Letícia 0.1

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Dedicado a pessoa que inspirou esse livro

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Dedicado a pessoa que inspirou esse livro... Quem sabe um dia ela não leia❤

Escutei a gritaria na sala e não me assustei com isso. É quase todo santo dia assim, por isso já me acostumei com toda essa excentricidade, porém assim que eles começam, trato de colocar meus fones com uma rapidez impecável. Meus fones e a música são a minha proteção contra os gritos deles.
 
Música. Ela acaba com toda minha angústia, me leva a um novo mundo e acabo fugindo de toda essa bagunça que minha casa tem vivido. Eu queria que fosse diferente, mas tenho que aceitar.
 
Meus pais brigam todos os dias de cada mês. Só tenho paz em um final de semana quando cada um vai para um lado resolver seus problemas e tenho a casa só para mim. É extremamente perfeito esses dias, afinal a solidão tem seu lado poético e tranquilizador.
 
Meus fones ficam frequentemente nas orelhas e as vezes, começo a escutar música minutos antes da briga como um presságio. Minha playlist é composta pelas melhores bandas. Paramore, Panic! At The disco e Muse estão sempre tocando entre minhas músicas. Enquanto a música toca é claro, não fico somente parada olhando para o teto. Começo a arrumar meu quarto sem parar. Ele é impecável por conta disso, pois arrumo cada roupa, cada poeira e coisas que estão fora do lugar. Quando o cômodo já está arrumado, só troco os móveis de lugar, mas nunca paro de arrumar. É a minha distração.
 
Quando a terceira guerra entre meus pais cessa na sala de estar, retiro cada fone com cuidado. Considero meu quarto um verdadeiro refúgio, mas só tem uma coisa que abomino completamente no meu cantinho limpo e organizado.
 
O espelho.
 
Meu reflexo é o que mais odeio na verdade. O espelho fixado na parede fica ao lado da cômoda, e por isso não posso simplesmente removê-lo daqui. Se pudesse, iria quebrá-lo, queimá-lo e jogá-lo no fogo do inferno! Mantenha a calma, Letícia...  Não é hoje que o demônio vai marcar pontos com mais um item em sua coleção pessoal.
 
Não gosto de me olhar no espelho porque sou gorda. Meu corpo é uma insegurança que iria gostar se desaparecesse, minha barriga, meus braços e até o meu rosto são desconfortáveis de encarar e por isso desejo ser outra pessoa todos os dias, deixar de ser quem sou para sempre se fosse possível. Até os meus sete anos, tudo era uma maravilha em minha vida. Eu tinha uma pele exuberante, lisa, cabelos ao vento dignos de uma propaganda de shampoo e o melhor: Eu era magra. O padrão exigido em todas as capas de revista. Mas a partir dessa época, meus anos foram definidos somente em engordar, engordar e engordar...
 
Eu gostava de acompanhar publicações e pessoas que diziam que a aceitação pessoal era tudo que eu precisava para ser feliz e ainda acho lindo aqueles que trabalham autoestima e lutam por um mundo em que aparência é subjetiva, não uma regra ditada pelo marketing. Eu concordei com os discursos que vi acerca de fazer nossa convivência ser livre desses limites, mas algo lá no fundo ainda me incomodava e dizia frases que eu simplesmente queria que sumissem.
 
Por fim, comprar roupas novas a cada 20 dias se tornou rotina. Comer sorvete e batatas fritas para consolar no final de semana se tornou comum e chorar em filmes românticos porque as protagonistas são perfeitas também. Porém só tem uma coisa que me deixou mesmo frustrada no meio de tudo. Meus amigos não engordaram como eu, eles só ficaram mais perfeitos e lindos. Eu passei por muitas dietas forçadas querendo perder pelo menos 1kg tomando somente água, enquanto eles comiam toneladas de hambúrgueres sem engordar uma grama.
 
Pensei em alternativas como academia e esportes. Mas no meu primeiro dia de futebol, consegui virar o pé e ficar com ele lesionado por duas semanas. No terceiro dia de academia, aumentei muito a velocidade da esteira, pois queria correr mais rápido e assim perder mais peso, mas a única coisa que ganhei foi um nudes para todos que estavam treinando do meu lado. Sim, minha camiseta agarrou na barra da esteira e rasgou todinha ao mesmo tempo em que eu caía e o instrutor corria para me ajudar. Conclusão? Nunca mais voltei a academia, nem coloquei o pé naquele bairro de tanta vergonha.
 
Quando vi que nunca iria dar certo perder peso com exercício físico, aceitei minha condição e só comprei mais suéteres na loja do fim da rua na promoção de três por duas. Gente como eu ama aquela loja! Sempre que posso, cubro o espelho com um pano preto e brinco que ele não existe. Para quê olhar a aparência todos os dias? Desnecessário.
 
Nunca fui uma aluna considerada dedicada, faço todas as tarefas cinco minutos antes de entregá-las em uma correria dentro de sala de aula. Sempre fui assim e vou continuar desse jeito. Contudo, é claro que no momento em que entrei no Ensino Médio, os cinco minutos passaram a ser quinze. Quando preciso de mais tempo, faço tudo quando estou a caminho da escola. E quando tem prova, viro mestre do assunto um dia antes e garanto pelo menos nota sete. Meus pais não reclamam e bem que eu gostaria que reclamassem. A comunicação deles comigo é nula, afinal eles não elogiam, nem criticam. É horrível. O tempo que mais escuto eles falarem alguma coisa é quando acontecem as malditas brigas, seja por causa de contas, desconfiança, trabalho e outros tópicos e é aí que mora o problema! Toda vez que preciso da opinião de alguém, tem que ser dos meus amigos perfeitos. Eles não entendem nada da minha realidade pelo que parece.
 
Bem... Acho que tenho que falar quem são os meus amigos, não é?
 
Começaremos pela Manuela. A Manu é perfeita, meu Deus que mulher! Uma morena de pele preta com cabelos pretos dignos de uma miss. (Isso me deprime... Ei? Isso pareceu na narrativa?) Ela é praticante de ginástica artística e tem um corpo maravilhoso! É muito simpática e com certeza tem futuro nesse esporte que é uma modalidade que com certeza mereceria mais reconhecimento e treinamento no Brasil. Entretanto a Manu encontrou seu talento e caminho nisso. Eu apoio muito ela. Quando ela estiver nas olímpiadas, vou ser a tia que segura o cartaz com a #euconheciela envolta de apitos e bandeirinhas brasileiras. Vai ser ótimo!
 
É claro que uma mulher tão incrível como ela, tinha que ter um namorado. O nome dele é Bruno. O segundo amigo do grupo. Ele é lindo e perfeito pra ela. O casal do momento sm dúvidas são os dois. Brunela parece até que saiu de um filme de Hollywood. Ele joga futebol muito bem e é preto com cabelos curtinhos e cacheados, mais um atleta que tem futuro na profissão. Ela vai ser a melhor ginasta do mundo e ele o futuro Cristiano Ronaldo. Os dois se encontrarão dois finais semanas do mês e postarão fotos em seus Instagrams naqueles barcos caros com coquetéis. Meu futuro no máximo vai ser uma foto minha fazendo o sinal da paz em frente ao Mc Donalds com um sorriso bobo na cara, cortando e colocando muito efeito na postagem é claro. Eu e o Bruno temos algo em comum, curtimos o mesmo estilo de música e sempre estamos conversando no WhatsApp sobre isso sendo ele muito engraçado e gosto demais da sua companhia. O resto do grupo nos considera extraterrestres por gostar de música internacional indie, porém o que eu penso é que só nós dois sabemos gostar de música de verdade, não eles com seus funks e sertanejos. Sem ofensa!
 
O outro amigo meu é o Igor. Ele é um cara muito parceiro. Invejo a cor de seus cabelos R-U-I-V-O-S! Se eu tivesse essa cor de cabelo, mesmo que fosse gorda, iria sair arrasando para todos os lugares de óculos escuros. Todavia, imagino que Igor não enxergue essa beleza em si mesmo, já que é tímido e falha muito em paquerar as meninas. Uma coisa que gosto nele é conversar sobre teorias da conspiração, aliens e quebra de sistema do governo e assim passamos horas criando nossos planos e futuras viagens que pretendemos fazer para provar a verdade. Eu estou dizendo! Na Área 51 existe um portal para outra realidade! Igor acha que estão desenvolvendo a doença que vai destruir o mundo lá. Depois que um dia invadirmos aquele lugar veremos quem ganhou a aposta!
 
A outra garota do nosso grupo é a Luana. Luana é única. Menina que gosta do sobrenatural, signos, o oculto e acredita nessas coisas fielmente. Seu estilo gótico deveria ir para todas as capas de revista. Ela usa blusas pretas, coturnos escuros e seu cabelo preto faz contraste todas as manhãs com seu rímel azul. Luana é uma estilista boa de verdade e quer ir estudar moda na França, sei que vai conseguir. Quem é que consegue transformar uma cortina de vó em um vestido de Bruna Marquezine? Ninguém além da Lu. Contudo, o único problema é que os pais dela não gostam dela de forma alguma, odeiam seu estilo, seus sonhos, ela em si. Eu acho terrível, porém acaba sendo a pessoa do grupo que mais me identifico. Somos as que estão quebradas o tempo todo com famílias destruídas, e por isso não enchemos nossos amigos com nossos problemas familiares, isso seria chato e todos os outros iriam querer se manter longe de nós. Só podemos conversar sobre isso quando estamos juntas e a sós, eu amo esses momentos.
 
Bem. Acho que foram todos do grupo. Ah, não! Tem mais um... O Samuel.
 
É complicado falar do Samuel. Ele é um menino diferente. Nós dois éramos amigos antes do grupo se formar em si e andávamos juntos no oitavo ano, mas nos separamos conforme o tempo passou. Gostávamos muito um do outro, não tinha companhia melhor. Não sei dizer se ele se afastou devido a sua primeira namorada que arranjou na época, já que os dois namoraram um mês, depois terminaram porque ela traiu ele com três caras. Eu sei que é muito, mas é o que dizem por aí. Tem boatos que contam que foram quatro caras. Me pergunto como ele foi tão burro... Não quero ser má, mas é a verdade. No fim das contas, Samuel é o único do grupo que eu evito totalmente de olhar, de ficar perto, de conversar. Saímos no rolê juntos, mas é como se fôssemos fantasmas um para outro. Eu não sei bem identificar o porquê e nem sei se quero, afinal o Samuel é o Samuel, né? Com seus olhos incrivelmente castanhos e cabelos cacheados tão perfeitamente que... De uma forma Samuel. Fico confusa quando penso na minha opinião sobre ele e só tenho uma certeza, nós dois odiamos o amor. Desde quando éramos amigos afirmávamos isso com total veemência porque não acreditamos que exista alma gêmea, destino ou qualquer breguice dessas de diários de uma adolescente. Odiamos o amor mesmo. Talvez eu seja assim devido aos meus pais ou não... Só sei que nada poderia mudar minha crença.
 
Pausei a música e olhei ao redor em meu quarto que não escutava mais nenhum gritinho afinado, nenhuma choradeira nem berros. A briga se encerrou. Essa demorou menos tempo do que as outras. Olho para a hora, quase oito horas.
 
Lembrei de ter mandado uma mensagem no nosso grupo de amigos dizendo para que a gente se encontrasse no Stick's depois das oito, uma lanchonete nova que tinha se lançado com êxito em Pelotas. Precisava entender o que havia rolado na noite passada. Fomos a uma festa daquelas para se embebedar e fui embora cedo como sempre, hoje quando levantei, fui para a escola e assim que cheguei na aula, notei algo peculiar. Ninguém tinha ido.
 
Manuela. Bruno. Igor. Luana. E Samuel. Todos faltaram e eu queria entender o motivo. A perca total foi tão grande assim? Nem sabia que eles eram capazes disso. Manu costuma ser bem rígida quando vai a festas porque não gosta de perder aula no dia seguinte, já que isso estragaria sua rotina inteira.
 
Abri nosso grupo e apenas uma pessoa respondeu que iria me encontrar no local marcado.
 
Samuel.
 
A mensagem estava bem clara. " Eu estou indo."
 
E mais ninguém. Eles só podiam estar de brincadeira com a minha cara.
 
XXX
 
Já estava sentada na mesa do Stick's batucando a mão contra a madeira, impaciente. Apenas o Samuel respondeu! Como eu iria conversar com ele? Vai ser esquisito. Não sei mesmo o que dizer. Comecei a assoprar ar na minha mão para saber se meu hálito estava bom. Pelo menos quero que nossa conversa não seja constrangedora a ponto de eu sair correndo gritando na rua lembrando que da última vez que nos falamos foi quando ele me serviu um refrigerante há meses e eu falei obrigada tendo como resposta dele o normal “de nada”. Talvez eu devesse ir embora e enviar uma desculpa no grupo depois...
 
O sininho da porta do Stick's balançou e em câmera lenta, eu o vi entrar. Seus tênis All Star preto surrado, sua calça jeans vermelha que eu sei que ele gosta porque só usa essa o tempo todo e é claro seu cabelo radiante com os cachos que sempre achei atraente. Gelei. Eu vou falar com ele! Você não vai!
 
Vozes começaram a guerrear na minha cabeça indo a loucura, mas apenas dou um sorriso quando ele se senta no outro banco da mesa.
 
 — Oi  — Ele diz sorrindo também. O ar com certeza está tenso.
 
 — Oi — Comecei a encarar outro ponto para não ter que suportar seus olhos.
 
Ficamos em silêncio no começo e não sei me decidir se gostaria de continuar assim, mas não demora muito até que ele fala novamente:
 
 — Você sabe cadê todo mundo? — Olhei na direção dele e estranhei começando a rir sem chamar muita atenção, ele me olha perdido tentando acompanhar o motivo do meu riso.
 
— Tá. Qual é a piada? Qual a brincadeirinha sem graça da vez? — Perguntei. — Dessa vez vocês trouxeram câmeras?
 
— Que piada? Do que você tá falando? Só se a brincadeira estiver sendo feita comigo, não é Letícia? Muito engraçado, Ti. Estou chorando de tanto rir.
 
Não consegui negar que o apelido me acertou em cheio. Ti era o apelido que ele deu para mim há muito tempo, nem sabia que Samuel se lembrava disso.
 
— Talvez seja nós dois os trollados da vez — Concluí. — Eles devem estar rindo muito agora de nós dois bestas conversando aqui.
 
Okay. Falei demais. Não era para a palavra conversando ter saído no final, porque pareceu que eu estou finalmente afirmando que ficamos evitando um ao outro.
 
— Bem... Eu não os vejo desde ontem à noite na festa. Como tu falou para virmos no Stick's hoje, achei que todo mundo viria apesar de só eu ter respondido tua mensagem.
 
Nem ele, nem eu via ninguém do grupo há um tempo. Será que todo mundo entrou em coma alcóolico coletivo em uma casa desconhecida? Ou realmente estão zoando a gente?
 
A fala dele ficou no ar até que resolvi responder.
 
— Eu saí cedo da festa — Falamos ao mesmo tempo. Eita! Que loucura é essa? Quero rir não sei o porquê.
 
— Eu saí dez horas porque estava seriamente entediada.
 
— Eu saí dez e meia porque estava mesmo um saco. Estamos em sintonia pelo visto em, Ti? Se foi uma trollagem, pode ter certeza que eles nos pegaram...
 
Para de me chamar de Ti, seu idiota? Quem te disse que temos intimidade?
 
— Eu achei estranho porque a Manu não gosta de faltar aula. Ela não faria isso por uma festa... E você, por que faltou aula? — Fiz uma cara de desconfiada.
 
— Ah não, não estou nessa com eles. Eu faltei por causa do idiota do meu irmão e tive que ajuda-lo porque ficou doente. A Manu é paranoica. Pra tudo tem uma primeira vez, ela tinha que matar aula pelo menos uma vez na vida. Se não seria como se não tivesse passado pelo Ensino Médio. Se eles estiverem sacaneando a gente, vamos ter que fazer nossa vingança. Topa, Ti?
 
Eu já entendim Samuel. Você não vai parar com o apelido.
 
— E qual tua ideia, Sam? — O chamei pelo apelido que eu dei pra ele na época. Se ele estava disposto a fazer isso, então eu também faria.
 
— Pensei em algo estilo épico. Seria ótimo ver a cara daqueles trouxas saindo com a roupa rasgada do banheiro da escola ou com cola em todo lugar porque sentaram no lugar errado. Ou farinha? Ah, eu tenho muitas ideias.
 
— Muitas, só que são todas bregas. Bregas com certeza. Não tem nada original? — O insultei.
 
— Falou a mestre em pegadinhas, eu não faço isso com frequência, porém tenho certeza que você não é melhor do que eu.
 
Rimos enquanto eu concordava com a cabeça que ele tinha vencido nessa, não tinha nenhuma ideia de trollagem. Sempre fui a garota séria e estranhei em seguida. Eu estava rindo. Rindo com o Samuel!
 
O Samuel!
 
— Mas agora falando sério. Onde você acha que eles estão? — Pergunto.
 
— Provavelmente em suas casas sofrendo de uma grande ressaca. Os pais de todo mundo devem estarem pistolas provavelmente.
 
— Quer dizer que tu acha que não devemos nos preocupar?
 
— Não. Acredito que eles conseguem encontrar o caminho de casa, não é?
 
— Eu até acreditaria nessa versão, Sam, mas o que realmente estou estranhando é que nenhum de nossos amigos visualizou a mensagem que mandei hoje no grupo — Estiquei o celular e ele olhou para o aparelho franzindo a testa. Pensando.
 
— Okay. Isso é mesmo estranho — Ele disse finalmente mostrando-se preocupado durante nossa conversa.
 
— Eles podem estar vomitando o que for por causa de bebida, mas eles não passariam quase 24 horas sem olhar o celular. Somos jovens, não vivemos sem essa droga — Aponto para o meu celular.
 
— Mas onde é que eles estariam enfiados então? Você quer que a gente investigue tudo isso? Não é melhor esperar para ver se os putos não dão as caras?
 
— Eu não sei o que é melhor. Só sei que o quanto mais rápido soubermos onde eles estão, vai ser melhor.
 
— Tá querendo dizer que nossos amigos foram sequestrados ou algo pior? — Samuel levantou se desesperando. Ele tinha falado um pouco alto e as pessoas que comiam a nossa volta olharam fazendo ele voltar a sentar, envergonhado.
 
— Eu não sei o que foi que aconteceu com eles, besta quadrada! Só não fique desesperado desse jeito. As vezes foi só uma coincidência ninguém visualizar o celular por mais de uma hora e meia. Mas e se aconteceu mesmo algo com eles?
 
Eu não tinha pensado de verdade naquela possibilidade. Tinha sido só um remoto pensamento meu, talvez estivéssemos somente paranoicos. O problema é que eu estou sentindo algo ruim no coração. Espero que seja apenas um sentimento falso. Não suportaria se qualquer coisa ruim acontecesse com algum deles e sinto que preciso fazer alguma coisa. Nunca acreditei em destino, contudo talvez seja por isso que só eu e Samuel estamos aqui no Stick's hoje. Precisamos fazer alguma coisa.
 
Talvez meu pensamento tenha saído alto demais já que o Samuel respondeu alto e claro:
 
— Puta merda! Tem certeza? — Ele pensou um pouco. — O que faríamos se os nossos amigos fossem mortos ou sequestrados?
 
Foquei em seus olhos petrificados.

Fim do primeiro capítulo! O que acharam?

Obrigada pela leitura e até a próxima!

Nós Odiamos O Amor (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora