9.

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Luke's PoV

Pouco antes do jantar, eu estava no meu escritório terminando de resolver umas coisas quando meu pai entra.

- O senhor ainda tem que bater na porta, sabia?- falo pra ele.

- E eu ainda sou o dono dessa casa, sabia?- ele me diz com um olhar bem ameaçador. O mesmo que ele me dava quando eu fazia algo errado quando  era pequeno e ele estava prestes a me bater. Poucas coisas na minha vida me causam tanto medo como esse olhar.

- Tá... e o senhor veio fazer o que aqui?- pergunto.

- Te dar algumas orientações- meu pai diz é pega uma caixinha do bolso.- Esse é o anel de noivado dos Patterson, ele passou de geração pra geração. Meu bisavô deu pra sua bisavó, seu avô deu pra sua avó e eu dei pra sua mãe. Agora, você fará o mesmo com a Julie e entregará pra ela.

Eu queria fazer duas perguntas. A primeira: será que todas elas foram obrigadas a casar? Mas resolvi ficar quieto. E a segunda que eu acho que seria a cara do Reggie fazer: Como o anel serviu nos dedos dessas pessoas? Mas também fiquei quieto. Meu pai me acharia um idiota completo se eu fizesse essa.

Quando ele mencionou minha mãe, senti uma dor no peito. Pensei se ela estaria feliz com o que eu estou fazendo da minha vida. Se se orgulharia de mim. Provavelmente não.

Pego a caixinha e abro. Um solitário de diamante surge diante dos meus olhos. Ele é lindo. Tenho certeza que ficará mais lindo ainda em Julie. Sorrio com o pensamento.

- Tá sorrindo por que?- meu pai pergunta.

- Nada! O senhor só veio aqui pra me entregar isso?

- Não! Vim pra te dizer que hoje é o dia perfeito pra dar andamento ao nosso plano! Jogue seu charme para ela hoje. Elogie sua roupa, não sei, apenas faça ela achar que você se importa com ela e que não a odeia. Estamos entendidos?

- Estamos...- digo.

Ainda venho pensando na conversa que tive com Alex e Reggie. Uma semana se passou desde que eu saí com a Julie e ainda fico pensando no que ela me disse.

Meus amigos estão certos eu sei que estão. Mas não quero decepcionar meu pai. Sei o que ele espera de mim e, mesmo não concordando, eu vou ajudá-lo.

- Sua noiva e a família chegaram!- ele me diz.- Quando eu entrei aqui, vi o carro se aproximando! A Carrie foi atendê -los.

- Então vamos lá né?- digo e saímos do meu escritório. Puxo a porta e a fecho e vamos até a sala.

Quando chegamos na sala, vejo Julie e Carrie conversando num canto e o pai dela, junto com um menino que eu acho que é o irmão da Julie.

Parece que não vai ser tão difícil elogiar ela. Julie realmente está muito bonita hoje.

- Boa noite Julie, você está linda!- elogio ela, sendo sincero. Mas também é bom unir o útil ao agradável. Percebo que ela cora. E depois me elogia também. Não sei porque, mas hoje senti vontade de me arrumar mais, pois sabia que ela viria pra cá. Ver que ela reparou e gostou, me faz sentir feliz. Apenas sorrio de lado pra ela.

O jantar começa, e em um momento, uma empregada acaba derrubando molho no meu pai e ele grita com ela. Julie o enfrenta e defende a mulher. E eu a defendo. Meu pai se cala, mas não porque se intimidou, mas sim porque sabe que era parte do plano. Ou acha que é. A verdade é que eu realmente acho que isso da empregada servir a todos é uma besteira, podemos nos servir sim. Mas vou deixar meu pai pensar que só fiz isso pelo plano. Depois que Julie for embora, ele vai demitir a mulher sem dó nem piedade. Ele odeia incompetência. E isso vale para todos. Até pra mim.

Worlds Collide | JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora