Chegando na casa da minha vó, desço do carro pego meu material e vou em direção ao portão com o Paulo do lado, vejo que pouca coisa mudou, as coisas estão no mesmo lugar, tudo bem decorado como sempre foi, a única coisa que vejo de diferente ao chegar no portão é que eu não sinto mais aquela alegria imensa, sinto tristeza, e com isso meu coração apertou mais, parece que eu ainda me vejo com meus primos ali correndo pela casa, todos conversando e com um sorriso no rosto.
Balanço a cabeça na intenção de afastar esses pensamentos e vejo minha mãe vindo em direção ao portão, ela o abre e diz que está atrasada me da um beijo na bochecha e cumprimenta Paulo com um sorriso.
- Sua avó está na cozinha querida, ela ficou super feliz por você ter vindo e quis fazer um bolo.- minha mãe diz entrando no carro e sorri.- Estou de volta em três horas, tudo bem?- ela pergunta por fim, apenas assinto sorrindo e ela se vai. Olho pro Paulo e ele olha pra mim, então resolvemos entrar logo de uma vez, caminho pela calçada do quintal apoiando um pouco em Paulo com essas drogas de muletas, e chego até a porta da sala, bato nela e entro, Paulo vem logo atrás de mim, peço pra ele esperar ali na sala de estar, minha vó ainda não o conheçe vai que ela se assusta ou algo do tipo. Vou até a cozinha e sinto aquele delicioso cheiro de bolo de laranja, cara como eu amo isso.
- Vó?- digo com um sorriso no rosto e uma lágrima escorre.
- Minha querida!- ela diz vindo em direção a mim com um sorriso no rosto e me da um abraço apertado.
- Como a senhora está? Que saudades.- digo ainda deixando escorrer as lágrimas.
- Estou bem querida, apesar de tudo estou bem.- ela diz.- Oque houve com sua perna querida?- ela diz e me olha preocupada.
- Ha nada demais vó, foi um pequeno acidente, quebrei só o tornozelo e nem dói tanto.- digo explicando e sorrio.
- Menos mal.- ela diz aliviada.- Estou fazendo um café da manhã pra gente querida, fiz bolo de laranja, o seu preferido.- ela diz sorrindo e eu sorrio também.
- E o vovô onde está?- pergunto animada, vejo que ela desfaz o sorriso no mesmo instante.- Oque foi vó? Está sentindo alguma coisa?- pergunto preocupada.
- Seu avô querida...- ela diz e entra no choro não conseguindo terminar a frase.
- Oque houve vó? Oque ele fez?- pergunto ja muito preocupada.
- E-ele...- ela diz e tenta se acalmar respirando fundo.- Ele morreu á seis meses.- ela diz por fim.
Ao ouvir aquilo entrei em choque, estava sem reação, só senti as lágrimas escorrem mais, e desta vez de imensa tristeza, abracei minha avó tentando confortá-la, percebi algo errado desde quando cheguei, aquela sensação estranha, mas não esperava isso.
- Bom mas a vida segue minha querida.- ela diz tentando esquecer e secando as lágrimas e indo pegar o bolo no forno, minha vó sempre foi assim, sempre positiva com as coisas.
- Sinto muito vó.- digo tentando me acalmar e com um olhar triste, ela apenas assente.- É.. vó, preciso contar uma coisa pra senhora, é que eu conheci alguém e..- tento dizer mas ele interrompe.
- Você está namorando querida?- ela diz emocionada e vejo que ela ficou feliz, eu apenas assinto com um sorriso e afirmo com a cabeça.- E quando eu vou conhecê-lo?- ela diz por fim.
- Então.. Acho que agora.- digo e dou um sorriso meio sem graça.- É que ele veio comigo, a gente ta morando junto, e ele ta ali na sala de estar, mandei ele esperar ali porque não sabia se a senhora se assustaria ou algo do tip..- ela me interrompe novamente e vai em direção a sala de estar me deixando ali e eu sorrio com isso, mais uma mania da minha vó, positiva, espírito jovem e parece que ama me interromper. Fico ali pensando e esqueço de ir até a sala também.
- Ahhhh meu deus!- escuto minha vó gritar da sala e vou correndo pra lá assustada.
- Meu deus? Oque aconteceu aqui vó?- digo chegando na sala e vejo Paulo sorrindo.
- Eu não acredito que você está namorando o Paulo da banda Fly!- minha vó diz eufórica e sorri eu rio muito da situação e Paulo também.- Eu escuto vocês na rádio sempre!- ela diz animada e eu não consigo parar de rir.
- Não sabia que sua vó curtia nosso som.- Paulo diz pra mim ainda rindo.
- Eu também não.- digo ainda rindo.
- Venham, vamos tomar café! E você..- ela diz e se aproxima do Paulo o pegando pelo braço.- Venha querido, quero autógrafos ein!- ela diz por fim super animada e me pega pelo braço também nos puxando até a cozinha, quase cai mas tudo bem, e eu só consigo rir e Paulo também. Minha vó começa a preparar a mesa pro café, ela pois o bolo de laranja, torradas, nutella, um monte de frutas, suco de uva e maracujá, tava parecendo aquelas mesas de café da manhã de novela. Conversamos muito, contei pra minha vó como conheci o Paulo e tudo oque tinha acontecido. Terminamos de comer e minha vó chamou a gente pra ver o jardim dela, eu tinha que terminar de editar o meu livro o quanto antes, se bem que era meio difícil fazer isso agora, eu estava morrendo de preguiça, ainda mais de muleta, que saco! E então ela foi mostrar o jardim pro Paulo e eu fui até um cômodo que minha vó havia me mostrado, era tipo um escritório, entrei nele e organizei minhas coisas pra começar a edição, abri a janela e vi aquele céu que estava perfeito hoje, ainda mais com a vista pro jardim da minha vó, e ai eu perco totalmente a concentração e começo a fazer desenhos em umas folhas de sulfite que tinha ali, fiquei fazendo rabiscos, até que depois de um tempo cansei de fazer aquilo, amassei a folha e joguei pra trás, acho que caiu do outro lado da janela, e então o papel volta e cai na minha cabeça.
- Ué?!- digo estranhando isso, então pego o papel e jogo denovo pra trás e o papel volta novamente.- Mas que droga!- digo irritada olho pra trás não vejo ninguém, e jogo denovo o maldito papel e dessa vez com mais força, e essa merda volta denovo.- Mais que caralho, que saco!- e então escuto alguém tentando segurar a risada do lado de fora perto da janela e percebo que é a de Paulo, me aproximo da janela e vejo ele não se aguentando de rir.- Ahhhh então é você seu filho de uma rapariga, quer dizer a rapariga é você porque eu amo minha sogra, mas enfim, seu idiota!- tento bater nele mas como ele ta do lado de fora minha tentativa foi em vão, não consigo segurar e começo a rir também, então resolvo guardar minhas coisas pois minha mãe me enviou uma mensagem dizendo que estava a caminho.
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Destinos Cruzados
FanfictionNós tínhamos tudo pra dar certo, tudo pra seguir uma vida juntos. Mas parece que sempre algo vai atrapalhar, sempre vai dar algo errado. As pessoas pensam que tem uma vida difícil, mas elas não viram a situação da minha. Às vezes fico pensando, e...