Capítulo 20

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Eu sorrio para minha mãe, enquanto nós observamos o mar na nossa frente.






- Nossa, não sei porque paramos de fazer isso.







Eu digo sorrindo, enquanto viro minha cabeça para olhar para minha mãe que agora está caida ao meu lado com uma poça de sangue ao seu redor.
Na mesma hora, eu me aprixmo de seu corpo, enquanto o sangue se espalha cada vez mais pela areia da praia.
Eu seguro sua cabeça nas minhas mãos mas... tem tanto, tanto sangue...







- Socorro!







Eu grito para a praia vazia, mas assim que volto a encarar o corpo da minha mãe não estamos mais aproveitando um dia de sol em Los Angeles.
Agora estamos no carro, meus pais estão sorrindo um para o outro, e eu sei o que vem em seguida. 







- Desvia, Desvia o carro!






Eu grito, mas já é tarde demais, a batida é tão violenta que eu sinto os ossos do meu corpo chacoalharem, mas dessa fez eu não perco a consciência na mesma hora. Porque dessa vez é muito pior.





- Não! Não! Não! Não!








Eu digo, enquanto me apresso a soltar meus pais dos cintos de segurança, mas não são seus rostos machucados que eu vejo, não, são caveiras, caveiras... o que eles são agora...







- Hero, Hero acorda!






Uma voz agitada diz, mas eu não consigo fazer nada, eu não consigo respirar!
O ar está tão pesado, cada inalação é como uma faca em meus pulmões e eu não sou capaz de continuar fazendo isso, não sou capaz!
Eu levo minhas mãos até minha garganta, desesperado por um pouco de ar, mas ele não vem. Nada vem.
É isso, termina aqui, não sou capaz de respirar, vou terminar aqui sozinho e...









- Ei, ei lindo, olha para mim, olha nos meus olhos Hero!








A mesma voz me chama, mas eu não consigo encontra-la, ainda estou no carro destruído, ainda estou olhando para as duas caveiras que um dia foram meus melhores amigos.








- Meu amor, olha para mim. Abra os olhos Hero!







A voz diz novamente, e eu sinto um leve estalo repercutir pelo meu cérebro.
Me lembrando de como abrir os olhos, eu o fasso, me deparando assim com um quarto de tamanho mediano, uma mesinha de cabeceira que tem um pequeno abajur e três fotos em porta retratos.
Uma é de uma família, a garotinha deve ter uns cinco anos, e está com os pais beijando suas buchechas rosadas que contrastam bem com os olhos incrivelmente azuis.
A outra foto que está na ponta é da mesma garotinha, mas agora bem mais velha e usando uma beca de formatura,  ela está no meio, e tem um homem jovem de cabelos pretos e uma garota morena a abraçando.
A última foto, a que está no meio, a mesma garota esta presente, mas agora ela está muito mais arrumada, usando um vestido rose e com os cabelos presos em um coque perfeito. Seu corpo está imprensado por o de um homem alto e forte, de cabelos pretos, eles se olham nos olhos, estão tão focados um no outro que nem notam a existência do fotógrafo que captura a intensidade que os inunda.
Aos poucos minhas mente vai despertando, e eu sorrio para a foto que Inanna e Titan imprimiram e deram para mim e Jo. Eu  não pensei que ela fosse fazer isso, não depois de ter tirado as fotos de Philipe da mesa de cabeceira, mas... na mesma noite em que ganhamos a foto Jo a colocou em um porta retrato e a acomodou na sua mesa de cadeira, mal sabia ela que eu havia feito a mesma coisa naquela tarde.






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