Acordei com uma enorme dor de cabeça, olhei a hora em meu celular que marcava seis horas da manhã.
Deixo o mesmo em cima do criado-mudo ao lado de minha cama e me levanto em direção ao banheiro, e é quando me surpreendo por um barulho de mensagem em meu celular. Volto para olhar de quem era, e me surpreendo ainda mais."Paulo: Que horas vai ser a ultrassom?"
"Eu: Bom dia pra você também.. Está marcada para as oito da manhã."
"Paulo: Passo ai ás 7h30."
Fico feliz por ele estar se importando com o nosso filho, mas fico triste ao perceber que ele está sendo tão seco comigo.
Resolvo não responder mais nada, vou ao banheiro e tomo um banho demorado pois ainda era cedo.
Escovo meus dentes, passo apenas um pó, coloco uma blusa larga, na qual está escrito "Angel", um short um pouco desfiado e pego uma bolsa qualquer.
Quando terminei de me arrumar já eram 7h15, e então pego meu celular e desço para tomar café.
Quando estou terminando de comer a campainha toca, deve ser ele.
Como as meninas ainda estão dormindo, deixo um bilhete avisando onde fui.Pego minha bolsa em cima do sofá e vou até a porta abri-lá.
- Pronta?- ele diz fitando o chão, assim que a porta é aberta. Pensei em falar algo, pedir mais uma vez para que ele me perdoasse ou algo do tipo, mas resolvo não dizer nada.
- Sim, vamos.- digo apenas isso, trancando a porta e indo até o elevador, ele vem logo atrás.
Chegando no estacionamento, vou em direção ao meu carro.
- Vamos no meu.- ele diz me fazendo voltar e ir em direção ao carro dele.
Passei a ele o endereço de onde iríamos. Era um pouco longe de casa, e o trânsito não ajudava nem um pouco. O silêncio que estava no carro era torturante, ainda mais em um trânsito parado. Ele não me olhava, fingia que eu não estava ali.
- Posso perguntar uma coisa?- digo na tentativa de acabar com aquele silêncio. Mas ele não me respondeu.- Por que está tão seco comigo?- pergunto com um certo receio.
- Como se você não soubesse o motivo.- ele diz e força um sorriso irônico.
- Eu já disse Paulo! Meu Deus! Ele me beijou a força!- digo e uma lágrima escapa.
- Não me importa! Eu estou aqui pelo meu filho, e não pra conversar com você. Eu não quero discutir, então acho melhor não insistir nesse assunto. Acabou.- ele diz seco, sem nem se importar se o que ele disse iria me machucar ou não.
- Não imagina o quanto dói ouvir isso de você..- digo baixinho, secando as outras lágrimas que insistiram em descer.
Percebi que uma lágrima também escapou de seus olhos, mas ele a secou rapidamente. Resolvi ficar quieta e não dizer mais nada.
Até que finalmente chegamos ao consultório, apesar de estar triste, eu ainda estava ansiosa, afinal, essa é a primeira ultrassom que faço....
- E então doutora, como está o bebê?- Paulo pergunta curioso, observando a tela onde passava as imagens do nosso filho, era tudo tão novo pra gente.
- Eles estão ótimos!- ela diz sorrindo.
- Eles?!- eu e Paulo perguntamos juntos e muito surpresos.
- Sim, eles! São gêmeos! Ainda não dá para saber se serão duas meninas, ou dois meninos, mas serão dois bebês.- a doutora diz sorrindo largamente, e pela primeira vez no dia, vejo Paulo dar um sorriso sincero de felicidade.
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Destinos Cruzados
FanficNós tínhamos tudo pra dar certo, tudo pra seguir uma vida juntos. Mas parece que sempre algo vai atrapalhar, sempre vai dar algo errado. As pessoas pensam que tem uma vida difícil, mas elas não viram a situação da minha. Às vezes fico pensando, e...