Capítulo 24

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Chego e vejo a porta aberta, olho pela sala e pela cozinha e não a vejo, resolvo subir as escadas e então ouço um choro baixinho vindo do quarto, entro e vejo ela no canto do quarto com a cabeça apoiada nos joelhos, ê laia.. Vai ser difícil hoje, penso e suspiro.

- Jhe?- digo me aproximando e se abaixando perto dela, mas ela não me responde.

Paulo POV Of

- Porque me tratou daquele jeito?- pergunto a ele com os olhos lagrimejando.

- É uma longa história.. Posso tentar te explicar?- ele diz suspirando e eu apenas assinto.- Mas está conversa vai ficar apenas entre nós e o Caíque não pode nem sonhar que te contei isso então..- ele diz e eu concordo, então ele continua.- Ha uns três anos atrás, eu fui em um evento de música, e acabou bem tarde.. Sai de la umas quatro horas da manhã, então enquanto eu caminhava até o carro eu vi o Caíque atirando em um cara..- ele diz mas eu o interrompo.

- C-como assim? A-atirando?- digo espantada.

- Mas foi pra se defender, ele não teve escolha, era isso ou a essa hora ele estaria morto, eu fui ajuda-lo, e foi ai que surgiu uma grande amizade, e também um grande sonho, e naquele tempo eu estava tendo um caso com a Fernanda e ela ficou sabendo de tudo, depois de uns oito meses eu e ela terminamos e eu comecei a namorar uma garota, ela se chamava Julia, e assim que Fernanda descobriu matou a garota, Caíque disse que viu ela atirando, e eu acredito nele, Caíque nunca foi de mentir, eu até paguei uma passagem pra ela ir pra Paris e me deixar em paz, só que ela nunca desiste e sempre volta.. E hoje quando ele veio aqui me contar aquilo eu fui acertar minhas contas com ela, eu não vou deixar ela me impedir de ficar com você, ela não vai estragar tudo denovo..- ele diz deixando uma lágrima cair.

- Olha, me desculpa.. Eu não sabia dessas coisas eu..- eu digo mas ele me interrompe.

- Tudo bem.. Só quero ficar numa boa com você.- ele diz e me abraça.- Arruma uma mala com nossas roupas, vamos viajar pra casa dos meus pais hoje de madrugada, preciso relaxar e esfriar a cabeça por um tempo.- ele diz se levantando e me ajuda a se levantar em seguida, ele me abraça forte.- Eu não vou te perder assim tão fácil.- ele diz em meio ao abraço e eu sorrio.

Pego duas malas médias, e coloco algumas roupas minhas em uma, e as do Paulo em outra, não vamos levar muita coisa, oque a gente precisar compramos lá depois, tomo um banho rápido e coloco uma roupa confortável já que são umas oito horas de viajem de carro. Quando ficamos prontos, avisamos por mensagem que iríamos viajar por um tempo pro Caíque, pro Nathan, pra Bia e pra Isa, Paulo foi ligar pros pais dele avisando que iríamos pra lá hoje de madrugada, e então eu ligo pra minha mãe e pra nossa empregada Cintia, avisando também. Depois de avisar todo mundo, arrumar as coisas e ficarmos prontos, trancamos o apartamento e fomos até o estacionamento pegar o carro, entramos e Paulo parou em um mercado 24hr pra comprar algumas coisas pra gente comer no caminho.

- Oque a gente compra?- ele pergunta.

- Ha, pega algumas bolachas, refri e chocolate só.- digo sem muita animação.

- Uhm tá.- ele diz e caminha até uma pilha de bolachas de chocolate com maracujá.- Amor, olha essa aqui, nunca tinha visto dessa antes, e tá tudo empilhada.- ele diz apontando pra pilha de bolachas e ri.

- Pega duas dessa ai então.- digo e rio também, e quando ele termina de pegar o primeiro pacote a pilha de bolachas cai toda no chão, voou bolacha pra tudo quanto é lado, eu não consegui me controlar e tive uma crise de risos, ele começa a rir também e vemos que tinha algum funcionário vindo em nossa direção, então começamos a andar rápido e disfarçadamente, não conseguia parar de rir, fora que só tinha a gente aquela hora no mercado, então pegamos logo o que tinha que comprar, passamos pelo caixa e saímos de fininho.

Eu amo viajar de carro, ainda mais com o Paulo, não vejo a hora de conhecer meus sogrinhos e meu cunhado, minha ansiedade tá a mil, acabei dormindo em meio aos meus pensamentos. Acordei e ainda faltava umas duas horas pra chegar.

- Paulo, vamos parar pra tomar um ar, tenho certeza que você nem descansou, deve estar exausto.- digo meio sonolenta.

- Ok, ali na frente tem uma padaria nós paramos ali então.

Paramos naquela padaria por um tempo e ficamos conversando e comendo. Então resolvemos voltar para a viajem, entramos no carro e Paulo tentou ligar o carro, mas não pegou, ele tentou denovo e nada.

- Droga! Porque essa porcaria não quer pegar?- ele diz indignado.

- Não me diz que o carro não vai fincionar?!- pergunto esperando que ele diga que o carro vai pegar.

- Acho que vamos ter que esperar, vou ligar pra algum guincho.- ele diz irritado.

- Af, ninguém merece.- digo irritada também. Depois de algum tempo, um tio do Paulo passa por aquela avenida em que estavamos parados e o Paulo pede uma carona pra ele até a casa dos pais dele, o tio dele diz que nos dá essa carona e então pegamos as malas e entramos no carro do tio dele. Eles foram o caminho inteiro conversando e então o tio dele colocou uma música. Ele pois funk! Eu não acredito que ele pois funk cara! Eu olhei pro Paulo e ele pra mim então começamos a rir. O tio dele foi o caminho inteiro ouvindo funk, quase atropelou um cachorro, por pouco não bateu em um poste, furou todos os sinais que tinha pela frente, e xingou metade dos motoristas que entravam na frente dele, eu e o Paulo só conseguíamos rir, e finalmente chegamos na casa dos pais dele, aleluia!

Destinos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora