Todos 1.0

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Boa leitura!

Vocês perceberam que o título do meu capítulo mudou? De Os outros, agora somos Todos! Não preciso detalhar muito mais a cerca da burrice que Letícia e Samuel cometeram! O que deu na cabeça deles? Entraram no esconderijo do sequestrador e agora cor...

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Vocês perceberam que o título do meu capítulo mudou?
 
De Os outros, agora somos Todos!
 
Não preciso detalhar muito mais a cerca da burrice que Letícia e Samuel cometeram! O que deu na cabeça deles?
 
Entraram no esconderijo do sequestrador e agora correm perigo como os outros e por isso que a narração se tornou “Todos”. Nem posso imaginar o que virá dessa nova mudança.
 
Carrego singelo receio do que pode acontecer. Já não bastava quatro adolescentes problemáticos em um lugar como esse, agora temos seis? Vou parar de dar minha opinião e seguir com os fatos se não eu enlouqueço vocês e suas teorias.
 
Logo após a chegada de Samuel no esconderijo, Luana e Ísis o receberam com todo cuidado e o levaram para a mesma sala que vinham passando a maior parte do tempo nas últimas horas. A sala que Stephen fora desmascarado por Khalil, ele ainda estava lá desacordado com seus ferimentos e quando acordava murmurava coisas sem sentido e voltava à apagar novamente.
 
Ísis não parava de segurar a mão de Sam, mexendo nele sucessivamente e a gótica não parava de bagunçar os cachos dele também como sempre tivera o hábito de fazer, porém agora com maior empolgação.
 
Samuel sorriu muito por vê-los bem fisicamente, mas ao mesmo tempo se preocupou com o estado de cansaço dos amigos. Pareciam ter passado por poucas e boas.
 
— Eu estou procurando vocês há dias. Isso ainda parece um sonho. Espero que não acorde — riu o cacheado, sincero.
 
— Meu querido, tenho certeza que você é 100% real, a não ser que estamos em uma alucinação — Luana e a ruiva caíram na risada.
 
— Eu e Letícia arriscamos tudo pra vir para Manaus. Entramos em um avião escondidos sem avisar ninguém, atravessamos o país, nos hospedamos em um hotel com idade falsa e até fizemos investigação depois de termos comido maconha...
 
— Caramba, parece que vocês dois viveram aventuras bem interessantes, diferente da gente — disse ela.
 
— Bobagem... Falando desse jeito parecem até aventuras, mas foi difícil saber que vocês não estavam com a gente e que poderiam estar sofrendo.
 
— Ah Samuel, vai dizer que nada foi bom?
 
— Bem... Não vou negar que tiveram coisas bem... Maravilhosas pra dizer a verdade — as bochechas de Samuel coraram sem que ele ao menos percebesse.
 
— Ahhhh! Vocês dois! Essa é a coisa maravilhosa! Vocês ficaram juntos! — Ísis começou a pular como se tivesse ganhado na loteria.
 
— Não foi bem isso... — não sabia direito ainda o que os dois eram, então colocar rótulos sem ter Letícia por perto não era legal.
 
— Não precisa confirmar nada, querido. Nós sempre soubemos — o sorriso no rosto dela era inevitável e Samuel não pode fazer mais nada que não fosse cair na brincadeira também.
 
— Olha... Podem ter certeza que eu e Letícia estamos bem melhor do que antes desse sequestro. Resolvemos muita coisa.
 
— Tava na cara que as pessoas que odeiam o amor, ficariam juntas no final. Resolveram na cama, certeza — Ísis cruzou os braços, convencida. Adoro como ela nos representa tanto nessas horas.
 
—  Ah, para... — ele não sabia bem o que responder porque afinal fora isso mesmo. E para piorar, ele havia deixado ela sozinha depois de terem ficado juntos na noite passada.
 
— Espera, por que é que ela não está aqui agora? — Luana finalmente levantara a dúvida.
 
— Eu fui um louco — suspirou Samuel. — Os policiais disseram que demorariam mais tempo para resgatar vocês, então tomei a atitude de vir eu mesmo para salvá-los.
 
— E o que te faz pensar que você mudaria alguma coisa? Letícia deve estar louca sabendo que você saiu sem falar com ela. Não vai ser fácil voltar. Eu estou fingindo ser um papel e me disfarçando de aliada do sequestrador para ver se conseguimos uma saída...
 
— Letícia é muito pessimista e poderia ter atrapalhado o plano. Eu não queria que ela participasse. Eu a queria a salvo — passou as mãos na testa se sentindo perdido.
 
— Caramba, vocês sentiram isso? — Ísis ficou impressionada com aquelas palavras de Sam e se lembrou de Brian. Fazia tempo que ela tinha o visto e parecia uma eternidade. Será que ele estava bem? As chances eram complicadas, já que o sequestrador sabia que os dois tinham um relacionamento e de alguma forma, Brian poderia entrar no plano sombrio do profeta para ferir Ísis.
 
Samuel ficou envergonhado com os dois assistindo tão atentamente seu discurso que resolveu mudar de assunto:
 
— Por que ele está jogado aqui desse jeito? — tinha se aproximado de Stephen do outro lado.
 
O homem de cabelos vermelhos roncava com suas algemas como se o mundo não existisse. A ruiva se prontificou a responder:
 
— O Stephen tentou fugir com todo o dinheiro do sequestrador, mas é óbvio que deu errado. Ele foi espancado e agora está aí preso sem saber o que fazer... Acho que perdeu o sentido da vida.
 
— Vimos ele na festa e o seguimos até Manaus — ele se referiu a si e a Letícia. — Tudo sobre o sequestro que sabemos é por causa dele. Afinal, o sequestrador pensa que é um profeta?
 
Na vez de Samuel perguntar, as outras duas o contextualizaram sobre tudo. Como vinham vivendo, as sessões psicológicas, a tentativa de fuga, a vida de Khalil e seu plano. Samuel ficou realmente assustado com a realidade das coisas e notou que o que eles estavam lidando era com um lunático terrorista e querendo ou não, a cautela dos policiais tinha um certo sentido.
 
— Mas agora... — continuou Luana. — Eu consegui achar uma saída.
 
Nem Ísis sabia sobre aquilo e tentou compreender junto com Samuel.
 
— Khalil me disse que tem uma saída. Foi quando ele me chamou na sala dele a última vez. A única pessoa que tecnicamente era pra saber o local de fuga era o Bruno, mas...
 
— Você descobriu? — Ísis pareceu aflita.
 
— Sim. Na hora que eu estava saindo, bem no meio da prateleira final da sala, tinha um alcorão, mas ele era bem maior do que os outros livros... E estava entreaberto. Talvez tenha sido coisa da minha cabeça, mas aquilo parecia mais do que um livro.
 
— Você concluiu que era uma saída? Não tem certeza? — Ísis queria respostas na velocidade da luz.
 
— Aquele livro, ele não estava normal. Tenho certeza de que se não é uma saída, é algo muito importante para o Khalil. Independente do que for, precisamos descobrir.
 
— Mas e se não tiver nada atrás desse alcorão? Vamos correr risco a toa? — refutou a outra.
 
— Eu não sei, mas precisamos tentar.
 
— Deixa eu adivinhar. A sala desse cara deve ser a mais protegida de todas e ele deve passar quase o tempo todo nesse lugar. E a sua proposta, Luana, é entrar lá supondo que existe uma saída? — o ponto sarcástico de Samuel fez elas rirem.
 
— Não seria a primeira vez que cometemos loucuras, Samu. Já tentamos fugir uma vez, praticamente causamos a morte de quatro pessoas e pode se dizer que estamos ficando enlouquecidos — a gótica falou como se tudo aquilo fosse uma rotina normal, o que gerou certo desconforto no amigo que não queria que tudo isso tivesse acontecido.
 
— O alcorão... — assustando os três, uma voz soou trespassando a conversa entre eles. Quando se viraram, repararam que Stephen tinha se aprumado escorando seu corpo contra a parede. Os olhos bem abertos e em nada parecia que tinha passado horas delirando depois de ser espancado.
 
— Misericórdia, o homem ainda tá vivo? — Ísis soltou, olhando para o péssimo estado do decadente. E olha que posso dizer que acho que nunca vou ficar tão mau dessa forma na minha vida.
 
— O alcorão... — continuou a fala enquanto os adolescentes se aproximavam curiosos acerca do que seria dito. Luana foi pessimista pensando que uma pessoa tão devastada não poderia acrescentar nada de útil e achava até que ele merecia tudo o que estava passando. — O livro é uma saída. Eu já passei por ela. Ele disse que eu não poderia saber qual era sua rota de fuga reservada, mas eu invadi. Então sim, o alcorão leva para um túnel de saída.
 
O nível da informação era de suma importância e até eu me impressionei disso vir de um homem que não lembra nem de onde está provavelmente. Luana mudou a expressão e mostrou-se confusa sobre o que dizer.
 
— Como sabemos que podemos confiar em você? — Samuel já perguntou logo de cara pensando na quantidade de males que aquele homem havia causado.
 
— Vai com calma, mocinho — riu ele. — Eu não sou o vilão. Como você pode ver, não sou nada. Meu plano fracassou e agora sou um refém como cada um de vocês. Eu só tenho a ganhar se ajuda-los.
 
— Mas como podemos saber que ele não tá mentindo mais uma vez... — começou Samuel novamente ainda desconfiado, o que é compreensível considerando a altura do campeonato.
 
— Ele não está mentindo, vai por mim — disse Ísis fazendo todos ficarem em silêncio. A surpresa foi até mesmo para o homem de cabelos vermelhos que não esperava tanta confiança vinda da garota.
 
— Pode pelo menos explicar o motivo de tanta certeza? — Luana deu um riso nervoso.
 
— Eu o conheço. Descobri muitas coisas sobre Stephen em nossas conversas. A principal delas é que ele sempre vai se colocar em primeiro lugar. Eu não vejo como ele pode se redimir com Khalil, a não ser que o sequestrador seja burro, quando na verdade ele é só louco mesmo. Stephen só tem a nos ajudar.
 
O ponto dela era conciso e fazia muito sentido. Apesar disso, eles ponderaram no ar a possibilidade quase certa de confiar em um dos seus sequestradores.
 
— Certo... Vamos fazer isso! Mas eu vou ficar de olho nele o tempo todo. Não podemos botar as coisas a perder — disse Sam.
 
— Esse cacheado é cheio de vida, em? Eu lembro de tê-lo visto na festa, mas assim como a Letícia, não vieram até mim. Infelizmente, tiveram que sair do sequestro. Uma pena mesmo... — Stephen falou.
 
— Não fala da Letícia, tá? Você ferrou nossas vidas. Pessoas morreram por causa das suas ações e agora o mínimo que tem que fazer é tirar a gente desse buraco! — O estresse visível de Samuel era claramente pensando em sua mãe. Eu não o julgo, deve ser uma das piores situações para viver.
 
— Ei, ei. Calma — Ísis segurou no braço do amigo que acalmou antes que pudesse acabar batendo no outro homem.
 
Luana pensava sobre quem Samuel estava falando. Quem teria morrido? A pergunta rodeou a cabeça dela, já que o garoto não havia dito nada sobre o falecimento da senhora Santana. Era complicado falar em voz alta sobre o que acontecera porque tornava tudo mais real e ele ainda sonhava que poderia ser apenas um pesadelo de um dia ruim.
 
— Caramba, ruiva. Segura esse seu amigo porque pelo visto você não é a única explosiva desse grupo. E eu acho que vocês não podem explodir comigo, afinal sou eu quem disse a vocês que tem uma saída.
 
Samuel estava ocupado demais passando as mãos pelos cabelos para ter prestado atenção nas palavras de Stephen, mas Luana havia percebido. O homem de cabelos vermelhos sabia sobre Ísis ser uma mulher, mas aquele fato não havia sido revelado ao resto do grupo ainda. Ela mandava boas vibrações para Ísis e que todos entendessem quem ela era de verdade.
 
— Vamos fazer o seguinte: Eu vou atrás do Brian com Stephen e vocês dois vão verificar se existe mesmo uma saída. Depois de pegar Brian, iremos até a sala para irmos embora de uma vez — A ruiva explicou muito bem o que seria feito e ela tinha razão em manter Stephen longe da sala de Khalil. Por mais que tem certeza que ele está ajudando, é melhor prevenir do que remediar.
 
— Parece um bom plano, mas como vamos conseguir se não sabemos como entrar na sala do Khalil? — disse Luana.
 
— Teremos que dar um jeito e sei que podemos — fortaleceu Samuel com seu otimismo vindo a tona.
 
— Veremos — a gótica finalizou a conversa.
 

Nós Odiamos O Amor (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora