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Luke's PoV

- Tá bom, pai! Eu sei que hoje tem o tal jantar com a minha futura esposa! Tá! Não vou esquecer!- digo pro meu pai ao telefone.

Nunca entendi qual a lógica de se comprometer a casar com alguém que você nunca viu na vida. Mas é, essa é minha vida. Sou herdeiro da Máfia americana. Meu pai, Caleb, é um dos mafiosos mais poderosos do país e me arrisco a dizer do mundo. E estou sendo preparado desde que me entendo por gente para a assumir esse legado.

Não vou negar, ser o "príncipe da Mafia" tem suas vantagens. Tenho passe livre em todas as baladas da cidade, ganhei meu primeiro carro com 15 anos e já cometi um monte de infrações, mas nunca fui preso ou detido.

Já fiz alguns serviços pro meu pai. Desde cobranças de dívidas e até algumas encomendas e queimas de arquivo. Confesso que matar pessoas inocentes não é a minha parte preferida. Mas meu pai diz que um bom "capo" não tem piedade daqueles que o devem. A não ser que possam lhe dar algo em troca, como a sua filha em casamento. Mas sabem de uma coisa? É até melhor que seja assim. Dessa forma, eu não tenho que me apaixonar por alguém. Da última vez que eu fiz isso, acabei quebrando a minha cara.

Passei três anos em um intercâmbio no Canadá, e lá eu conheci a garota que me levou do céu ao inferno: Victoria Caro. Nunca fui um homem de me apaixonar perdidamente ao ponto de lamber o chão que a garota pisa, mas com ela... com ela foi intenso! Tão intenso que fizemos uma tatuagem nos pulsos com a inicial de cada um. E uma semana depois, peguei ela na cama com outro. Ou melhor, com Bobby Wilson, filho do pior inimigo do meu pai, Trevor Wilson, chefe da Máfia Canadense. Eu deveria matar os dois ali mesmo, mas se eu fizesse isso, daria início a uma guerra entre as duas maiores máfias do mundo. E... guerras entre máfias não são os eventos mais legais do mundo.

Eu também nunca fui de sofrer por mulheres, sempre tive todas as que eu quisesse com o mínimo de esforço. Mas sofri pela Tori. Muito. Então meu pai me deu um conselho que eu sigo desde então. Um dos únicos que ele me deu durante meus quase vinte e dois anos de existência.

"Exclua o amor de todas as suas relações, meu filho. Se case, mas não por amor. Case-se para gerar herdeiros. Herdeiros que um dia irão assumir o nosso legado. Um homem apaixonado se torna um homem tolo, fraco e se esquece de si e do que é realmente importante. E um homem assim é facilmente manipulável e também facilmente traível. Acha que eu cheguei até aqui com amor?"

Deixei a tatuagem. Não porque eu ainda goste da Tori, Mas pra sempre me lembrar de nunca mais me apaixonar por ninguém. Além dessa, tenho muitas outras pelo meu corpo inteiro.

Agora, eu voltei a Los Angeles novamente. Pra me casar daqui uns dias.

- Vivi pra ver Luke Patterson casando!- Reggie, meu amigo, diz.

- Pois é né? Parece que eu vou! Pelo que eu entendi, o pai dela tinha uma dívida com o meu pai. E prometeu a filha em casamento pra mim em troca do perdão.

- Que loucura! Mas você já viu pelo menos uma foto dela?- Reggie pergunta de novo.

- Não! Mas segundo meu pai, ela é bem bonita!

- Mas se você não vai se apaixonar, que necessidade tem dela ser bonita?- Dessa vez quem pergunta é Alex.

- Pra me dar filhos bonitos! Beleza também conta sabia?- digo.

- Então ela vai ter que ser quase uma deusa grega né? Porque se a criança puxar pra você...- Alex diz, rindo.

- Haha, engraçadinho!- digo, jogando uma almofada do quarto nele.

Eles dois são meus melhores amigos desde sempre. Os pais deles são os dois melhores homens do meu pai, então fazíamos tudo juntos. Quando eu assumir o comando de tudo, eles também serão meus homens de confiança. Contamos tudo um pro outro e sempre nos apoiamos. Foi assim quando a Tori me traiu, quando o Alex nos disse que era gay, ou quando o pai do Reggie quase matou a mãe dele.

Worlds Collide | JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora