Capítulo 35

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- Ok, pra você eu vou ter que contar de qualquer jeito mesmo..- Caíque diz e suspira.

- Sem rodeios Caíque, não me faça ficar nervoso, desembucha!- digo já sem conseguir conter meu nervosismo, algo me diz que o que ele vai me dizer não é algo muito bom.

- A Fernanda..- ele ia dizendo, mas interrompo.

- O QUE? Tem haver com ela?- pergunto irritado, caramba! Essa garota parece carrapato, quando gruda não larga mais, pelo amor né!

- Shhh!- ele diz, fazendo sinal para eu ficar quieto.- Não sabe que alguém pode estar atrás da porta ouvindo, e outra as paredes tem ouvidos também!- ele completa olhando pros lados.

- Ta, tabom! Continua!- digo.

- Quando ela descobriu que você e a Jhe vieram viajar pra cá, ela..- ele ia dizendo mas o interrompo novamente.

- COMO ELA DESCOBRIU QUE A GENTE IA VIR PRA CÁ?!- pergunto ainda mais irritado.

- Shhhhhhh! Porra mano! Deixa eu falar, escuta e para de ficar gritando, daqui a pouco entra os enfermeiros aqui querendo participar da conversa também! Orra..- ele diz irritado, resolvo ficar quieto e apenas ouvir, e então ele continua.- A Fernanda descobriu que vocês vieram pra cá, e então ela queria vir pra cá também, mas nesse plano dela, de vir pra cá, incluía matar a Jhe, ela tá completamente maluca! Eu ouvi ela conversando ao telefone com alguém planejando tudo isso, eu tentei impedi-lá, mas não teve jeito, então eu resolvi seguir ela, pra impedir se caso ela tentasse algo, mas quando ela chegou aqui, no aeroporto, uns caras barraram ela, e começaram a cobrar sobre algum dinheiro que ela devia a eles, vi apenas que ela começou a chorar e comprou a passagem de volta pra São Paulo, e foi ai que eu comprei a minha também, e o meu vôo caiu no mesmo que o da Jhe.. E eu só espero que ela tenha caído na desculpa de eu ter vindo ver meu tio.- ele terminou de dizer e eu estava igual a um idiota, de boca aberta, espantado com aquilo que ouvi.- Paulo? Diz alguma coisa..?- Caíque diz me tirando de meus pensamentos.

- E-ela.. Dessa vez não vai matar a pessoa que eu amo.. Ela pode ter matado uma das minhas ex, mais isso não vai acontecer de novo..- digo fitando o nada, eu estava totalmente paralisado.- Caíque! A gente precisar fazer alguma coisa, pra acabar com ela de vez, isso não pode continuar assim!- falo segurando as lágrimas.

- Eu sei mas.. Como? A mina é quase uma terrorista mano..- ele diz com uma expressão preocupada.

Um silêncio começa a reinar, até que escuto um barulho de mensagem chegando em algum celular, era o celular do Caíque, ele o retirou de seu bolso e enquanto lia a mensagem, arregalou os olhos, sua boca estava entreaberta, sua expressão era de medo.

- Caíque? Aconteceu alguma coisa?- pergunto preocupado.

- Fudeu!- ele diz nervoso.

- Explique!- digo.

- A Fernanda.. E-ela..- ele para a frase na metade, engole seco, e continua.- Disse que está vindo pra cá! Ela quer te ver a todo custo.- ele termina de dizer.

- Ahhhhh mais que droga!- digo irritado.- Caíque, liga pra ela! Agora! Tenta impedir, e outra ela não deve saber em qual hospital estou..- digo, mas sou interrompido por outro barulho de mensagem.

- Ela disse que sabe em qual hospital você tá! E que não vai te deixar em paz enquanto você não for dela.- ele diz.

- Liga pra ela! E passa o endereço de outro hospital, faz alguma coisa pelo amor de Deus, Caíque!!- digo, e então ele disca alguns números no celular, e coloca no viva voz.

-" Oi, aqui é a Fernanda, no momento não posso atender, desculpe, mas deixe seu recado após o sinal."- era isso que dizia quando tentávamos ligar pra ela, mas que ótimo! Era apenas isso que me faltava..

Destinos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora