Faces de um Anjo (Concluída)

Face 2: Audaz.

Capítulo 6.

Os primeiros raios da manhã batendo em meus olhos tornou impossível permanecer dormindo, levantei indo até o telefone.

- Recepção Jarbs em que posso ser útil?

A voz de um homem com forte sotaque britânico questionou.

- Quero meu café da manhã, quarto 707. Isto é tudo.

- Imediatamente senhora Priestly.

Ouvi antes de bater o telefone no gancho novamente, fui até o banheiro lavando bem a pele, tonifiquei, hidratei, passei protetor solar e fui para a ante sala de onde, ouvi barulho de bandejas, havia três homens organizando tudo, um de terno alto com um bigode fino e cabelos apenas na lateral da cabeça, os outros mais jovens acatando ordens do mais velho.

- Bom dia Senhora Priestly.

Disse o mais velho com um leve inclinar de cabeça, era o homem do telefone, o britânico.

– Providenciamos o café da manhã continental como de costume, caso seja necessário alguma reposição estou a sua inteira disposição.

Assenti indo até a mesa sem falar nada, foram saindo e as palavras da jovem da noite anterior ecoaram em minha mente.

- Obrigada pelo serviço Jarbs.

Disse antes que ele fechasse a porta, o mesmo parou no lugar com os olhos bem abertos e boca entre aberta, será que sou assim tão indiferente que qualquer migalha é vista como extraordinário?

- O-Obrigado senhora Priestly, é sempre um prazer servi-la.

O homem ainda estava claramente surpreso, apesar da falha tentativa de disfarçar o sorriso, fechou a porta me deixando ali a observando por mais um tempo, sorri levemente, aquilo foi diferente, não é algo que costumo fazer mas é estranhamente bom... Fechei meu semblante novamente me servindo de café, dei um gole longo deixando a cafeína fazer seu trabalho, abri a última edição de "Woman's Wear Daily."

Após 40 minutos estava pronta para minha caminhada, tênis confortáveis, calça legging preta, regata branca e um casaco corta vento, óculos de sol e um boné do NY Yankees, não costumo usar roupas tão informais, porém quem que caminha na praia com salto alto e sobretudo?

Passei no quarto das meninas constatando que dormiam pesadamente, beijei suas testas e fui para o elevador, a praia estava vazia, o horário de 06:30hrs de outono de fato não é atrativo a muitos, o que se torna para mim, caminhava ouvindo em meu iPod um pouco dos clássicos, respirei fundo deixando aquele cheiro salgado e refrescante penetrar minhas narinas, parei fechando os olhos e sorrindo levemente, paz... Doce paz, tirei meu boné e óculos já que seus maiores intuitos era me fazer passar despercebida, fiquei observando um surfista solitário a distância.

- Rapaz corajoso...

Falei em voz alta enquanto ele deslizava pelas ondas com maestria, como não tinha medo de se machucar? Mesmo após se desequilibrar ou cair lá estava ele de novo, remando e voltando para sua amada onda, deixou que uma grande o trouxesse quase até a areia, saiu caminhando lentamente da água e fiquei surpresa ao perceber que se tratava de uma surfista esse tempo todo, só não foi maior que a surpresa de perceber ser Sanchs, essa garota está em todos os lugares? É perseguição, sina, azar ou castigo?

Ela deu alguns passos se afastando de onde a água ainda a alcançava, deitou a prancha em sua frente, apertou os cabelos tirando o excesso de água do mar, começou a descer lentamente o zíper de sua roupa especial, fiquei olhando completamente hipnotizada, segura em saber que não tinha sido notada ainda, afinal estávamos as duas na praia, cedo ou tarde ela me veria, um braço foi tirado com dificuldade e logo após o outro, a roupa parece ser muito expressa e com a água deve ser difícil de tirar, biquíni no estilo brasileiro preto? Popularmente conhecido no país como “cortininha”, eu particularmente achava vulgar a maioria dos biquínis do país, porém acredito que tudo é uma questão da modelo certa, novamente senti minha intimidade se contrair diante da mulher de pele alva e seios médios, "Devem caber perfeitamente na minha mão". O pensamento escapou me fazendo morder os lábios, falando neles o dela estão tão vermelhos devido a temperatura baixa da água, pegou sua prancha colocando embaixo do braço e começou a caminhar olhando para os pés em minha direção, será que ela me viu? Começava a passar por mim, tão perdida em pensamentos que realmente não percebeu minha presença, inferno! Eu quero que me veja...