Luke.

Bom, nos últimos dois anos vivemos muita coisa, mas ao mesmo tempo as coisas passaram-se voando. Depois da nossa volta para o Rio de Janeiro, Luke e eu permanecemos firmes e fortes com o nosso relacionamento. Quando eu digo "firmes e fortes" não quer dizer que tudo está sendo perfeito, mas sei que no fim a gente sempre está junto.

A nossa vida é repleta de aventuras, e agora que somos realmente um casal fazemos quase tudo juntos. Sabe aquela história de que namorar na adolescência é intenso e que os hormônios também ficam? Então, é verdade. Esperei anos para viver isso com alguém, e esse alguém estava bem diante dos meus olhos. Apesar das dificuldades, nada é foi tão complicado como aquele ano em que fomos para o Rio. Eu ainda era obcecada pelo Nick, eu tratava Luke como meu melhor amigo, usei ele como um brinquedo, assim como eu fui usada... Foram tantos problemas de uma vez só que eu ainda me pergunto: como eu superei?

De qualquer forma, olhar para o passado não vai mudar em nada, não é? Fiz péssimas escolhas, mas no fim valeu tudo a pena.

Estou na casa de Luke, onde eu passei a noite. Ele já está acostumado com a minha presença constante na casa dele desde sempre, mas depois que começamos a namorar, ele realmente me trata como se eu já morasse aqui.

Abro os olhos preguiçosamente, decidindo se eu deveria voltar a dormir ou não. Cinco minutos a mais com certeza permitirá que eu durma mais uns trinta minutos, no mínimo. Quando encaro aquele olhar irreconhecível tomo um leve susto, me jogando para trás e quase caindo da cama. Luke se levanta assustado, mas prendendo o riso.

- Você quer me matar? - perguntei, lenta. - É intimidante acordar com alguém te olhando desse jeito.

- Desculpa, é que eu queria levantar com você, então fiquei esperando você acordar. - explicou, ajudando-me a levantar e sentar na cama, um pouco mais calma.

- Tudo bem. - respondi. Fiquei alguns minutos olhando para os móveis, encarando a parede e pensando na vida, até que eu senti cheiro de chá. - Eu preciso de chá para despertar.

- Vamos para o banheiro primeiro. - falou, puxando o meu braço e me levantando. Eu me sentia um bebê quando ele fazia isso comigo.

- Não! - resmunguei, mesmo sabendo que não iria mudar em nada.

Fiz tudo o que tinha que ser feito no banheiro e deixei o banheiro livre para Luke, que entrou no cômodo e fechou a porta. Ele provavelmente vai levar um ano para sair de lá. Fui para a cozinha me arrastando praticamente, eu andava morrendo de sono nesses últimos dias. Eu estava com cabelo armado, de pijama velho e largo. Era da minha mãe, mas não cabia nela, então ela me deu.

- Bom dia. - falei baixo, ainda sem humor para ficar animada.

- Bom dia. - minha sogra virou-se para mim. - Chá servido. - me ofereceu, e eu sorri em resposta.

Tomei uns goles de chá e observei atentamente o que Úrsula fazia. Ela lavava a louça e organizava tudo em um lugar específico. Suas mãos eram ágeis e praticamente automáticas, dava para se confundir com as mãos de um robô. Admirei com satisfação tudo aquilo, pensando se algum dia eu serei uma mulher habilidosa como ela.

- Depois que comecei a namorar com você, eu virei uma bagunceira e preguiçosa. - falei. - Você era uma má influência! - o acusei, rindo.

- Má influência por te foder violentamente em vez de estudar aula chata de química? Tá brincando, né? - começou a rir de mim.

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