Todos 6.0

35 5 8
                                    

Eu amei escrever o final! Ahhh obrigada por ter chegado até aqui e boa leitura

Eu amei escrever o final! Ahhh obrigada por ter chegado até aqui e boa leitura❤

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Muito bem pessoal. Nós chegamos aqui. Eu, você ai do outro lado, os personagens. Estamos no capítulo final e juro que não estou chorando. Fica por conta de vocês me darem um nome se quiserem por toda a minha participação aqui, mas... Eu acho que vocês estão com mais vontade de saber logo esse final.
 
ÍSIS E BRIAN
 
O hospital não estava cheio desde que ela tinha chegado. Ainda era meio nublado o que tinha ocorrido. Ela se lembrava de algumas coisas. Que caminhara por aquele túnel escuro com Letícia. Que tinha escapado de Khalil... Dos guardas e tiros e de Brian!
 
Brian! Onde é que ele estava? Ela não conseguia se lembrar...
 
Então ela olhou ao seu redor. A cama que estava deitada não era confortável e estava coberta por lençóis brancos. Seu braços estavam conectados em mangueiras que levavam alguma espécie de líquido para suas veias. Lambendo seus lábios, lembrou que precisava saber de alguma coisa. Ela não fazia ideia de quanto tempo tinha se passado, nem o que mais tinha acontecido.
 
Precisava ver Brian. Agora!
 
Sentindo uma dor extensa, a ruiva pulou da cama, determinada. As mangueiras que estavam ligadas a ela, vinham de uma haste de ferro que ela carregaria para andar. Puxando a haste, caminhou até a porta do quarto que tinha uma pequena janela. Da janelinha, viu pelo corredor um relógio. Marcava oito e meia da noite.
 
Estava tarde. Uma dor de cabeça afundou sua testa de repente. Brian!
 
Ela se lembrava... Brian! Ah não! O Brian.
 
A memória era dolorida. Ele tinha caído do alto, daquela maldita torre no esconderijo. Khalil o empurrara. Brian estava morto? Ísis se lembrava com mais afinco a cada minuto e ela sabia que a poça de sangue enorme que saiu de Brian no minuto seguinte só poderia significar que ele...
 
Não. Ela não admitiria isso. Nem eu, o narrador, admitiria.
 
Ísis empurrou a porta para sair no corredor e apesar de achar que estava tudo vazio, em menos de um minuto, uma enfermeira apareceu.
 
— O que você está fazendo fora do seu quarto? Estávamos esperando que acordasse, mas não pode sair andando assim — ela começou a verificar os tubos de Ísis com cuidado.
 
— Eu preciso de notícias! Você sabe quem eu sou? — respondeu nervosa. Não tinha tempo para isso. Talvez a vida de Brian dependesse daquilo, que ela corresse para salvá-lo. — Eu sou Ísis, mas estou registrada como Igor Antunes. Preciso falar com os policiais. Eu fui sequestrada e tem várias pessoas que estão correndo perigo grave.
 
— Ísis! Ei, ei! — a funcionária tentou acalmar à adolescente. — Eu preciso que fique calma e me acompanhe. Tem umas coisas que você precisa saber.
 
Acalmando-se, a jovem resolveu seguir a enfermeira de porte mediano que ela descobriu se chamar Esmeralda. As duas retornaram ao quarto e Ísis começou a entender que estava dormindo há mais de 24 horas. Que desmaiou assim que Letícia conseguiu chegar na delegacia. Estava sendo medicada e seus pais estavam quase chegando no hospital.
 
Meio fora da realidade, Ísis não sabia como tinha fugido ainda. Como tinha conseguido a proeza de ficar viva e fora do pior lugar que já estivera na vida? Fora daquela porra de sequestro?
 
— Bem... — Esmeralda continuou. — Além disso tudo, aconteceram algumas coisas enquanto você dormia. O sequestrador invadiu um shopping daqui de Manaus. Ele fez várias pessoas de refém por lá e ameaçou matar todo mundo se algumas crianças não aparecessem...
 
— Crianças? Que crianças? — Ísis interrompeu.
 
— Eu não sei bem direito, mas ele fez uma live e exigiu que aqueles adolescentes fossem para o shopping. Acabou que pelo o que sei, eles apareceram lá, salvaram uma parte dos reféns, mas no fim não teve jeito. O shopping explodiu e agora estão apurando quem morreu e quem não.
 
— Os adolescentes? Eles morreram? — Ísis se desesperou a pegando pelos ombros.
 
— Eu não sei, eu...
 
— Me leve na recepção, por favor? Eu preciso sair daqui agora. — insistiu a ruiva. Vendo que não teria jeito, Esmeralda pediu permissão para levá-la até a recepção. Assim que chegaram lá, Ísis viu quem menos esperava ver, e acho que eu também.
 
Samuel e Letícia. Os dois riram tristemente ao vê-la como se fosse um alívio dolorido. Estavam cheios de suor, com cinzas sobre os cabelos e apoiados um no outro de cansaço. Aliviada, a ruiva correu até os amigos e abraçou ambos de forma bem apertada por mais que aquilo fizesse doer a mangueira do soro e do remédio.
 
— O que aconteceu? É tão bom ver meus pombinhos bem — olhar para as paredes do hospital e escutar o relato de Esmeralda com certeza não causava a sensação de leveza que estava tendo agora.
 
— Me desculpa, Ísis. Tivemos que sair do hospital por um tempo — começou Letícia.
 
— Meio que nesse tempo acabamos com um sequestrador e destruímos um shopping — riu Samuel.
 
— Eu tenho que dizer que vocês são uns tremendos idiotas por fazerem isso. Eu aqui nesse hospital e vocês quase se matando por um sequestrador, isso é loucura. O que aconteceu com Khalil, Bruno, Manu? Luana?
 
A pergunta tinha que surgir em algum momento e me doeu ver o sorriso dos outros dois diminuir ao escutá-la.
 
— Não sabemos direito — confessou o de cabelos cacheados. —  O shopping explodiu inteiro e os policiais estão apurando quem foram as vítimas. Luana e Cidalice correram por um lado do shopping com alguns guardas e o Bruno... Bem. O Bruno foi um herói. Ele deu um jeito de salvar reféns e deixar Khalil inconsciente, o que ajudou muito, mas também não o vimos desde a explosão.
 
— Espera, espera. O Bruno não era o vilão por aqui?
 
— Ele se arrependeu. Chorou e até me deixou bater nele por isso o que achei muito gratificante naquela hora — Letícia revirou os olhos. — Mas só sei que viemos juntos, eu e a Ti, até o hospital pra saber quem sobreviveu e não é legal saber que nossos amigos não chegaram aqui ainda.
 
Tinha um ar de tensão que eu poderia descrever como um chumbo pesado que comprimia os três. Era muita gente que estavam sem notícias. Mas a dor pior veio para Ísis quando Letícia contou:
 
— A Manu... Ela... Eu sinto muito, Ísis — as amigas se abraçaram e a ruiva nem quis pedir por detalhes porque choraram e sem parar. As lágrimas lavavam seus sentimentos enquanto uma se apertava na outra dentro do abraço. A dor era insuportável e continuaria sendo por muito tempo. Samuel abraçou as duas por fim, sentindo todas as perdas que aquela mínima festa tinha desencadeado para todos.
 
O sorriso de Manu aparecia na mente de todos. Seus cabelos cacheados ao vento e de como era bonita. Uma amiga que com certeza se leva para a vida toda, uma amiga que se chama para os momentos mais difíceis, como poderia ter morrido?
 
Esmeralda saiu dali dando espaço aos três amigos que por meia hora não disseram mais nada, apenas se confortando com a presença um do outro. Aquilo era a maior cura que tinham para o sofrimento agoniante. Samuel segurou as mãos de Letícia com força quando eles resolveram se sentar e achei um ato muito lindo ao passo que ela sorriu confidente e agradecida na direção dele.
 
Eu não posso nem imaginar a dor que eles estão sentindo e tudo só piora quando existe a incerteza que os outros também viveram. Teremos que continuar para saber:
 
— Ai meu Deus! — Ísis pulou de repente atraindo o olhar dos outros dois. — Ainda tem uma coisa que preciso ver. Eu preciso ver Brian.
 
Samuel e Letícia compartilharam um olhar confuso até que a outra esclareceu:
 
— Eu não o vejo desde que saímos daquele esconderijo e isso tá me matando porque pelo o que me lembro — Ísis fraquejou de repente quase desmaiando. Samuel veio ao seu encalço, segurando-a. Sua mente parecia lhe pregar peças, ou ela não queria acreditar. Mas a memória que não parecia falha, sempre voltava com a imagem de Brian caído e cheio de sangue.
 
E sinto muito dizer que realmente aconteceu...
 
— Vamos te levar ao seu quarto — Letícia coordenou e quando viu, Esmeralda já tinha voltado. A enfermeira explicou a ela que Ísis ainda precisava de mais tratamento. — Não pense demais, isso só vai fazer mal.
 
— Eu preciso lembrar, Letícia! — Ela lutou enquanto caminhava. — Pelo o que me lembro, ele... Ele... Caiu de um lugar alto e precisava da nossa ajuda. Temos que salvá-lo, eu imploro.
 
— Primeiro vamos voltar ao seu quarto. E depois pensamos em Brian. Quanto mais calma ficar, mais sua memória voltará — Esmeralda arrumou Ísis confortavelmente de volta na maca de hospital, já dentro do quarto novamente e perguntou pelo sobrenome de Brian para verificar se ele tinha dado entrada no hospital.
 
— No que eu me lembro — acrescentou Samuel. — Luana me contou que mandaram policiais para investigarem o esconderijo. Talvez tenham encontrado Brian por lá.
 
— Sim, vamos pensar pelo melhor lado. Temos que pensar — Letícia deu um sorrisinho nervoso. Coitada, por dentro do jeito que conheço ela, já surgiram mil cenários pessimistas que indicam o que pode ter acontecido com o loiro.
 
— Ele é muito importante pra mim, pessoal. Não posso perde-lo — e o choro recomeçou somando as dores de Manu com Brian.
 
A porta do quarto ficou fechada por um tempo e ninguém apareceu para interrompe-los. É claro que a cabeça de Ísis só pensava em Esmeralda retornando com informações, mas além disso, ela se permitia pensar em outras coisas para tentar não ficar triste. Ela pensava em seus planos futuros como viajar para Nova York e fazer um intercâmbio. Ela teria os cabelos na altura dos ombros como sempre sonhou e usaria as roupas mais combinantes que conseguiria em brechós e vendas de garagem.
 
E nesse futuro, ela montava planos com Brian. Ele iria com ela talvez? Os dois teriam um apartamento e quem sabe um gatinho? Ela não sabia se ele gostava de animais, mas iria perguntar um dia, tinha que perguntar porque ele estava vivo!
 
Esmeralda voltou de repente com uma expressão perdida. Aquilo não era bom e eu sei que o que ela vai dizer é realmente ruim. Os três adolescentes dentro do quarto olharam imediatamente a porta com olhos arregalados.
 
— Eu encontrei o Brian. Sinto muito por dizer isso. Ele deu entrada aqui no hospital faz umas horas. Uma mulher o trouxe. Passou por cirurgias e agora está em coma. Os médicos não sabem se ele acordará, pois a cirurgia principal foi no cérebro. Ainda há atividade cerebral, portanto não percam as esperanças. Os pais de Brian já chegaram. Vou deixá-los a sós agora — aquilo que a enfermeira disse tornou o dia de Ísis muito pior.

Nós Odiamos O Amor (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora