Capítulo 8

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Eu coloco uma jaqueta Jens por cima da alça da minha bolça preta, ao mesmo tempo em que encaro o meu reflexo no espelho.
Eu estou usando um  cropett azul celeste, que é de pano e possui um decote simples mas que valoriza os meus seios do jeito certo.
Uma vez que já estou usando minha calça vermelha, meus cabelos estão soltos e ondulados, eu coloco à sandália de salto vermelha que Mercy me deu no meu aniversário do ano passado e passo um batom também vermelho e que combina com o delineador azul celeste, que por sinal é a única coisa nos meus olhos.
Eu não costumo me arrumar tanto para ir jantar na casa de Martha e George, mas quando minha anciedade ataca eu tenho a necessidade de fazer parecer que está tudo bem, e me arrumar é algo que facilita as coisas.
Eu apago as velas três vezes, e uma vez que minha respiração fica estável eu pego meu celular e guardo na minha bolça.
Eu olho para o porta retrato na minha mesa de cabeceira, e respiro fundo mais uma vez antes de sair do meu quarto.
Hoje é um sábado a noite, então quando eu passo pela portaria do meu prédio e encontro com Alberto, o porteiro que ninguém sabe quantos anos tem e  que está nesse prédio a mais tempo que o próprio síndico, e ele sorri para mim enquanto observa as minhas roupas. Um sorriso contido e distante se forma em seus lábios,  como se a visão de uma mulher arrumada em um sábado a noite lhe trouxesse lembranças à muito esquecidas.












- Boa noite Alberto.















Eu digo, e o porteiro calado me dá um aceno com a mão esquerda antes de abrir o portão para mim.
Eu empurro o mesmo, enquanto verifico o meu táxi, que em poucos minutos aparece para me levar para um jantar que ou será maravilhoso ou será uma catástrofe...

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Uma vez que o táxi estaciona na porta da casa de Martha e George, eu uso minha chave para abrir a porta vermelha, me deparando assim com a sala de estar já tão conhecida.














- Olha só quem está aqui, a filha favorita dos meus pais!














Titan diz, quando termina de descer as escadas, e eu rio ao mesmo tempo em que abraço o meu irmão de alma.












- Pronta para esse noite?










- Acho que sim, a doutora Linda disse que será um bom passo para a minha superação e aceitação.













Eu digo, apesar de não estar muito convencida disso.
Doutora Linda, à pisicolga a qual eu vou uma vez por semana em uma consulta de três horas, me havisou  desde a primeira consulta que o caminho para a aceitação da perda não seria fácil. Muito pelo contrário, mas, quando se chega ao fundo do posso você só tem um caminho, e é para cima, do contrário, bom, digamos que Titan eu e Inanna não gostamos de pensar nas outras possibilidades para acabar com o sofrimento.
















- Vem, conhecendo você como eu conheço, sei que deve estar precisando de uma taça de vinho antes de conhecer o...













Titan começa a dizer, mas é interrompido por Martha, que aparece usando seu avental que diz " apenas preparo coisas".












- Eu pensei ter ouvido a sua voz, como é bom ter ver querida.














Martha me diz, ao mesmo tempo em que me abraça apertado.
A verdade é que não faz nem uma semana que eu vim jantar com os Fiennes Tiffin, mas como sempre considerei Martha uma segunda mãe e ela sempre me considerou como mais uma filha, ficar alguns dias sem ve-los já é uma coisa rara.














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