Capítulo 13

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Quando se ama advocacia, só de colocar os pés no tribunal você já sente seu peito bater mais forte, uma euforia sem igual tomar conta de você e um êxtase sem igual inundar a sua pele, até cobrir todo o seu ser.
Eu me senti assim durante a faculdade, e a primeira vez que pisei em um tribunal. Eu me lembro como se fosse hoje, eu estava tão nervoso que vomitei antes e depois de chegar ao tribunal, felizmente as duas vezes foram no banheiro.
Eu tremia dos pés a cabeça, mas assim que comecei os meus argumentos não consegui mais parar.
Eu ganhei aquela causa, e isso só aumentou a minha confiança para os casos que se sucederam.
Agora, entretanto, eu não sou invadido pela emoção e euforia, não. Agora eu sou invadido pela raiva e pela angústia!
Alguns dias se passaram desde que Jo e eu descobrimos que Cristiano Fontanele matou não só a filha do senhor e senhora Jones, mas também os meus pais e Phil, e é por isso que Maximos resolveu me retirar, assim como Jo, do caso.










- Senhor Faulkner, é a sua vez .








Um guarda diz, me fazendo abrir a porta de madeira e entrar no tribunal, embora dessa vez eu não ocupe uma das duas cadeiras, cada uma colocadas de um lado da sala, onde os advogados de defesa e acusação se sentam. Ao invés disso eu vou direto para o púlpito ao lado do juiz, onde os interrogados se sentam.
Eu me acomodo na cadeira de madeira, e na mesma hora meus olhos encontram com os de Josephine, que está sentada ao lado de Titan e Inanna, nas cadeiras de madeira atrás da nossa advogada, e ainda apresenta o nariz vermelho graças as  lágrimas que eu sei que ela derramou depois de se sentar no mesmo lugar onde eu estou agora e descrever o seu acidente com Phil, contando detalhes de como tudo aconteceu, detalhes que batem perfeitamente com os vídeos das câmeras de segurança.
Nunca me imaginei nesta posição, sentado nesse banco e respondendo à perguntas que em geral sou eu que fasso.
A advogada que me substituiu é experiente nessa área, por tanto, suas perguntas e ordens são diretas, e eu gosto disso.
Assim como ela pediu a Jo, a advogada me pede para contar os detalhes do acidente, bem como a placa do carro do meu pai e a cor do veículo.
Eu respondo a tudo com calma, mas no minuto em que o vídeo de segurança é desligado e o advogado de Cristiano Fontanele se levanta, eu fecho minha mão, pronto para toda e qualquer provocação que ele esteja pensado em fazer comigo, assim como fez com Jo.
Com calma, eu respondo cada pergunta,  desde que eu não estou invetando tudo isso só para poder perseguir o cliente dele, até insinuações bem inrritantes de que eu estou mentindo só para prender o homem que matou o namorado da minha amante, porque é óbvio que o advogado não tem argumentos melhores do que dizer que eu e Josephine estamos tranzando.
Sem cair em nenhuma pegadinha, até porque estou falando a verdade, eu admiro a raiva crescer nas feições do advogado, porque por mais que a história de eu e Jo trabalharmos juntos e eu receber o coração do namorado dela pareça bem louca, essa é a nossa verdade.
O advogado é bom, eu admito, ele faz boas perguntas e sabe como irritar as testemunhas, mas isso não acontece comigo, apesar de que a cada pergunta que ele me fassa o nó na minha garganta só aumenta, assim como a dor esmagadora da perda.
Contar na frente do juri popular e do juiz, bem como na presença de todas as outras pessoas que estão assistindo ao julgamento a história de como perdi meus pais não é fácil, mas eu vou até o final sem nem exitar ou gaguejar uma vez se quer.
Quando o juiz diz que eu já posso sair o olhar se ódio de Cristiano Fontanele me faz sorrir para ele, que rosna para mim como um verdadeiro animal, um animal assassino e que vai ser colocado na prisão, onde vai ficar o resto da sua vida, não importa quanto dinheiro ele tenha.
Sentido as mãos tremendo quando eu me acomodo ao lado de Jo, que Inanna libera no minuto em que eu apareço novamente atrás da nossa Juíza.
Nem eu e nem Jo falamos uma palavra se quer, mas no minuto em que Cristiano Fontanele se senta no mesmo lugar em que eu estive em poucos minutos e o advogado do mesmo começa a tentar faze-lo de passar por inocente apesar de ele já ter quatro acusações de homicídio nas costas, eu sinto os dedos de Jo encostarem nos meus.
Seus dedos estão gelados, mais gelados do que deveriam, mas eu acho que os meus estão assim também, se não mais.
Cuidadosamente eu seguro a mão de Jo, que me fazer relaxar um pouco ao entrelaçar nossos mãos frias.
Para mim é difícil estar aqui, tentando colocar o homem que matou meus pais, a própria namorada e Phil, mas para Jo...
Ela está tentado colocar o homem que matou Phil, meus pais, a própria namorada no dia do aniversário de morte de Philipe, se esse caso já está acabando comigo, Jo deve estar no fundo do posso, e isso me destrói ainda mais. Afinal, Jo é minha amiga, minha família, e só de pensar que alguém à está fazendo mal eu sinto vontade de quebrar a cara da pessoa de porrada, essa pessoa sendo Cristiano Fontanele e seu advogado ainda mais.
Uma vez que nossa advogada encerra as perguntas nós damos um tempo para o juri popular decidir o veredito.
Uma vez que o acusado está de pé ao lado do advogado e a mulher que está sentada na ponta do banco se levanta com um papel retangular nas mãos, eu sinto minhas mãos tremerem de antecipação.
Eu fecho meus olhos, e juro que paro de respirar até ouvir que o réu é culpado!
Na mesma hora, um suspiro escapa dos meus lábios, e apesar de querer me virar para ver como Jo está eu não consigo desviar os meus olhos de Cristiano, que é algemado e levado para uma penitenciárias cujo nome eu não ouvi.
Eu me concentro na visão do homem que matou os meus pais sendo levado do tribunal, mas apesar do certo alívio que eu sinto, um frio logo se aloja na minha coluna quando eu vejo o olhar mortal que ele lança na direção da Juíza, depois da advogada que me substituiu, então passa para a mulher que anunciou a sua prisão, tudo isso para terminar em cima de mim e Josephine que pelo aperto firme que dá na minha mão eu sei que ela também sentiu o calafrio.
Mas isso já não faz mais diferença, agora Cristiano Fontanele foi preso, mas eu ainda assim sinto que não tenho a capacidade de respirar, não depois de tudo o que aconteceu nas últimas duas horas!

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