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JULIE MOLINA

Hoje acordo mais desanimada do que nos outros dias. Levanto da cama parecendo que estava morta e fiz tudo o que tinha que fazer em casa. Peguei meu carro e fui para a prisão, mais conhecida como a escola.

Cheguei no meu armário, onde eu peguei os materiais que iria usar hoje.

- Olá morena dos cabelos cacheados. - uma pessoa falou atrás de mim.

- Se for um velho de 70 anos tarado, sai de perto de mim. - falei, mal humorada.

- E se for esse? - o cara apareceu no meu lado, e eu fui olhar quem é.

- Vai se fuder, Patterson. - falei, empurrando ele pra longe. - Vai perturbar outra pessoa.

- Vai se fuder você, Julie Molina. - ele diz, e eu fecho o meu armário. O mesmo me puxa brutalmente para o seu corpo e me dá um selinho longo. Quando nos separamos do beijo, ele diz. - Bom dia para você também. - Luke deu um sorriso.

- Quando você quer transar? - perguntei, já entendendo o recado dele.

- Não estou muito a fim de te usar hoje. - ele disse, olhando para as pessoas que passavam pelo corredor. Franzi a testa, sem entender.

- Quando foi que você virou gado? - perguntei, e vi sua cara de bravo se fazer, então comecei a rir.

- Quando foi que você se tornou tão chata? O vibrador não conseguiu te satisfazer? - ele perguntou, e eu fiquei vermelha. Qual era a necessidade dele soltar uma coisa dessas? - Transar comigo deve ser mil vezes melhor, estou errado?

- Não muito.

- Aceita que eu sou o melhor, Jules.

- Aceita que eu não nasci para agradar você, Patterson. - retruquei, e saí andando para a sala. Não ia adiantar muito já que Luke iria fazer a aula comigo, mas eu não quero me atrasar para a aula.

Cheguei na sala e notei Nick no canto dela, mexendo no celular. Percebi que já estava com o coração acelerado, então fui procurar um lugar para me sentar e me acalmar. Luke pelo visto não me seguiu, o que é ótimo. Da última vez em que sentamos juntos não deu muito certo, não quero passar pela mesma coisa de novo.

- Hey! - Nick veio até mim, sentando-se ao meu lado. Eu devia estar com uma cara terrível já que eu não tinha me arrumado e estava assustada.

- O-oi. - tentei parecer normal, mas na verdade eu parecia uma doente mental.

- Tudo bem? - ele perguntou, simpático. Dei um sorriso torto.

- É, sim. - falei. Eu odeio ficar com vergonha, pois eu sempre acabo falando besteira.

- Animada para amanhã? - ele puxou assunto. Merda, tinha que ser justamente hoje o dia em que ele quer falar comigo? Na mesma hora em que eu iria responder, Luke entrou na sala e me procurou pelos olhos. Quando seu olhar se encontrou com o meu, ele olhou para o assento ao meu lado, que estava ocupado por Nick. Vi seu rosto iluminado se fechar e seu olhar ficar sério. O mesmo se sentou atrás de mim e me ignorou totalmente.

- Um pouco. - respondi, ainda abalada pelo o que acabei de perceber.

- O que foi? Você ficou meio triste de repente.

- Nada... - o professor chega na sala. - Olha só, a aula vai começar.

E então eu me ajeitei na cadeira, ficando de costas para Luke e ao lado de Nick, que colocava o seu material na mesa.

Enquanto a aula acontecia, Nick tentava puxar assunto comigo. No começo eu me sentia extremamente tímida ao lado dele, mas depois eu me soltei e comecei a ser menos estranha. Urrea me arrancava risadas, fazia piadas sem noção e eu amava isso, porque me descontraía e tirava o meu mau humor por causa daquela aula maçante. Luke não veio falar comigo hora nenhuma e eu não fiz questão de chamá-lo.

- Nick, para com isso, vai dar muita merda. - eu sussurrei para Nick, que estava amassando uma bolinha de papel para tacar na cabeça de alguém. Dentro do papel, está escrito "se você está lendo isso, saiba que você está ganhando o prêmio de ser o maior corno da sala!".

- O que você acha de eu jogar naquele menino? - ele perguntou, apontando discretamente para garoto.

- Joga e finge que está copiando a matéria no caderno em três, dois, um... - sussurrei, e o Nick jogou, chamando atenção de todos na sala, menos do professor. - Vai, disfarça.

Certeza que nós ganharíamos o prêmio de melhores atores, porque disfarçamos muito bem. O menino pegou o papel e leu, em seguida olhou para a sala inteira e ficou confuso por não notar ninguém suspeito. Essa foi a hora em que eu segurei muito o riso.

- Quem foi? - o menino falou, e todos nós nos olhamos. Olhei para trás e vi Luke me olhando e olhando para Nick como sinal de reprovação. Ele viu tudo, merda.

- Shiu... - eu pedi em silêncio, e ele ficou ainda mais bravo. Qual é o problema dele? É só uma folha de papel!

- O que foi, Culler? - o meu professor disse ao menino.

- Uma pessoa tacou essa bolinha de papel em mim. - o garoto respondeu.

- Ignore, isso é coisa de criança boba. - o professor disse, virando-se para o quadro novamente.

Sorri para Nick e ele retribuiu.

Nick Smith sorriu para mim, é hoje que eu infarto.

- Arrasamos! - falei, fazendo um "toca aqui" com o moreno.

- Você é muito divertida, Julie. Espero fazer isso mais vezes. - falou, e eu sorri largamente.

[...]

A aula finalmente acabou e eu fui correndo para saída, já que hoje eu iria sair com Flynn, Reggie, Alex, Carrie e Luke. Todos nós vamos comprar roupas para a festa de sexta e nos divertir, já que não saímos juntos com frequência.

- Todo mundo vai pro carro da Julie! - Reggie gritou, animada. Todos nós fomos correndo até carro e quando eu fui abrir a porta do assento do motorista:

- Jules, posso dirigir ele? - Alex pediu.

- Pode ser, eu estou com preguiça pra dirigir. - falei, e ele me abraçou, contente. - Me larga! - gritei, e ele continuou me abraçando e pulando igual um canguru.

Quando ele me soltou, percebi que no banco do fundo não havia espaço, só me restava ir no colo de alguém.

- Vai no colo do Luke, Jules. - Flynn disse, com um olhar malicioso. Eu vou matar essa menina algum dia!

Ah, foda-se, já fiz pior com ele.

- Se importa? - perguntei apenas por educação.

- Mi colo, tu colo. - ele falou, e eu ri que nem uma hiena.

- Que merda de frase que você criou! - falei, rindo. Sentei no colo dele e senti um arrepio por toda parte do meu corpo. Meu Deus, eu sou muito safada, tenho que ir pra igreja.

- Gostou de sentar no meu colo, Jules? - ele perguntou maliciosamente, dando ênfase no apelido que Flynn me deu.

- Sentar no seu colo é pouco perante o que já fizemos. - ele bateu na minha bunda, fazendo eu dar um grito de susto e para provocar dei uma leve rebolada.

- Para com isso Julie, você sabe que eu sou homem e não controlo quando o meu amigo sobe.

- AI MEUS OLHOS! CHEGA, EU SOU EVANGÉLICA! - Carrie exclamou, tampando os olhos. Todos nós rimos.

- Jules, cadê as chaves do carro? - Alex perguntou.

- Aqui. - disse e entreguei as chaves, que estavam na minha bolsa. O mesmo ligou o carro e deu partida.

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