Mais um capítulo, finalmente! Comentem pf, gostaria de saber as impressões de vcs!! Boa leitura pra quem teve a bondade e paciência de esperar 🤍
P.s.: Pra quem gosta do Joe Cole, andei traduzindo um livro de One Shots que escrevi originalmente em inglês. Há uma one shot, "Light Of My Eyes", com o John!
_________________________________________Um pesadelo. Alex não conseguia parar de pensar nos seis operários da estação de trem e em Harry. Sete vidas tomadas em vão, e ela gostaria de, a qualquer momento, ser acordada daquele sonho terrível. Incrédula e irritada, recusava-se a aceitar que por um minutinho a mais o trem russo não se explodiria. Pessoas inocentes não morreriam. Ela e John seriam menos assassinos. Harry Palmer estaria vivo.
Tommy conseguira roubar as jóias da família Romanov-Petrovna, sim, com a ajuda dos Solomons e seus camaradas de guerra. E mais, conseguira encontrar Charlie e Charlotte antes de cumprirem o combinado. Com as crianças e o dinheiro em mãos, explodir o trem em favor de quem os estava extorquindo não era mais uma necessidade. Contudo, ele não conseguira passar a informação a tempo. E o preço a pagar pela falta de comunicação saíra caro demais.
A viagem de volta parecera mais demorada do que realmente fora para Alex. Charlotte estava adormecida em seus braços desde pouco tempo após entrarem nos carros. Te-la perto de si, sentir seu calor e saber que tanto ela quanto Charlie estavam bem, sãos e salvos, lhe fora um santo remédio para os nervos. Contudo, seu corpo não parecia estar nos melhores dias. Um sentimento letárgico tomara conta de todos durante a volta da estação de trem. Estavam muito cansados, inertes em palavras e sentimentos. Talvez fosse o cansaço daqueles tempos terríveis os castigando.
O sacolejar do veículo durante todo o percurso lhe embrulhara o estômago e lhe pesara a cabeça. Não fechou os olhos por um minuto sequer, em ansiedade por algo que também não entendia. Agir, por hora, não era mais necessário. Somente o tempo diria se os planos de Thomas seguiriam bem sucedidos. Alex tinha os dedos cruzados pra isso, mas nunca abandonava o sentimento de que, a qualquer minuto, seu castelo de areia escorreria.
Aliviada, Alex suspirou assim que pôs os pés na cozinha da casa sede. Com a pequena Charlotte nos braços, entrou em silêncio, logo seguida por Tommy, com seu filho Charlie no colo, Arthur, John e Michael. O calor do ambiente, em contraste com o pesado vento frio que soprava-se pelas ruas de Small Heat, a envolvera em um abraço reconfortante.
Polly os aguardava na cozinha, ansiosa, estava sentada à mesa diante de uma xícara de chá frio e os dedos emaranhados em um velho terço de contas de madeira escura. Seus olhos negros foram um afago à moça quando os viu, olhos maternos. A mulher os cumprimentou brevemente e correu para checar as crianças, tomando Charlie dos braços de Tommy. Apesar de tudo, estavam todos relativamente bem e inteiros.
Bem? Retrucaria Polly, que não desviara seu olhar magnético e minucioso da mancha cetrina na roupa de Alex que, não contente em alvejar o tecido do casaco da moça, carimbava também a manta, já não tão branca, que envolvia Charlotte.-Por Deus. O que é todo esse sangue, Alexandra Marie? - Disparou Polly, antes mesmo que algum de seus sobrinhos pensassem em sentar-se pelas cadeiras ao redor da cozinha e despejar cerveja em seus copos, como era de costume ao voltarem de dias difíceis.
O comentário fez com que Alex interrompesse o próprio transe. O nariz, já acostumado com o cheiro metálico do líquido vermelho-escuro, voltara a reconhecê-lo em sua roupa. John, Arthur, Tommy e Michael voltaram seus olhares à ela imediatamente. John pareceu alarmado por um momento, seus olhos arregalando levemente antes de voltarem ao normal.
-Acredito que não seja nada grave, Polly. - adiantou Alex, mesmo que já enxergasse uma carranca enfurecida torcer-se no rosto da Senhora à sua frente.
-Ela está ótima, Polly. Poderia ter sido pior. - disse Tommy seriamente antes de cruzar a cozinha em direção aos armários para procurar um engradado com garrafas de cerveja, ele estava coberto de lama, mas ainda sim beberia.
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Blind Love || John Shelby
FanfictionAlexandra Marie Mills era uma jovem que vivia confortavelmente em Londres até que, em uma esquina, o destino a expusesse a realidade das gangues inglesas que despontaram ao fim do século XIX e início do século XX. Mesmo que tal cenário sempre a espr...